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16 October 2006

 

Dia Internacional da Filosofia

16 de Novembro será o Dia da Filosofia, numa iniciativa da UNESCO.
Em Portugal, sei apenas de uma iniciativa promovida pela APAEF em Lisboa.
Em Paris, na sede da própria UNESCO, terá lugar um colóquio internacional:
“La philosophie comme pratique educative et culturelle: une nouvelle citoyenneté »
que pode ser consultado em
in www.colloque-pratiques-philo.fr

 

Comissões de Ética

Dos organismos de saúde, já falámos. São obrigatórias. E nas escolas? E nos tribunais? E nas autarquias? E nas grandes empresas públicas?
Lembremo-nos que cada vez mais há empresas privadas que têm o seu Código de Ética.

 

Comissão de Ética

A propósito, como vai a Comissão de Ética do Hospital de Abrantes? E a do Centro de Saúde?
São obrigatórias. Funcionam? Bem?

 

Lavar as mãos

As notícias disseram na semana passada que os nossos profissionais de saúde lavam as mãos em menos de metade das vezes em que deviam lavá-las. Por isso, os utilizadores dos equipamentos de saúde são vítimas de infecções provocadas pelo próprio pessoal de saúde.
O facto não é novo, já fez História e ficou nos anais. Mas aprendemos pouco.
Por vezes, quando discutimos ética na saúde, saltamos para os grandes casos, as experiências, o desligar da máquina, a eutanásia e o aborto, etc. Tudo isso é muito importante e deve ser discutido. Mas sem esquecer que as questões, afinal, começam muito cá por baixo, entre lavar e não lavar as mãos.

 

Tuberculose

O ex-presidente Sampaio apadrinhou o nº 10.000 do Correio da Manhã, dedicado à tuberculose. Recordemos que Sampaio é uma espécie de embaixador da ONU contra a tuberculose e que esta doença é uma nova ameaça, incluindo em Portugal. E não apenas nos casos em que se encontra associada ao HIV.
Mas eu quero deixar aqui uma conversa que tive há uns bons anos com um farmacêutico meu amigo. Mostrava-se ele profundamente preocupado com a “inconsciência” (não garanto a palavra, mas garanto a ideia) com que os médicos receitavam antibióticos por tudo e por nada, e muito frequentemente logo em dose de ataque. Explicava-me ele: as pessoas ganham resistência aos vírus e, quando for necessário, não há antibióticos que lhes possam valer. Explicava-me ainda mais: às vezes vejo médicos que, para uma gripe receitam antibióticos dos mais fortes, que vão eles receitar quando o doente tiver um problema a sério e já não houver nada mais forte?
É claro que devem Ter sido inventados, entretanto, antibióticos mais fortes. Mas o que eu também leio são queixas de que a tuberculose está agora mais resistente e menos combatível com as armas que temos.

 

Conversar, ainda

Há dias, uma pessoa de Abrantes dizia-me da sua solidão intelectual e profissional: não há com quem falar destas coisas.
Este é um dos grandes problemas da interioridade. Um meio ambiente que, em vez de estimular o crescimento, induz a estagnação e, inevitavelmente, a degradação. Mas, como não há conversas, nem sequer nos damos conta dessa degradação. Já dizia o Sócrates: Só sei que nada sei, mas mesmo assim sei mais do que esses que nem isso sabem.

 

Conversar

Consideremos esta hipótese: são as conversas que mantemos que nos fazem naquilo que somos. Que nos confirmam ou infirmam, que nos estimulam e desafiam, que nos mostram até onde podemos ir com outros e a partir de onde começamos a ficar sozinhos...
Por isso eu dizia aos meus alunos da ESTA que conversassem sobre os assuntos das aulas. Não só das minhas. Podemos colocar como hipótese que a qualidade e profundidade das suas aprendizagens vai até onde for as conversas que mantêm sobre os assuntos estudados nas aulas e para as aulas. Porque se o que aprendem não faz parte da sua vida... quando fará? E se não é para fazer... para que estudam?
(Já sei: para obterem um diploma que possam trocar por um emprego. Valor de troca, e não valor de uso.)
Mas não se aplica apenas aos alunos. Vale para os adultos. E vale como medida de cultura e civilidade para uma cidade. Como são as conversas em Abrantes? As nossas privadas e as públicas.

 

Filosofia, a prazo

O texto de José Gil, no último número da Visão, dá-nos conta da sua preocupação com o lento e crescente desaparecimento da Filosofia no secundário e com os prejuízos que isso acarreta, a vários níveis, para o país. Tem razão. Mas deixo dois comentários.
Um. Os homens e mulheres da Filosofia, quer o professores no secundário, quer os patrões-filósofos no Ministério têm feito “tudo o que podem” para que a Filosofia caminhe para esse fim. Mais uma vez, o resultado é efeito dos antecedentes e não mero acontecimento pendurado no ar.
Dois. Acontece que, enquanto a Filosofia se esbate no secundário, ameaçando de morte as faculdades de Filosofia no superior, desenvolve-se em Portugal um movimento que quer abrir novas saídas profissionais para os homens e mulheres da Filosofia. Refiro-me à Associação Portuguesa de Aconselhamento Ético e Filosófico, que veio até Abrantes na semana passada através da apresentação do livro do seu Presidente, Jorge Dias, já aqui referido. Ora pensam que alguma faculdade de Filosofia se preocupou, até ao momento, com isso? O próximo Congresso, a realizar no Porto a 23 e 24, foi acolhido pela Faculdade de Economia da Universidade católica. E, ao que consta, não há portas abertas com a Filosofia no superior. Pois é...

 

Outro Nobel

A propósito, registo o Nobel da Paz para o homem que inventou o microcrédito, Muhammad Yunus. Tivemos, na Palha de Abrantes, oportunidade de trazer a Abrantes a Associação Portuguesa de Microcrédito para dar a conhecer esta ideia genial, espécie de “ovo de Colombo”. Que mostra – com factos e exemplos na ordem dos milhões - que a pobreza dos mais pobres não é, muitíssimas vezes, só preguiça. M. Yunus tem libertado da lei fatalista da miséria milhões de pessoas.
Na zona de Abrantes, uma artesã do Sardoal é o único caso que conheço de recurso ao microcrédito. E, no entanto, muito mais pessoas poderiam beneficiar desta porta de saída.

 

Miguel Serras Pereira, de novo

Não foi ele que recebeu o Nobel, como muito bem sabemos. Mas é ele o tradutor de Orhan Pamuk em Portugal, mais concretamente dos seus dois livros publicados na Presença: A cidadela branca e Os jardins da memória. Parabéns ao Miguel.

 

A imagem

O Montepio Geral mudou a sua imagem na semana passada. Novas cores, novo desenho das letras e nova assinatura. Esta última passou de “Há valores que duram sempre”, que podia dar uma ideia de inadaptação, para “Valores que crescem consigo”, que dá a ideia de movimento, de inovação e de relação pessoal. O desenho das letras é menos agressivo e a imagem do pelicano, passou a dupla, pelicano e filhote, com uma mensagem de relação personalizada, de emoção e de relação interpessoal. A cor passou do azul, que traduz racionalidade e tradição, para amarelo-torrado que exprime afectividade.
Esta mudança de imagem do Montepio vem assim substituir a que vigorou durante 20 anos. Há alguns meses, foi o Banco espirito Santo mudar a sua imagem. Como todos lembramos, manteve o verde, mas alterou-lhe a tonalidade.
Vem isto a propósito do facto de a Escola Dr. Solano de Abreu manter – ainda – em vigor a imagem que foi da Escola Industrial e Comercial de Abrantes. Há cerca de uns 15 anos, não recordo bem, a escola viveu um processo de alteração do “emblema” e acabou por manter aquele que tinha herdado. Passadas décadas, das duas uma: ou a escola não mudou, apesar de Ter mudado o mundo, ou mudou e não traduziu essa mudança na imagem de si e na mensagem que quer fazer passar. Sabemos que a escola mudou. Mas vemos que a mensagem não acompanhou essa mudança.
Creio não errar se disser que algumas - ou todas? - as nossas escolas têm problemas de imagem. Um tema que não é nada irrelevante.

 

FHC

O Público de hoje (16.10) traz uma notável entrevista com o ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso. A não perder, para quem quiser ler o mundo.

 

A bomba

A Coreia do Norte, com o seu ensaio nuclear, veio colocar de novo em apuros o presidente dos EUA. Feito o balanço, vemos agora que ele neutralizou (aliás com pouca eficácia) as bombas que não existiam, no Iraque, e deixou à solta as bombas que já se anunciavam, no Irão e na Coreia do Norte.
Como se isso não chegasse, estamos agora, na Coreia, evidentemente dependentes da China. Como o estamos na África, onde a China alastra como óleo e os EUA sentem cada vez mais dificuldades. Tal como na América do Sul.
Entretanto, no Afeganistão, as coisas pioram e no Iraque continuam em escalada.

12 October 2006

 

Biótopo

Beatriz Cunha é a escultyora que presentemente, até 20 de Outubro, expõe na Galeria de Municipal Arte, em Abrantes. O termo “biótopo” reúne “bios” (vida) e “topos” (lugar). Assim sendo, a Galeria transforma-se num lugar de vida, mas de vida arrancada à pedra em formas orgânicas.
A autora lembra-nos, no catálogo, que a natureza é constantemente instrumentalizada em proveitos múltiplos. Mas que importa, sobretudo, encontrar o “nosso lugar” como parte da mesma natureza.
Talvez por isso, também, para salvar da instrumentalização aqueles pedaços de mármore que levaram séculos e séculos a formar, Beatriz Cunha procurou na rocha as formas que poderiam salvar, isto é, imortalizar como arte, aquilo que poderia estar condenado a “servir” qualquer aproveitamento utilitário.
(Aberta de quarta a domingo, à tarde.)

 

Encontro em Israel

Já na semana passada tive oportunidade de visitar, em Israel, um grupo de pessoas, judeus ainda que em discussão, que foram libertados da Etiópia. Como judeus, iam a caminho do paraíso, terra “onde corre leite e mel”.
Mas as coisas não correram de acordo com o sonho.
Os judeus são como quaisquer outras pessoas – com preconceitos, ou não, com racismo, ou não, com dramas pessoais, ou não…
Em particular para o jovem protagonista. Viveu a sua aventura em luta consigo mesmo e em conflito com meio mundo, desde a sua família de adopção até aos responsáveis cheios de preconceitos que continuadamente o torturaram.
Não pude deixar de olhar para o nosso pequeno mundo abrantino, e em especial para os meus alunos. Quantos dramas se ocultam sob o manto das rotinas e das cumplicidades?
São filmes como estes que nos obrigam a perceber que o mundo não é o que parece. E que nos obrigam a, quase sem querer, tomarmos partido. Porque não é possível ver um filme destes e manter as emoções encurraladas.

 

Ontem fui à Bósnia

Joaquim Sapinho convidou-me, através do Espalhafitas e eu aceitei. Visitámos Serajevo dois anos após o fim da guerra e ainda outras cidades da zona. Pude ver as feridas, muitas, na cidade e adivinhas a feridas invisíveis nas pessoas.
Como é que é possível que aquelas pessoas, até há pouco em com-vivência, se tenham colocado numa relação assassina?
Não foi de um dia para o outro. Somos todos próximos do monstro, mas, apesar disso, um acto, mesmo que livre, tem antecedentes, tem história, não nasce do puro nada. Que é que foi tornando possível aquela história de morte? Morte que, sente-se ao vivo, não ficou resolvida nos episódios já vividos, antes aguarda por novas oportunidades.
Não pude, olhando para o écran do S. Pedro, deixar de ver ali um ensaio sobre Abrantes bombardeada. O que seria vivermos nós algo semelhante? Como seria vivermos numa cidade (mal) cicatrizada da guerra? Onde iríamos buscar forças para reconstruir uma cidade mártir?

10 October 2006

 

AconselhamentoFilosófico

Hoje (10 Outubro), na Biblioteca António Botto, Jorge Dias, Presidente da APAEF – Associação Portuguesa de Aconselhamento Ético e Filosófico e autor do primeiro livro em Portugal sobre Aconselhamento Filosófico, vai apresentar o seu livro e falar do movimento que faz este ano 25 anos. Eu estarei lá para apresentá-los.

 

Inovação e cultura

O Parlamento Europeu da Cultura, reunido em Turku, na Finlândia, proclamou recentemente o “papel da cultura na inovação” enquanto “elemento dinamizador” da Agenda de Lisboa. Trata-se de assinalar como os vários processos de criatividade são um contributo da maior importância para a inovação específica nos domínios da ciência, da tecnologia e, consequentemente, do desenvolvimento económico e social.
Já várias vezes aqui tenho dito isso mesmo. Que o processo social é complexo e tudo está num regime de interdependência. Tenho, por isso, particular satisfação em fazer aqui este registo.

04 October 2006

 

Gazeta do Tejo

No mesmo dia, segunda, o Gazeta do Tejo chegava a casa dos leitores, mais uma vez atrasado. Não se notava, mas as coisas estavam já diferentes.
A Directora, Margarida Trincão, iniciara nesse mesmo dia as funções de Directora do Abarca. Ao que se sabe, a equipa que estava no Gazeta comprou o Abarca e está já a trabalhar.
O Gazeta do Tejo sofre, assim, um… a ver vamos.

 

PAPELPAREDE

Na passada segunda-feira, foi lançada, numa bonita e eficaz sessão no palácio dos governadores, no castelo, mais uma publicação periódica em Abrantes. Numa iniciativa do Núcleo do Médio Tejo da Ordem dos Arquitectos, Papelparede apresenta-se como um “objecto urbano em espaço rural”. O número zero, dedicado aos “não lugares” desperta de imediato a atenção por ser diferente de tudo o que se vê por aí à volta. Dizem algumas das primeiras reacções de que “é demais para Abrantes”. Talvez seja, felizmente. A única forma é contrariar a lei da gravidade – puxar para cima. É mais um passo, mais uma pedra, mais um degrau na escada.
Por definição, uma cidade não é uma aldeia, embora (contra a definição) haja cidades que são apenas aldeias maiores.
Fazer uma cidade é produzir actos, gestos, objectos… urbanos.
Ah, e a História é feita assim mesmo, de gestos que desafiam as circunstâncias.

 

Souto Moura

Tenho visto (só lido os títulos) que antecedem a saída de Souto Moura. Mas não leio, não sinto que ganhe alguma coisa em ler.
Limito-me a recordar uma velha frase:
"É costume de um tolo, quando erra, queixar-se dos outros. É costume de um sábio queixar-se de si mesmo."
Sócrates

 

Miguel Serras Pereira

Acabam de ser divulgados os importantes prémios do Pen Clube Português e o prémio de tradução vai para… Miguel Serras Pereira e José Bento, a cada um pela sua tradução do D. Quixote.
Este prémio, embora diga respeito a uma obra, deve também ser entendido como o reconhecimento de toa uma vida dedicada à tradução. Miguel Serras Pereira é reconhecido como um tradutor de qualidade, tendo dado à versão portuguesa um sem número de autores, sobretudo no domínio do ensaísmo em ciências humanas. E a “mão” que agora lhe foi reconhecida na tradução da grande obra castelhana, ganhou-a ao longo dos anos nesse trabalho de reconhecida qualidade.
Ficamos satisfeitos por esta pequena grande glória do nosso amigo. Que, se não erro, está em terras de França com uma bolsa, outro reconhecimento do seu trabalho.
P.S. – Recordemos que há 10 anos, 1996, Miguel Serras Pereira fazia parte da equipa que estava a preparar o I Festival do Imaginário, em Abrantes

03 October 2006

 

La Féria

Filipe La Féria usufrui deste duplo estatuto tão comum na sociedade portuguesa: é um vencedor e tem contra ele (quase) tudo o que mexe no meio cultural.
Vi as suas encenações na Casa da Comédia. Recordo sobretudo o seu espectáculo “A invenção do amor”, sobre um texto de Daniel Filipe. Mas também não esqueço creio que “Paixão segundo Pier Paolo Pasolini”. Era, então, um encenador arrojado, capaz de partir pedra, de transformar uma pequena sala periférica num lugar disputado de culto.
Depois, mudou-se. Passou para teatros maiores, também sempre cheios de gente. Num outro registo. É um teatro mais popular e capaz de fazer bilheteira. Vai onde os outros não vão e vence. E não lhe perdoam.
É assim, este pequeno quintal.
Nem faz nem deixa fazer.
Não faz e tem inveja de quem faz.
Não faz e apedreja quem faz.
E queixa-se do que está por fazer.
Mas são as excepções que podem fazer a diferença.

 

Sem lamúrias

«Ao contrário das pessoas da minha geração, acho a actual geração mais bem preparada que a nossa. Vivem e são formados na democracia. Nos “castings”, vejo pessoas – e é preciso dizê-lo, porque o grande público não tem essa noção – preparadíssimas. (…) A nossa geração foi formada numa sociedade fechada, e eles tiveram a sorte de serem cidadãos do mundo. Isso é importante e nota-se. Procuro ver as novas tendências e as novas companhias, porque penso que eles têm uma abertura e uma mentalidade muito diferente da nossa. Claro que também há a parte negativa: o fascínio pela televisão e pelo ser figura pública.»
Quem assim fala, é Filipe La Féria, Expresso / Actual, 30.9.2006.
Curiosamente, La Féria é um empreendedor, capaz de levar avante os seus projectos e vencer. Será por isso que é capaz de ver as coisas e “destoar” da voz miserabilista que dá esta geração como perdida, incapaz, lavada de valores?

 

Problemas

Há dias, não sei já onde, disse candidamente “pagam-me para resolver problemas”. Disse-o porque estou convencido disso e porque é isso que procura fazer. Pois se me pagam para isso e se isso ainda me facilita a vida (bem como a outros)…
Mas à minha volta deu-se um movimento de espanto, como se eu tivesse levantado uma pedra e debaixo dela começassem a sair duendes.
- Disse alguma inconveniência?, perguntei.
Que não. Que estamos habituados ao contrário, a que as pessoas compliquem.
Pois eu penso que…
Quem, no seu lugar, não faz o que pode para resolver os problemas que aí se cruzam não tem sequer o direito de esperar que alguém faça alguma coisa para resolver os problemas que há a resolver.
Além disso, os problemas mais significativos só têm solução se ela for realizada a todos e cada um dos níveis da nossa realidade comum.

 

A sombra

Olhe à sua volta.
Olho à minha volta, um pouco por onde quer que ande, e o que vejo é sobretudo cansaço, olheiras, bocejos de alma, ar de frete.
Não é fácil encontrar um pouco de entusiasmo, energia vibrante, um olhar aceso a ver em frente.
Este povo está coberto por um manto de sombra que lhe arrefece a alma. E sem calor, não há vida que resista nem força que persista.
Talvez seja por andarmos há bem mais de 500 anos a exportar os melhores, para as descobertas, para as índias e brasis coloniais, para as imigrações várias. Será que somos o refugo e que, por isso, só somos capazes dos restos?
Onde poderemos encontrar sangue jovem e alma jovem – com frescura, energia, vontade, ambição de futuro, poder de realização – capazes de nos fazer ir onde queremos chegar?
Creio que só podem ser mesmo os jovens.

 

1/3

“Ford anuncia planos para cortar força de trabalho em um terço” (in Público)
Ao ler isto, recordei a afirmação de Ford, o democratizador do automóvel: qualquer americano pode comprar um carro da cor que quiser, desde que queira preto”. Recordemos que o Ford T só se fazia em preto.
Ao longo dos tempos, os americanos sempre olharam para o resto do mundo com sombranceria, nomeadamente no sector automóvel. Por isso, recusaram acompanhar os ventos de mudança que sopravam na indústria do sector.
Mas os japoneses, sobretudo, e também os europeus, começaram a invadir os EUA com carros mais pequenos, leia-se mais manobráveis nas cidades, menos caros e menos gastadores. E os compradores americanos, que, como quaisquer outros, não são a reprodução fotocopiada dos padrões colectivos, começaram a diversificar as opções de compra.
Agora, a Ford tem de pagar o facto de o mundo não se reger pelos interesses americanos. Tudo na vida tem um preço. Ou então: "cá se fazem, cá se pagam".

 

Maria José

Maria José Nogueira Pinto é – tem sido e continua a ser – alguém capaz de mudar as coisas em que se mete e de fazê-las dar uma volta por cima.
Vimo-la, decidida, no CDS; vimo-la, realizadora, na Misericórdia de Lisboa; vemo-la, empreendedora na Câmara Municipal. Sempre em Lisboa.
Faltam homens e mulheres como a Maria José.

 

CCCA

O comércio de Santiago de Compostela salvou-se através da organização em centro comercial a céu aberto.
A Baixa de Lisboa vai apostar agora na figura do centro comercial a céu aberto.
Em Abrantes, os comerciantes mostraram-se completamente desinteressados na criação do seu centro comercial a céu aberto.
Sem comentários.

 

Proveitos

Sabíamos, há muito, que a indústria americana das armas estava entre os principais “investidores” na campanha de Bush para presidente dos EUA.
Sabemos agora que um relatório dos serviços secretos americanos reconhece que a guerra do Iraque foi benéfica para o comércio de armas.
Comentário:
Está ceeeeeeerto!

01 October 2006

 

Excelência?

Incomoda-me aquele anúncio à entrada de Lisboa. Qualquer coisa como:
«Tortas de Azeitão - a excelência da gastronomia portuguesa».
Será? Então, por nunca tinha eu ouvido falar nas tortas de Azeitão. Eu sei que nãoi sou versado na matéria, mas...
O que me irrita no anúncio é a suspeita de que, mais uma vez, é o próprio a dar-se a si mesmo o título de excelência. É a melhor forma de matar a palavra.
E como eu tenho visto abastardá-la por tantos que nem cuidam da Qualidade, quanto mais da excelência!

 

Qualidade

Entrei numa agência, em Abrantes, e logo as caras dos funcionários me disseram que eu não era bem-vindo. Esperei mais que o suficiente. Quando fui atendido, deram-me uma informação errada. Disse que não podia ser e corrigiram-na. Saí e fui à procura de outra.
Depois queixam-se.

 

UTIT

A Universidade da Terceira Idade do Tramagal reiniciou a sua actividade. Com a abertura do ano lectivo, levou a efeito uma Passagem de Modelos, pelos membros da própria UTIT que foi um êxito.
Estão todos de parabéns.

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