.comment-link {margin-left:.6em;}

25 November 2007

 
Jana, nos céus
Recordo, a propósito, que um dia encontrei por acaso um dado curioso. Cito:
«Jana (asteróide 8556) é um asteróide da cintura principal, a 1,8510863 UA. Possui uma excentricidade de 0,3628929 e um período orbital de 1 808,92 dias (4,95 anos).
Jana tem uma velocidade orbital média de 17,47373078 km/s e uma inclinação de 5,36456º. Este asteróide foi descoberto em 7 de Julho de 1995 por Zdeněk Moravec
O nome deve-se a:
«Jana Tichá (1965 — ) é uma astrônoma checa e prolífica descobridora de asteróides, casada com Miloš Tichý. Trabalha junto de seu marido no observatório de Kleť, ao sul da República Tcheca, do qual é diretora desde 1992
Ou seja, os Janas têm o nome escrito nos céus. Mas para algum mais preocupado com premonições nos astros, vai uma palavra de sossego: não passa de um simples asteróide.
P.S. – A fonte é a Wikipédia, é claro.

 
Jana: 200 anos
Todos os Janas de Portugal somos, ao que parece, membros da mesma família. Eu nunca encontrei nenhum que não tivesse as suas raízes no concelho de Mação.
Um dos membros da família, portanto um parente meu, terá descoberto que a origem da família está num militar do exército de Junot que terá ficado por Mação. E diz mais, que esse Jana era oriundo lá do Leste da Europa, não me recordo bem donde.
A ser verdade esta tese, os Janas têm, portanto 200 anos por cá. É o nosso aniversário

03 November 2007

 
A verdade - 5
Por exemplo, a tão discutida Ministra da Educação tem tomado algumas medidas, que sabemos serem tudo menos unânimes. Na minha escola, vejo os elementos dos órgãos de gestão a trabalhar e há até obras de restauro do edifício que só pecam por tardias.
Mas há alguma coisa que esteja a mudar na substância da escola, isto é, na qualidade do ensino propriamente dita?
E há alguma coisa que possa, de facto, mudar, enquanto se mantiverem as estruturas de pensamento dos professores, dos alunos, dos pais e dos outros parceiros da educação, nomeadamente sindicatos e comentadores?
Não há dúvida de que há medidas que um(a) ministro(a) da educação deve tomar. Mas, sem essas mudanças, nenhuma conseguirá ter efeitos significativos. Porque não é possível gerir o sistema só nem sobretudo a partir de Lisboa. O mais importante decide-se ao nível da escola e da sala de aula. E se aí não houver qualidade, não há Lisboa que valha. O que vier de Lisboa, por melhor qualidade que tenha e pretenda, acaba sempre por ser transformado em pura burocracia administrativa. Ponto final.
Ora, todas as análises concordam: não há solução para o país que não passe por uma outra educação. Então...

 
A verdade - 4
Medina Carreira defende um sistema (mais) presidencialista para Portugal e argumenta com Ricardo Costa que não haveria perigo de um Salazar. Diz bem, que «ninguém estaria disposto a sê-lo», mas parece esquecer que há muitos a desejá-lo. E acrescenta (p. 121): «Eu sei que se teme “um Salazar” mas, numa sociedade democrática, rigorosa, exigente, justa e organizada, ele nunca terá esse lugar.»
Isto é verdade. Mas é necessário dizer também que “essa” sociedade não é a portuguesa. Democrática? MC mostrou que não. Rigorosa? MC mostrou que não. Exigente? MC mostrou que não. Justa? Organizada? É claro que basta olhar à volta e ver que não.
Há em Portugal um erro básico de pensamento, que só pode ser corrigido por uma outra forma de pensar, com uma matriz que recolha os contributos do pensamento sistémico e da teoria do caos.
Fora disso, continuamos a dizer que temos um problema de governo, quando temos um problema de país de que o Governo é parte integrante e que não pode resolver-se de modo independente.
O que não significa que não devamos exigir melhor desempenho no Governo. Mas este só poderá ocorrer quando houver melhores desempenhos aos vários níveis da sociedade.Ou será que estou errado?

 
A verdade - 3
Medidna Carreira (MC) tem razão: há em Portugal um problema político, que só pode ter solução política. Mas parece esquecer que o político é parte integrante do sistema e, por isso, dependente do todo o sistema. Não há pura relação linear do político sobre a sociedade, mas uma relação circular entre sociedade e político.
Dito de outra forma: nenhum governo pode fazer aquilo que MC defende, porque a sociedade não suportaria e não permite. Por duas razões: porque a sociedade não quer isso que MC defende e porque qualquer medida política tem como protagonistas muitos actores para lá do Governo e esses não estão dispostos a fazer o que não querem.
Estamos então, condenados? Estamos. Mas não definitivamente.
A solução passa por conquistar para as medidas a tomar não só o Governo (o presente e os próximos) mas também e necessariamente a sociedade portuguesa.Ora, basta olhar para a sociedade portuguesa para ver que ela não “quer” quaisquer medidas que visem resolver o problema, quer apenas não ter problemas.

 
A verdade - 2
A leitura de O dever da verdade, de Medina Carreira e Ricardo Costa, várias teses confirmar-se duas teses que venho a defender há anos. Digo-as sem critério de ordem.
1 – O problema de Portugal não é onde se encontra numa escala comparativa entre países, mas para onde vai a escorregar – para baixo.
2 – O “lugar natural” de Portugal na Europa é o último, no fundo. Já lá estava na EU 15. Se lá não está de momento, na EU alargada, para lá se encaminha dia a dia, a passos largos. Inevitavelmente enquanto se mantiverem as actuais circunstâncias. Não há miragens de pelotão da frente.
3 – Não há nenhum Governo que possa remediar esta situação, porque não é um problema de governo. É um problema geral da sociedade portuguesa e o governo é parte integrante e não autónoma, independente e exterior à sociedade. E aqui, se bem leio, não estou de acordo com as teses de Medina Carreira, embora tudo o que ele diz reforça a minha tese e parece-me que não corrobora a sua.

01 November 2007

 
Ninjutsu em Abrantes
Além do karate, já referido, também se pratica em Abrantes esta velha arte marcial.
Os praticantes de Ninjutsu em Abrantes reunem-se no Fojo, nas traseiras do café que ali existe. Em termos de enquadramento institucional, encontram-se ligados à Associação Algarvia de Ninjutsu, mas estão em negociações para serem acolhidos pelo Benfica de Abrantes.
Para mais informação, espreitar em...
http://www.aaninjutsu.com/
http://ninjutsu.no.sapo.pt/

 
A separação
Há dias houve uma polémica sobre o lugar do sacerdote católico no hospital público. A questão é importante e deve ser debatida. Ponto final.
Mas não pude deixar de ouvir cá no burgo alguns apaixonados opinantes sobre o assunto. Nada contra.
Mas não percebo que alguém, por aqui, se incomode com a presença dum sacerdote no hospital e esqueça que existe uma escola pública com um templo religioso, uma capela. Neste caso, onde está a separação entre o Estado e a Igreja?
Dizem-me alguns que «é uma questão muito complexa», ou «muito susceptível», com isso a dizerem-me que as questões “complexas” ou “susceptíveis” devem ser esquecidas. E tudo permanece na mesma.
Também não vejo como a Igreja pode continuar interessada naquele templo.
De facto, trata-se de uma capela onde há missa, mas também pingue-pongue, teatro, exposições, reuniões várias e tudo o que lá couber.
Do ponto de vista religioso, aqueles usos são profanações objectivas. Mais que isso, aquela capela a ser usada deste modo é um efectivo processo de deseducação religiosa.Alguém se preocupa com isto? Onde? Há quantos anos?

 
Os factos
Porque existe, entre nós, uma tão grande facilidade em dar «a sua opinião» mas uma tão grande dificuldade em prestar atenção aos factos?
De que vale uma opinião independente dos factos?
Por isso eu costumo dizer que só tem opinião quem não sabe.
A opinião costuma ser um manto a encobrir a falta de conhecimentos.
Há, de facto, campo para a opinião, mas não em substituição do conhecimento. O que é objecto de conhecimento não é objecto de opinião. Por isso, toda a substituição de um acto de conhecimento por uma emissão de opinião é um erro de inteligência irreparável.

 
Uma pérola
Deixem-me referir uma pérola que só ali, n’ O dever de verdade, encontrei.
Repito, só ali encontrei eco a uma questão que me incomoda.
Se é necessário corrigir a subida insustentável dos compromissos da Segurança Social, porque é que foram reduzidos, e sê-lo-ão cada vez mais, os benefícios dos que hão-de reformar-se e ficaram intactos os dos que já estão reformados.
Se até me propõem agora que me reforme com uma redução de 25% do valor da reforma, porque estamos eu e outros a pagar a 100% reformas antecipadas e outras do mesmo género?
Se eu não terei direito à reforma por inteiro, aliás, se eu cada vez mais penso que nunca terei direito à reforma, porque quando fizer 65 já ela será aos 70, e quando eu chegar aos 70 já estarei morto, porque é que devo ser obrigado a sustentar reformas por inteiro?
E porque será que ninguém – ninguém!, que eu tenha dado conta – se refere a isto? Onde estão aqueles que dizem defender-nos?
Ou será que estou errado?

 
A verdade
Já sabemos que a verdade é uma senhora muito parecida com quem a vê.
Mesmo assim, para todos os que querem pronunciar-se sobre os nossos problemas colectivos, é de leitura obrigatória o livro
O dever da verdade, de Medina Carreira e Ricardo Costa, com prefácio de Manuela Ferreira Leite
que, publicado em Setembro, já vai na quinta edição. Nos supermercados de Abrantes ainda há alguns exemplares.
Ninguém é obrigado a estar de acordo com o olhar pessimista de Medina Carreira, mas não creio que possa ser levado a sério alguém que queira avaliar medidas ou propor soluções sem ter em consideração os factos deste nosso mundo português. E os factos não são evidentes por si. Pelo contrário, os factos tendem a ficar ocultos aos olhos interessados dos que discutem mais com paixão que com reflexão.
Repito: de leitura obrigatória.

 
O debate / O ensino
Eu insisto: enquanto o nível de debate do estado do ensino se mantiver ao nível em que tem andado, o estado do ensino não vai alterar-se para melhor. Donde viria a melhoria?
Enquanto andamos entretidos, como Narciso a olhar para a água, os nossos filhos vão crescendo e o seu futuro vai minguando.
E ninguém se parece incomodar.

 
A reprovação
A reprovação é um instrumento, tal como o martelo ou a chave de parafusos. Apesar disso, alguns atribuem-lhe um valor metafísico decisivo.
Há tempos li no público uma argumentação com base na mais célebre fórmula de Einstein, “provando” que quanto menor fosse a taxa de reprovação mais a qualidade da escola tendia para zero.
É claro que o facto de no Japão ou na Grécia não haver reprovações na escolaridade obrigatória não podia ser tido em conta nesta argumentação. Há tempo, numa pequena discussão sobre este assunto referi estes dois casos. Efeito da referência na discussão? Um salto imediato para fora do assunto em debate, para se acusar o Japão de ter um ensino que leva os alunos a suicidarem-se.

 
Reprovar por faltas
Anda no ar uma polémica doida sobre a possibilidade de os alunos não reprovarem por faltas no ensino básico. Não conheço os pormenores, porque os diplomas ainda andam pelos gabinetes dos deuses legislativos. Mas dizem os críticos que se os alunos não reprovam perde-se a qualidade do ensino e é a balda generalizada.
Mas há um coisa que eu não compreendo e nunca ouço discutir (porque será?:
Se um aluno no ensino básico, portanto de escolaridade obrigatória, pode – digo bem, “pode” – chumbar por faltas, qual das duas passa a ser verdadeira:
a) uma vez chumbado, deixa de ir à escola, anulando assim a lei da obrigatoriedade de frequência? ou
b) uma vez chumbado, é obrigado a ir às aulas mesmo já chumbado, portanto sem ter possibilidades de obter efeitos escolares?
Repito: porque é que nunca ouço discutir este dilema?
No meu tempo de primária, quando, ao que parece, a escola ainda ensinava bem, havia reprovações por faltas no ensino básico? Não havia. E os professores ensinavam e os alunos aprendiam.
Mais tarde, quando eu comecei a leccionar, no segundo ciclo, assisti ao debate sobre «como é que é possível ensinar sem haver chumbos por faltas?» Parecia impossível. Mas fez-se.
Há alguns anos, assisti ao mesmo debate quando a escolaridade obrigatória foi estendida ao terceiro ciclo. Mais uma vez, perguntava-se «como é que é possível ensinar sem haver chumbos por faltas?» Na ocasião, avisei – muito esclarecido? – que voltaríamos a ouvir a mesma discussão quando a escolaridade obrigatória fosse estendida ao secundário.
Aí está ela.
A mostrar que não conseguimos aprender com a nossa experiência.

 
Demonstração
Tese: em matéria de livrarias «a localização é tudo».
Demonstração: A Fábrica de Braço de Prata
http://jornal.publico.clix.pt/default.asp?url=%2Fmain2%2Easp%3Ffd%3DPREVIOUS%26page%3D5%26dt%3D20071029%26c%3DC
ou
http://www.bracodeprata.org/
A contra-prova é em Abrantes, na Livraria Papirus.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?