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27 April 2008

 
(In)Sucesso
Segundo o JN de hoje (27 Abril), «três em cada dez alunos das licenciaturas não conseguem completar o curso dentro do tempo normal» o que se traduz num « grau de insucesso de 32,4%». Eu não posso, mas gostaria de perguntar a Nuno Crato se a tese se mantém. Ele acusa os professores do básico e secundário de não ensinarem como deve ser. No ensino superior... Bem, talvez a culpa continue a ser dos professores do secundário. Só pode.

 
Violência na escola - 2
A violência no sistema de saúde, tão (?) preocupante como na escola, deveria levantar alguma suspeita de que não estamos apenas perante o carácter “selvagem” apenas dos “mais novos” contra a santidade social dos mais velhos.
Mas que fará com que o silêncio tombe sobre este lado da questão?

 
Violência na escola - 1
Li um texto de análise e a sua proposta: reduzir as turmas para 15 alunos.
Concordo, é claro. Como podia não concordar com a redução?
Mas não resolve o problema. Nem sei se o diminui.Que me permite dizer isto?
Porque a violência no sistema de saúde não ocorre normalmente em “turmas grandes”, mas muito frequentemente em relações de um para um ou pouco mais.

 
Festival de Tunas
O IX Festival de Tunas, promovido pela Tuna da ESTA, voltou a encher o cine-teatro de S. Pedro.
Trata-se de um acontecimento que faz já parte do calendário de eventos, não só da cidade como de uma comunidade ligada à ESTA: pais dos elementos da Tuna de Abrantes e de outras que vêm participar e antigos alunos da ESTA que aproveitam a ocasião para se reencontrarem.
Quem tem acompanhado o percurso do Festival pode constatar como a organização tem sabido primeiro elevar e depois manter o nível da qualidade do espectáculo que nos oferece. Mais uma vez, esteve a um bom nível.
Contudo, o momento da entrega dos prémios, no final, não encontrou ainda um ritmo que seja aceitável. É tarde, o importante já passou, o espectáculo esteve bom... Não há razões que justifiquem um certo empastelamento que ali se acumula e nos empapa a resistência.
Uma nota final: o X Festival é no próximo ano. Ficamos à espera.

 
UTIA - 10 anos
A UTIA – Universidade da Terceira Idade de Abrantes está a comemorar 10 anos de existência. Bonita idade.
Também aqui seria boa oportunidade para um balanço do que existe no campo da Terceira Idade. Há ainda pouco tempo, quanto?, pouco era o que existia para a TI entre nós. Hoje, o sistema é já complexo.
Para lá dos vários lares, centros de dia e apoios domiciliários,
temos a UTIA (Abrantes) e a UTIT (Tramagal),
Os projectos Viver.Sénior, da Cres.Ser, em Sentieiras (S. Vicente), Pego e Bicas,
e alguns projectos privados de apoio a pessoas idosas.
Na piscina municipal há hidroginástica,
em vários ginásios há agora níveis maiores de frequência pelos mais velhos
e vemos pessoas de mais idade a aderirem ao “andar a pé” por razões de saúde.É pouco, seguramente, muito há ainda por fazer, mas são passos novos na direcção certa.

 
13 anos
Razões que não vêm ao caso levaram-me a comparar o hoje cultural de Abrantes com o de há 13 anos, quando sentimos necessidade de fundar a Palha de Abrantes.
Não vou esgotar aqui o assunto, que precisa de ser estudado. Digo apenas um elemento para reflexão.
Hoje existem alguns novos agentes culturais colectivos que, necessariamente, fazem deste tempo abrantino e desta cidade uma “outra coisa”, mais complexa e mais rica.
Palha de Abrantes, associação de base com
Espalhafitas
CEHLA - Centro de Estudos de História Local
Escola de Artes Plásticas da Palha de Abrantes
UTIA – Universidade da Terceira Idade de Abrantes
Grupo de Teatro Palha de Abrantes
Il Pittore Italiano, de Massimo Esposito
ESTA - Escola Superior de Tecnologia de Abrantes
EstaTuna
Espaço Idança
Cant’Abrantes
Abrangente
Cres.Ser
Knockout

Trincanela / S. Lourenço
e, perdoe-se-me a ignorância
n bandas de garagem.
Além disso, como não podia deixar de ser, há também mais pessoas, que devemos considerar como agentes culturais individuais, ainda que várias delas actuem dentro dos agentes culturais colectivos.
Não se trata, é claro, de dizer que estamos bem ou que é suficiente. Isso é outro nível de análise.

 
Ainda nas fotos
http://www.abtfoto.com

26 April 2008

 
Donde o diferente?
A questão mais essencial é sabermos donde pode vir o diferentes de que tanto precisamos.
Já é um bom princípio se soubermos donde não podemos esperá-lo.

 
O mesmo?
Questão de princípio:
Se estamos, mais uma vez, a fazer o mesmo, como é que esperamos um resultado diferente?
Ou, ao contrário:
Se queremos um resultado diferente, por que voltamos a fazer o mesmo que sempre temos feito?

 
Sabedoria
- Mestre, como faço para me tornar um sábio?
- Boas escolhas.
- Mas como fazer boas escolhas?
- Experiência.
- E como adquirir experiência?
- Más escolhas.

 
(Im)Previsto
Podemos fazer-nos de novas, mas estávamos avisados de que o entusiasmo pelos biocombustíveis traria um agudizar da fome.
Também fomos avisados, a seu tempo, de que os milhões que iríamos passar a receber de Bruxelas dariam origem a muitos dos problemas com que hoje nos confrontamos. Não é impunemente que numa economia chove dinheiro que não foi produzido.
Também fomos avisados atempadamente de muitos dos problemas para os quais caminhámos cantando e rindo e assobiando para o lado, mas nos quais hoje não queremos encontrar-nos.
Se ao menos aprendêssemos...

 
Gostei
... do banho de multidão de ramos Horta no seu regresso a Timor. Sei que não resolve o que quer que seja, mas pode ser uma ajuda. Em Timor podemos ver, em contra luz, as (nossas) dificuldades de fazer um país viável. Tal como na Guiné Bissau podemos ver o que acontece quando as dificuldades são maiores do que a força de vencê-las.

 
Gostei
... muito de ver a Assembleia Municipal começar com um tempo de dança. Isso significa que há uma escola de dança, que há gente a aprender a dançar (no caso uma criança), e que há sensibilidade na programação da Assembleia para incluir um momento desses.

 
Gostei
... muito da sessão sobre “boas práticas” no âmbito da Semana da Juventude. Essa ideia de que os jovens são todos selvagens e o mundo está perdido porque nós não estaremos cá para salvá-lo... Bem, eu já ouvia isso no meu tempo de jovem. Não estranho, mas continua a suscitar em mim a mesma indignação. Até porque os mais velhos são / somos responsáveis por tanta falta de nível!

 
Peço desculpa
Mas nunca consigo ouvir com indiferença a afirmação já gasta de que
Hoje, as pessoas não participam, não podemos contar com elas...
Eu creio que, de tanto repetida, a afirmação já merecia, ao menos, ser suportada com alguns dados que nos permitissem alguma lucidez.
Já alguém se deu ao trabalho de ver quantas associações há hoje e de que tipos? E quantas pessoas trabalham em regime de voluntariado?
E já se fizeram comparações sérias com os mesmos indicadores de outros tempos? Quando é que houve “mais generosidade”, “mais participação” do que hoje?
Ressalvando, é claro, o tempo revolucionário do pós 25 de Abril. Mas esse era um tempo extra-ordinário, por isso mesmo incomparável com qualquer tempo ordinário, normal, comum.Temos um gosto terrível pela auto-flagelação.

 
Associações. E os espaços?
Terminou a Semana da Juventude. Um dos partos fortes, a abrir e a fechar, foi o associativismo juvenil. Muito haveria a dizer a respeito. Mas uma coisa precisa de ser dita. Assim:
Se a sociedade já percebeu a importância de criar espaços de acolhimento para empresas, porque estas são necessárias, parece ter esquecido que, se são necessárias associações (juvenis e outras), elas não podem existir sem espaços que lhe permitam não só a instalação como a sua acção.

 
25 de Abril
Foi a instauração da democracia. Certo?
E democracia significa que ninguém somos nós, todos, e ninguém por nós, quem tem o direito de dizer o que havemos de fazer da nossa vida.
Não há um saber externo a que alguns, poucos ou muitos, tenham acesso e que, do exterior, nos deve dizer o que devemos fazer. Há, sim, um saber que, do interior da vida conjunta, é necessário refazer continuadamente e, por dentro, tem de reconstruir a vida sempre ameaçada de degradação.

 
24 de Abril
Vivem e puxam-nos para o 24 de Abril todos aqueles que instilam medo,
que se afirmam no medo,
que nos dizem para termos medo.
Que nos querem ver presos do medo que eles acham que devemos ter.

 
Deficientes
O Cláudio Brandão contou como, sendo deficiente, sempre considerou que podia fazer o mesmo que os outros faziam, ainda que não o pudesse fazer nas mesmas condições.
E explicou que o deve sobretudo aos pais, que sempre o lançaram para a frente, o ajudaram a pensar que podia, que valia a pena arriscar, ir à luta.
E eu, emocionada, não pude deixar de comentar uma verdade enorme, ainda que alguns considerem em linguagem pouco correcta, mas aqui necessária:
Os pais do Cláudio tiveram um filho deficiente e fizeram dele uma pessoa normal; outros pais têm filhos normais e, com a mania de lhes alcatifarem o mundo, tornam-nos deficientes, incapazes de irem à luta, de vencerem as dificuldades da vida.
Parabéns ao Cláudio, pelos pais que tem; parabéns aos pais do Cláudio, pelo trabalho histórico que souberam fazer.

 
LER, de novo
Já está aí à venda a nova cara da revista LER, de novo sob a orientação de Francisco José Viegas.
Para espreitar,
http://ler.blogs.sapo.pt

 
O livro
Dia Mundial do Livro. 23 de Abril. Na Biblioteca Municipal, disputava-se a final do Concurso de Leitura (creio que era este o nome).
Soube: 999 concorrentes apresentaram-se a concurso, com a leitura feita. O que significa que muitas mais pessoas leram o que estava a concurso. Muito bem.
Tudo o que se fizer para multiplicar os leitores e os livros lidos é ainda pouco.
“Venham mais cinco...”

21 April 2008

 
Convocatória
São por esta via convocados todos os que quiserem discutir a crise da escola de hoje face à excelência da escola de ontem a visionarem, com antecedência, três programas da
Liga dos Últimos
como formação prévia para acreditação das declarações que pretendam fazer.

 
E ainda
http://abrantesfc.blogspot.com/

19 April 2008

 
O todo e as partes
Curiosamente, já há 2.500 anos, números redondos, que Aristóteles nos ensina:
«O todo é, necessariamente, anterior à parte.»

 
Liderar
Leio:
«O futuro presidente do PSD tem que ser alguém disposto a perder as próximas legislativas.» Nuno Saraiva
Pergunto: E o PSD está disposto a perder as próximas legislativas? É que um líder é um fenómenos emergente. Não apenas de uma emergência interna, é certo, porque um partido é um sistema aberto, mas dificilmente pode ser alheio ao estado interno do sistema, neste caso do partido.

 
Proibir
Vem aí o dia em que recordaremos com saudade, orgulho e admiração que
é proibido proibir
como um dos mandamentos da nova era.
O que é difícil é perceber como é que é proibido proibir e, ao mesmo tempo, lamentar a indisciplina na escola.
Digo eu, não é?
E quem é que defende que é proibido proibir? Aqueles que deveriam criar a disciplina na escola. Ou não?

 
In/Disciplina
Neste tempo em que tanto se discute (mais uma vez!) a indisciplina na escola, não era nada mau pelo menos um comentário sobre o estado da in/disciplina cívica.
A caça ao pato na política e na comunicação social é apenas uma das formas sociais de que a indisciplina na escola é outra forma. Não há qualquer dúvida. Os jovens têm tido bons mestres. E depois queixam-se. E acusam.

 
A caça ao pato
Um dos desportos mais praticados em Lisboa, e noutras localidades, é a caça ao pato. Sobretudo nos partidos e na comunicação social.
Os melhores atiradores são reconhecidos e bem pagos.
Patos continua a haver bastantes, mas dizem que cada vez com menos qualidade. Porque os mais “velhos” têm a sabedoria de evitar os terrenos mais perigosos.
Agora foi abatido mais um, em pleno voo. (Embora talvez provisoriamente).

 
Vinho Verde
É notícia: «Adegas cooperativas do vinho verde unem-se em projecto empresarial conjunto». Sem qualquer dúvida, porque sabem que o sector unido ou organizado (e não apenas somado) é muito mais do que a soma dos seus elementos. Ao «gerar economias de escala», vai «valorizar o produto»*.
O caso não é novo. «O sector leiteiro foi o primeiro a adoptar o modelo que vai ser agora seguido na área dos vinhos verdes.»
É caso para dizer: e na educação? e na cultura? e no desporto? e...?
*Ver Público, 19.Abril.2008

 
Qualidade / Perfeição
Já aqui o disse, salvo erro. Sou da geração que sou e alimento-me dela. Por isso, sinto o desafio de dar sempre “mais qualidade” e procuro dar um contributo pessoal nesse sentido. Não me identifico tanto com a “qualidade total”, com “excelência” ou com a “perfeição”. Numa outra linguagem: sou mais incrementalista.
Gostei, por isso, de ler (Ípsilon, 18 Abrl) Edson Cordeiro: «Não tenho pudor de mostrar a minha fragilidade, as minhas virtudes e os meus defeitos. Faço o meu melhor (...).» E acrescenta: «... não tenho nenhum compromisso com a perfeição.»
Procurar a perfeição, ou melhor, a excelência, obriga a concentrar todos os esforços numa só direcção. Procurar introduzir melhorias naquilo que existe permite actuar em várias direcções ao mesmo tempo.
É claro que o problema não fica resolvido por si. É preferível investir a fundo para obter excelência num ponto ou diversificar e conseguir obter apenas melhorias?
O normal é haver apostas nos dois sentidos. E depende das pessoas, dos espaços onde se actua, das condições concretas de que se dispõe.

17 April 2008

 
Cidades criativas
A propósito, uma vista de olhos pelo
http://cidadescriativas.blogs.sapo.pt/
e ainda
por um trabalho de António Câmara, da Ydreams, neste domínio, sobre o Barreiro
www.inteli.pt/download/Barreiro/Ydreams.pdf
e por outro trabalho de Pedro Costa, sobre a construção da cidade criativa
http://www.alcultur.org/2005/intervencoes/Pedro%20Costa.pdf

 
Na Net
Foi por mero acaso que encontrei o
http://www.portalinsitu.com/index.php?group_content_by=abrantes
que nos traz informação de Abrantes, Constância e Sardoal.
A visitar.

 
Cidades criativas
Não posso deixar de recomendar duas leituras no Público de 17 de Abril.
No P2, o trabalho sobre “Richard Florida: O guru do conceito das cidades criativas” e no caderno principal o “Editorial” de José Manuel Fernandes que nos fala de como temos estado, em muito, a mudar as coisas mas não os processos, pois insistimos em “fazer as coisas à nossa maneira”.

 
A cidade
... é o lugar do diverso. Escrevia eu há dias aqui, a propósito do desporto.
Também na cultura vamos assistindo a alguma diversidade. Diversidade nos eventos, nas personagens e nas organizações. Tudo junto configura um sistema local. Activo.
Mas ainda pobre em vários sentidos: em dimensão, em qualidade e sobretudo em interacções.
Fazer cidade não pode deixar de passar por aí.

 
Gostei
ainda de saber que vai estar entre nós a trabalhar, por uns tempos, uma jovem realizadora.

 
Gostei
também da sessão do Espalhafitas com o jornalista e documentarista António Loja Neves. Foi um encontro sobre documentarismo, foi um encontro com outro(s) olhar(es) sobre o 25 de Abril, mas foi também, e muito, o encontro com um homem apaixonado... pela Vida, nas suas várias formas, paixão essa que o trouxe de bom grado até Abrantes.

 
Gostei
muito, do concerto que a Escola prática de Cavalaria ofereceu à cidade, por ocasião de mais um seu aniversário. Mais de 90 músicos da Orquestra Sinfónica do Exército deram um espectáculo de uma força invulgar.É preciso avisar toda a gente... de que há oportunidades por aí perdidas.

15 April 2008

 
E a escola!
Já agora...
E uma escola diferente tem de passar também por um pensar diferente.

 
Um exercício
Permito-me fazer um convite ao meu leitor.
Abra este texto do Diário de Notícias
http://dn.sapo.pt/2008/04/15/artes/ha_cidades_nao_veem_a_criatividade_d.htmle veja as lições que se podem colher da entrevista a Phil Wood, mentor das 'creative cities'. É da maior importância pensar bem. Porque a forma como se pensa é, em grande parte, responsável pelo que se pensa.
Abrantes é, em grande medida, o resultado do modo como pensam os abrantinos. Alguém tem dúvidas?
Então, uma cidade diferente tem de passar também por um pensar diferente.

 
Abrantes
- Mas o que é que isso tem a ver com Abrantes?
Não me preocupa aqui, é claro, o que se passa nos EUA com Bush ou em Itália com Berlusconi. Quando se ocupo destas questões longínquas, o que me interessa, sempre, é o que se passa aqui, connosco.
Na verdade, o que vemos e fazemos depende, em muito, dos olhos com que vemos e das mãos com que fazemos. O que me interessa, pois, é o modo como temos formados os olhos do nosso ver e as mãos do nosso fazer. É para isso que eu, modestamente, penso poder dar um pequeno contributo.

 
Da educação
A educação pode ser entendida como um processo de capacitação: tornar uma pessoa capaz de...
Ou seja, dar à pessoa ou potenciar-lhe a energia disponível, dotá-la de instrumentos de leitura e acção sobre a realidade, tornar a pessoa capaz de enfrentar os problemas da vida e vencê-los. Tornar a pessoa “capaz de” não é o mesmo que ser responsável por ela. Contudo, não tornar a pessoa “capaz de” pode ser (ou é?) ser responsável pela incapacidade dela.
Quanta da nossa educação não tem sido, pelo modo como decorre, um tornar os educandos incapazes de?

 
A responsabilidade - 2
Mas, importa repeti-lo, cada um só é responsável na medida daquilo que pode decidir.
Ninguém pode parar um terramoto: é evidente que ninguém pode ser responsabilizado por não ter parado.
Quem pode, por exemplo, enfrentar uma turma de miúdos indisciplinados?
À partida, supõe-se que todo e qualquer professor deve ser capaz de fazê-lo.
Deixem-me realçar: à partida + supõe-se + deve.
Isto mostra como habitualmente raciocinamos: sem verificação dos factos + com base em pressupostos (não verificados) + afirmando um dever.
E tudo isto está certo... quando bate certo. O pior é quando não bate certo.
Há professores que não têm condições para enfrentar um certo tipo de turmas: ou porque os alunos são indisciplinados, ou porque os alunos são desinteressados, ou porque os alunos são muito exigentes intelectualmente... Em cada um destes casos, o professor pode não estar à altura do desafio. E esse “não estar à altura” pode não ser da sua responsabilidade. Imaginemos que me punham a leccionar Matemática do 12º ano. Mas ninguém põe, dizem-me. Não é verdade. Ou melhor, é verdade neste caso, mas não noutros.
De facto, há professores que são colocados a leccionar turmas para as quais não são capazes de ter respostas à altura. Talvez seja o caso da professora do caso do telemóvel. Não sabemos, mas alguma da informação que correu parecia apontar nessa direcção.

 
A responsabilidade - 1
Podem dizer-me: mas isso é dissolver a responsabilidade e impossibilitar toda e qualquer responsabilização. Em síntese: é a inércia, a impossibilidade de intervir.
De modo nenhum. Também o que se passa num órgão do corpo humano está em interdependência com o que ocorre em todos e cada um dos outros órgãos e da interacção de todos e nenhum médico se vê impedido de diagnosticar e tratar. Pelo contrário: um bom diagnóstico e um bom tratamento deve levar em conta todo o sistema. Sob risco de ineficácia.
Que é o que normalmente ocorre nas intervenções correctivas em termos sociais.
Porque não levamos em conta o que “realmente” se passa, mas apenas o que o nosso modo de ver nos permite ver.
Nunca vemos a realidade, mas aquilo que da realidade nos permite ver o nosso modo de ver. E há modos de ver claramente insuficientes.
Quanto à responsabilidade...
Uma coisa é a explicação do que se passa, outra é a responsabilidade pelo que se passa.
Cada um dos intervenientes pode decidir fazer assim ou de outro modo, pode manter ou alterar o funcionamento do sistema no lugar que nele ocupa e assim influenciar, na sua medida, o funcionamento do sistema. Ou seja, em última análise, cada um de nós tem a responsabilidade toda pela sua decisão. Mas apenas pela sua decisão, nunca por todo o sistema. Embora, é claro, os vários lugares do sistema tenham relevâncias diferentes. Bush ou Berlusconi não pesam o mesmo que o cidadão anónimo de um povoado rural do interior. Mas cada um tem o lugar que tem. E são responsáveis nessa medida, numa responsabilidade insubstituível.

 
Em todos os pontos
O que se passa, agora, nos Estados Unidos e o que acaba de passar-se na Itália mostra-nos o que tendemos a não ver.
Podemos dizer que Bush está a consolidar-se como o pior presidente dos EUA, depois de nos ter levado para o Iraque. Ele é um malandro. Esta personalização, sem dúvida legítima, porque ele é o presidente, faz-nos esquecer o que podemos ver nas primárias da eleição presidencial. Um presidente nos EUA é o produto da intervenção de milhões de pessoas.
Berlusconi pode ser o pior dos políticos italianos, mas a verdade é que foram milhões os que lhe entregaram agora a maioria absoluta.
Bush e Berlusconi são fenómenos emergentes. Sejam eles o que forem como políticos, são a expressão superior de todo um leque de acções estratificadas em níveis que vão do mais baixo, a posição pessoal de cada um dos cidadãos, até ao mais elevado, o próprio lugar de presidente ou primeiro ministro.
Ou seja, para simplificar, o estado de uma situação ou sistema resulta do que ocorre em cada um dos pontos da situação ou do sistema.
Por exemplo, no caso do mais famoso telemóvel da história da educação em Portugal. A questão parece colocar-se assim: a professora ou a aluna? A realidade, porém, não é essa. Por um lado, implica cada um dos elementos do sistema e, por outro, implica a relação entre esses elementos. Isso é que é o sistema a funcionar, o sistema vivo, a realidade social.

13 April 2008

 
Gostei
... de ver, na Feira, em Fevereiro passado, a montra de desportos que se praticam no concelho, a que há que somar o que se pratica nos concelhos vizinhos.
Se o mundo rural se caracteriza, em muito, pela uniformidade, o mundo urbano caracteriza-se pela diversidade.
A cidade é o lugar do diverso. E Abrantes tem já uma razoável diversidade de desportos a serem praticados.
Há, contudo, que trilhar um triplo caminho:
- aumentar o número de praticantes;
- elevar a qualidade da prática;
- desenvolver interacções entre modalidades e praticantes.

 
Gostei
... de ver o muro exterior da Escola Prática de Cavalaria com a cara lavada de branco. É claro que dignifica quem ali mora.

 
Na Net
Embora correndo o risco de algumas repetições, cá vão mais alguns sinais de trânsito pelo território desta nossa zona na Internet.

Antes de mais, a presença da Câmara do Sardoal
http://www.cm-sardoal.pt

Na fotografia:
Carlos Lopes de Sousa
http://olhares.aeiou.pt/utilizadores/detalhes.php?id=102166
Paulo Sousa, fotógrafo, Sardoal
http://olhares.aeiou.pt/galeriasprivadas/browse.php?user_id=1607
José Baptista
http://fotosdozena.blogspot.com/

Na escultura :
Santos Lopes, escultor
http://www.santoslopes.com/

Um outra presença territorial, embora anónima:
http://tramagal.blogspot.com/

Uma presença muito familiar:
Celeste Simão, professora
http://sonhoemletras.blogspot.com
Alexandra, 14 anos
http://escuridaotransparente.blogspot.com
Mike, de Miguel
http://oquepensas.blogspot.com

E ainda:
André Bispo, projectos DIY (do-it-yourself) relacionados à música
http://faztuproprio.blogspot.com/
uma relação entre dois rapazes:
http://andre_joao.blogspot.com
José Baptista, professor em Abrantes
http://zepedrobaptista.blospot.com
Vicente Lourenço
http://abrantino.blogspot.com
Fernanda Mendes, comunicação social
http://rua-da-sardinha.blogspot.com
Ricardo Beirão, 29 anos
http://durocomoqueijofresco.blogspot.com/
Paulo, 35 anos
http://paulopaulino.blogspot.com/
De “uns tontos” sobre S. Miguel do Rio Torto
http://genteparva.blogspot.com/
João Pedro Nunes, 19 anos, estudante
http://joaopedronunes.blogspot.com/
Luís Manuel Lopes Diogo
http://ldiogo.blogs.sapo.pt/
Ana Corda
http://eupaula-pinguim.blogspot.com/
Beatriz, uma menina feliz
http://blogdabb.blogspot.com/
José Baptista
http://abtonline.blogspot.com/
http://blogdozena.blogspot.com/
http://fotosdozena.blogspot.com/ (já referido)
Miguel Borges
http://amblog.blogs.sapo.pt/
Paredes Cardoso, História da Arte
http://paredescardoso.blogspot.com/
Nuno Gomes, 36 anos, professor
http://nccgomes.blogspot.com/
Ana Paredes Mendes, socióloga
http://anaparedesmendes.blogspot.com/
st3ve Serigad0, 23 anos, tecnologias de informação/multimédia
http://codificacoes.blogspot.com/
Lúcia Ferreira, 15 anos
http://luciaferreira.blogspot.com/
Johnny, 16 anos
http://sentidodesconhecido.blogspot.com
Desconhecido
http://abrantes.blogspot.com/
Nuno Gaspar, designer e professor
http://milrotas.blogspot.com/
Nuno Alves
http://nunoalves-abrantes.blogspot.com/
Joao Pinheiro, professor de Inglês
http://joaopinheiro.blogspot.com
Nuno Carola, 27 anos
http://www.coisopublico.blogspot.com

 
Fados
Fui ver Fados, de Carlos Saura, na sessão do Espalhafitas.
Quando os mestres metem mãos à obra, são obra de mestres. Ponto final.
O que espanta é que “aquilo” só podia ser feito por um espanhol. Nós, por cá, faríamos uma coisa triste, porque somos tristes, desanimados, desiludidos, “vencidos da vida”, há muito tempo.
Quando vejo uma obra destas sinto sempre algum desconforto. Vejo, à distância, o que podíamos fazer também em Abrantes. Não uma obra destas, evidentemente, que está fora do nosso alcance. Mas temos tantas coisas que podíamos sonhar fazer pontes e construir momentos altos. Já por vezes mostrámos que éramos capazes. Nada aponta para que tenhamos deixado de ser.

 
Desafio – 3
Mas eu falava sobretudo de algo ainda mais elementar. Creio sinceramente, e tenho-o dito, que as nossas escolas precisam de uma revolução paradigmática, sem a qual não haverá os resultados que dela se esperam e pelos quais (em falta) já estão a ser julgadas na praça pública.
A escola actual foi desenhada para um determinado fim ou função. Que cumpre. Não foi desenhada para aquilo que agora se lhe pede. E que não é capaz de fazer.
Enquanto as coisas correrem assim, a escola continua a perder credibilidade e os professores continuam (com e sem razão) a ser julgados pela falta dos resultados esperados.
Ou seja, há muito que fazer. E sei de ciência certa que as nossas crianças e os nossos jovens e também os nossos professores merecem.

 
Desafio – 2
Creio que sim, que seria óptimo um Projecto Educativo Concelhio. Pode ter vários modelos e feitios. Mas não creio que possa haver objecções a um projecto de desenvolvimento de competências em leitura e escrita e em matemática, por exemplo, ou a um trabalho de divulgação do conhecimento científico e de desenvolvimento das apetências pela área científica.
Tenho a certeza de que um trabalho nesta direcções seria um óptimo serviço às nossas crianças e aos nossos jovens.
Depois, há tantos outros aspectos: a inteligência emocional? a criatividade? a educação artística? E tantos outros.
E também não tenho dúvidas de que haveria pessoas disponíveis para trabalhar numa “empresa” destas.

06 April 2008

 
Reunir os melhores
António Câmara, da Ydreams, disse há dias em Abrantes, mais exactamente na ESTA, que a solução passa por reunir os melhores, dar-lhes condições e lançá-los numa aventura responsável.
Repito: reunir - reunir os melhores.

 
Desafio: na educação?
Deixo uma pergunta: quando as que as várias entidades cá da zona se unem para, em conjunto, enfrentarem o desafio de melhorar a qualidade da produção das nossas escolas?
Temos tudo, só falta a união.

 
E na saúde
Não é por acaso que 70 entidades da área da saúde acabam de se unir em Portugal para lançar um cluster capaz de ter força a nível mundial. Porquê? Porque isolados não a têm. Entre nós ainda vinga o princípio de “cada um por si” e uma grande desconfiança para com os outros. Ainda não descobrimos que “a união faz a força”.
Mas não apenas a união, antes uma união produtiva, capaz de gerar novos processo com novos efeitos.

 
Porto, a vitória
O FCP ganhou, ponto final.
Jesualdo Ferreira explicou que esta equipa foi sendo “construída” sobre os alicerces deixados por Co Adriensen. É claro: uma equipa não é a soma dos jogadores, é muito mais do que isso.
E aquilo que cada jogador hoje faz na equipa não é apenas resultado daquilo que ele é, mas sobretudo resultado daquilo que a equipa é. Deste ponto de vista pode dizer-se que o todo é anterior às partes.
- Estás parvo? Isso faz algum sentido. Qualquer um percebe que o todo resulta das partes.
- Também qualquer um vê que o Sol anda à volta da Terra.

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