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17 February 2006

 

Abrantes em análise

Ontem (16 Fev) foi apresentado o resultado da primeira fase - de diagnóstico - para a revisão do Plano Estratégico da cidade de Abrantes. Um trabalho que, a uma primeira vista, parece bastante bem feito, por uma empresa externa, sem querer agradar, mas também sem poupar ninguém. Não é ainda uma proposta de estratégia, mas o retrato para, a partir daí, se definir uma estratégia.
Quem puder, não perca. Onde?
http://www.cm-abrantes.pt/ (em destaque) Pode até importá-lo, em formato PDF.

 

Mário Sousa

Quem puder, leia a autobiografia do cientista português Mário Sousa no JL desta semana (última página) e a nota do Director (na página 3, ao fundo).

14 February 2006

 

Agostinho da Silva, ainda

«Porque já não podia respirar o ar de Portugal», saiu para o Brasil, onde permaneceu 25 anos e onde realizou uma obra que nunca poderia ter realizado em Portugal.
Há ares assim, irrespiráveis, e há pessoas que têm de ir respirar lá fora. E fazer lá fora o que o sufoco não lhes permite fazer aqui.
Celebrar o centenário de Agostinho da Silva não pode deixar de ser, também, abrir as janelas e deixar entrar o ar fresco dos dias inaugurais, onde o amanhã tem o sabor das maçãs frescas.Esta doença persistente de festejar os que longe fizeram o que não deixámos fazer aqui e continuarmos a não deixar respirar...

 

Agostinho da Silva

Cumprem-se hoje (13 Fev) 100 anos do nascimento de Agostinho da Silva, um poeta da vida. Hoje mesmo se inicia uma vasto programa de actividades que visam dar a conhecer e estudar a obra deste pensador e homem de acção.
Permito-me trazer aqui o que já terei dito algures. Que os mortos vivem se e enquanto houver quem os faça viver. Que uma obra perdura enquanto alguém dela cuidar. Que um pensador continua a ensinar enquanto alguém for eco da sua voz, que ouvidos para ouvi-lo haverá sempre alguns.
Agostinho da Silva tem quem o mantenha vivo. Hoje, em 100 cidades, entre elas Abrantes, inicia-se o centenário que o manterá cada vez mais vivo.Para aqueles que, vivendo, quiserem ou souberem ouvi-lo.

13 February 2006

 

Angelina - 3

Continuo desolado. Não sei o que se pode fazer, de facto, com a Angelina.
Já sei que podemos mandá-la para o CRIA, onde tomarão conta dela, durante os 12 anos em que será obrigada a andar na escola. Contudo...
1. Sei que há quem critique essa solução, na medida em que a Angelina tem direito a com-viver com as crianças ditas "normais" e na medida ainda em que juntar as pessoas com certas deficiências pode ser criar um ambiente ele próprio nada normal.
2. Não sei o que se há-de ensinar à Angelina ou fazer com a Angelina durante esses 12 anos, no CRIA ou noutro lado qualquer, porque ela nem sequer aprenderá a ler e a escrever. E há uma escolaridade e programas obrigatórios para todos, não é?
3. Não sei o que se há-de fazer no final. Dá-se ou não à Angelina o diploma do 12º ano, uma vez que ela frequentou a escola durante o tempo em que era obrigada?
4. Sei que mandar a Angelina para uma instituição paralela não pode ser uma forma de esconder ou iludir o problema. Afinal, no fim do 12º ano, a Angelina tem o mesmo problema que qualquer outro jovem: não poderá entrar no mercado de trabalho sem um diploma correspondente à escolaridade obrigatória.
5. Mas, então, que é, que exige, que significa passar-se um diploma no final do 12º ano? Se ela nem pôde aprender a ler e a escrever, um tal diploma, passado à Angelina vai valer o quê? E, se for passado o diploma à Angelina, os outros diplomas do 12º ano valem o quê?
Peço desculpa, mas não tenho respostas.
Aliás, creio que não há respostas.
Mais ainda, creio que o próprio sistema impede que se crie qualquer resposta.
Mas estou disponível para ser desmentido.

 

Eduardo Duarte Ferreira

Celebrou-se ontem (11 Fev), no Tramagal, os 150 anos do nascimento deste homem que foi maior que ele próprio. Da sua modesta "forja" nasceu e desenvolveu-se a Metalúrgica Duarte Ferreira, que chegou a ter mais de 2.000 trabalhadores e participou activamente no desenvolvimento de várias áreas da vida económica e social portuguesa.
A celebração foi no Tramagal, no espaço onde - foi anunciado - irá nasceu um espaço museológico que, no mínimo, perpetue a sua obra.
Mas o mais importante da iniciativa, que não terminou, não é celebrar a memória do homem, e isso era importante, ou sublinhar a grandeza da sua obra, e isso era justo, ou destacar o seu pioneirismo e continuado espírito de inovação, e era indispensável.
O mais importante é - sublinhe-se - que aquilo que fez dele grande e merecedor da nossa homenagem é exactamente aquilo que hoje faz falta: empreendedorismo, inovação, realização, pioneirismo, criação de riquueza, criação de emprego, produção de novas soluções...
Homenagear Eduardo Duarte Ferreira é, antes de mais, afirmar aquilo que falta, aquilo em que, à sua imagem, queremos apostar, nos comprometemos a apostar - e a ganhar, na medida em que estiver ao nosso alcance.
O resto, é para isso mesmo.

 

Boa notícia

Há dias, os jornais noticiaram que, num estudo,internacional sobre o ambiente, Portugal ficou num nada mau 11º lugar. Se considerarmos que há cerca de 200 países e que o nosso se situa globalmente entre os lugares 30 e 40, podemos considerar que ganhámos um prémio com esta classificação. Apesar do muito que há ainda a fazer e de todas as "evidências" em contrário.
Trago aqui esta notícia por duas razões.
A primeira, porque é boa, e porque temos tendência a focarmo-nos apenas nas más.
A segunda, porque, sem dúvida este lugar não caíu do céu, antes se ficou a dever, em muito, à acção dos vários grupos ecologistas e de personalidades que fazem da defesa do ambiente uma causa continuada. Ao longo dos anos, têm-se esforçado por nos sensibilizar e educar, por exigir legislação adequada, por denunciar situações anómalas, por acusar desrespeitos. É, em definitivo, um caso exemplar de como o poder não está apenas no Poder, mas a todos os níveis da sociedade. E, no caso do ambiente, não tenho dúvidas de que o Poder foi obrigado pelo poder dos militantes ecologistas a fazer aquilo que agora nos deixa bem colocados.
Quanto ao resto, ao que falta fazer, e é muito...

07 February 2006

 

Nem de propósito

O Público revela hoje (7 Fev), segundo um estudo da Axa, que cerca de metade dos portugueses entram na reforma antes de atingirem a idade da dita reforma. Mas não diz quanto é que isso custa.
Isto fez-me lembrar uma notícia de há dias que dizia (e não posso garantir os números de memória, mas eram mais ou menos assim): no ano de 2005, a fiscalização da Segurança Social encontrou qualquer coisa como 25% de baixas fraudulentas e 30% de falsos desempregados a receberem subsídio de desemprego.

06 February 2006

 

A cidade

Vão adiantados, ao que parece, os trabalhos de arranjo urbano do espaço envolvente dos prédios azuis e brancos em frente ao Lidl. Há décadas que estavam abandonados, cheios de mato e lixo. Agora, a Câmara de Abrantes está a fazer os trabalhos que há muito se impunham.
Mas não basta dizer isto, com toque de elogio pela obra ou de crítica pela demora. O mais importante é darmo-nos conta do que "aquilo" significa.
«A cidade faz-se no espaço que está entre os edifícios", diz Gonçalo Birne, um dos mais prestigiados arquitectos portugueses. Ora podemos ver que aquela urbanização - e urbanização significa, à letra, "fazer cidade" - deitou ao desprezo o espaço "entre" os edifícios. Ou seja, o empreiteiro, quem quer que tenha sido, fez os edifícios, vendeu-os com o lucro que pôde, e deitou ao desprezo a cidade que estava a construir - para os seus compradores e para nós. E os compradores adquiriram um prédio, sem cuidarem da qualidade envolvente, como se fosse insignificante a cidade que estavam a habitar. Uma cidade do desmazelo, do abandono, do lixo acumulado; uma cidade em que cada um, empreiteiro e compradores, tratou dos seus interesses e deixou para a despesa pública os encargos com o espaço entre os prédios; uma cidade que é uma não-cidade, porque se pensou como uma cidade de prédios quando a cidade é efectivamente o espaço entre os prédios.
De então para cá, muita água correu. Mudou a legislação, mudou a nossa sensibilidade para com os problemas urbanos, mudou o pensamento dos autarcas, mudou a posição relativa daquela zona dentro da cidade de Abrantes, mudaram as exigências dos compradores, mudou certamente também a visão dos urbanizadores. Espero que sim. E, se assim for, as urbanizações não serão hoje, meras construções de edifícios com o abandono dos espaços intermédios.
Também neste caso, a situação em que nos encontramos hoje é o resultado do caminho que fizemos. Ou seja, como sempre... para onde quer que vás, já lá estás.

 

O real, o possível

É claro que o real não é só o existente. É o existente mais o possível.
É claro que o real casa muito bem com o sonho, mas casa muito mal com a espera.
O real casa muito bem com o agir, mas degenera com a demissão.
A crise em que nos encontramos é sobretudo resultado de nos termos demitido de agir, de construir aquilo que queremos, de garantir de facto aquilo que desejamos.
Preferimos ficar à espera, na reivindicação ingénua de que outros têm a obrigação de fazer por nós aquilo que nós não queremos fazer.
Está à vista.
A porta de saída deste buraco é outra.
O possível é possível. Mas tem de ser feito. Construído. Em vez da lamentação, a acção.

 

Direito ou ameaça?

Um direito a que não corresponde uma garantia não é um direito, é uma ameaça.
Um direito a que não corresponda uma possibilidade - real - de satisfação é uma condenação. Um direito que não esteja enraizado na realidade é um buraco.

 

E a saúde

Antes que seja tarde, os economistas já nos estão a avisar de que, dentro de 15 anos, o sistema de saúde será incomportável. Um dia eu disse na Antena Livre que teríamos de pensar o problema da saúde, porque não é possível que as despesas cresçam a um ritmo superior às receitas sem que haja uma impossibilidade real de manter o sistema.
Puxaram-me logo as orelhas. Que sim, a saúde tem de ser gratuita.
Tudo bem. Sobretudo se for a minha e dos meus. O que eu não suporto (é a minha forma - provocatória - de falar) é que me digam apenas que "tem que ser gratuita" sem me dizerem também quem a paga.
Se continuarmos no actual caminho, dentro de 10 ou 15 anos estaremos a ver, ou melhor, a representar a mesma telenovela.É claro que eu sei que há nisto interesses enormes, à espera das soluções que mais lhes convierem. Eu sei isso, e acho que é normal. O que não acho nada normal é que nós, e os nossos sindicatos, não façamos o mesmo. Isto é, que não façamos alguma coisa para que as soluções a doptar sejam as que nos convêm de verdade.

 

Os direitos, as opções

Hoje, vivemos uma crise com a questão das reformas. Digo-a em termos pessoais. Já me faltavam uns 3 ou 4 anos para a reforma, mas agora ainda tenho de esperar mais uns 12... e isto no caso de alguma vez me poder reformar.
- Roubo! Injustiça! - gritamos mais ou menos todos, sob comando dos nossos sindicatos que lutam pelos nossos justos direitos.
Só que... as coisas, se me ponho a pensar, aparecem-me de modo um pouco diferente.
Há uma dezena de anos que ouço os economistas dizerem-me que o sistema de segurança social iria entrar em ruptura. Há uma dezena de anos.
Hoje, os mesmos economistas, da esquerda até à direita, dizem-me que só tenho, de facto, duas opções: ou me reformo já e fico a curto prazo sem reforma, ou adio a reforma e talvez tenha alguma coisa quando me reformar. Os sindicatos, gloriosamente, dizem: - Ele tem direito à reforma.
Mas, por mais que eu tenha procurado ouvir, não ouvi ninguém explicar como é que esse direito pode ser efectivo.
Mas há anos que tenho olhado à volta e constatado um panorama que, fui-o prevendo e vejo-o agora, nos trouxe até aqui.
Empresas e mais empresas que fizeram a sua reconversão mandando trabalhadores para a reforma, ou seja, à custa da Segurança Social. Quem refilou, durante todo este tempo?
Gente esperta meteu baixa sem estar doente, alguns deles para trabalharem noutro lado, à custa da Segurança Social. Quem refilou, durante todo este tempo?
Falsos doentes simularam incapacidades para se reformarem e continuarem noutro lado a trabalhar, por vezes naquilo em que se haviam declarado incapazes, à custa da Segurança Social. Quem refilou, durante todo este tempo?
Falsos desempregados, meses e meses, anos e anos a viver à custa da Segurança Social. Quem refilou, durante todo este tempo?
Contratos simulados com altos ordenados, apenas escritos mas não pagos, para darem origem a boas maquias no desemprego ou na reforma, à custa da Segurança Social. Quem refilou, durante todo este tempo?
Gente e mais gente reformada em idade para trabalhar, por benefícios que agora nos mostram o que está à vista. Quem refilou, durante todo este tempo?
Digam-me o que disserem, acredito que a taxa de natalidade tem alguma culpa neste negócio. Mas a sua principal função, aqui, é fazer esquecer aquilo que foi o caminho que todos percorremos, mas que agora nos convém ignorar. Que foi assim que fomos esgotando os recursos e as possibilidades que hoje nos faltam.
Era possível as coisas terem acontecido de outro modo. Mas por que não aconteceram? E quem, então, levantou a voz?
Então, porque gritamos agora? E por que gritamos?

 

A metafísica

O mal é da metafísica. Os nossos pensadores crêem, e os não pensadores ainda mais, que há uma ordem metafísica onde a nossa realidade está inscrita e a nossa salvação está agarantida. Apenas há o contratempo de "os políticos" serem maus e prejudicarem os portugueses. Nada mais errado.
Nem os nossos políticos são piores do que nós, nem o nosso lugar está garantido por alguma vontede de Deus, do Destino ou do que quer que seja.
A realidade é aquela que é - e não aquela que desejaríamos. E aquela que é resulta do que fizemos ontem, e a que será resulta do que estamos a fazer hoje - num contexto que é aquilo que os outros fizeram e fazem.
Para onde quer que vás, já lá estás.Nós poetamos uma ordem metafísica que é independente daquilo que fazemos. E, depois, deparamo-nos com uma realidade nada poética.

 

Pessimismo?

Não, não sou pessimista. Nem optimista.
Sei apenas que é possível, mas não é garantido, que haja uma reacção no sentido correcto, isto é, naquele de que podemos esperar os resultados que desejamos.

 

Ingovernabilidade

Continuo a pensar que com estas pessoas e estas instituições, não há futuro para nós, portugueses - para nós, abrantinos. Quero com isto dizer que, com aquilo que somos e fazemos, com o nosso modo de ser e funcionar, não temos hipótese. Nem sequer de ficar no lugar em que nos encontramos.
Não é que estejamos mal. Somos um pequeno país que, entre 200, se situa entre o 30º e o 40º lugar. Nada mau. O problema não é esse.
O problema é que, assim, como funcionamos, não vamos permanecer neste lugar. Vamos, sim, caindo, caindo... para lugares em que recusamos estar, em que não podemos ver-nos.
E o problema está, repito-o, em todos os pontos do sistema social que é Portugal. Só há raras coisas que funcionam com a qualidade que se impõe para obtermos o mínimo que desejamos. O resto, a grande maioria, tem níveis de desempenho abaixo de cão.
Quero eu dizer, como venho dizendo há anos, que o problema não está, e portanto a solução não pode estar, no Governo. Qualquer que ele seja. A solução só pode passar por uma revolução social, política e cultural que altere o modo de ser e estar, ou seja, de funcionar, das pessoas que somos e das instituições que regem a nossa vida.
Quer ao nível nacional, quer ao nível local.
Não uma revolução imposta de cima, mas construída, como tudo o que é eficaz, de baixo para cima.O resto... é ilusionismo: parece que é, mas não é.

 

Atraso

Quando eu era novo, dizia-se que Portugal andava 100 anos atrasado relativamente aos países mais avançados. Mas não tínhamos indicadores seguros.
Hoje, o Público apresenta indicadores que nos dizem de forma clara que Portugal vai 70 anos atrasado relativamente aos países da frente na Europa: 20 anos de atraso relativamente à média dos 25, mais 50 relativamente à Dinamarca que vai à frente, com os EUA. A Europa dos 15 vai cerca de 60 anos à nossa frente.
Eu continuo a achar que Portugal é um país de poetas: quer ir no pelotão de trás, à boleia do carro vassoura, mas ganhar os mesmos prémios dos que cortam a meta nos primeiros lugares.

 

Preguiça

Maria Helena da Rocha Pereira, catedrática jubilada da Universidade de Coimbra e recentemente agraciada com dois importantes prémios, diz hoje no Público:
«A aplicação ao trabalho infelizmente é muito deficitária no nosso país. Estou a dar outro nome àquilo que vulgarmente se chama preguiça. A nossa preguiça impede o desenvolvimento do país.»Onde é que eu já ouvi isto?

 

Todos e cada um

Leio no DN (3Fev). «Portugal falha metas da reciclagem de plásticos. Taxa de reciclagem do plástico deverá ficar-se pelos 11%. Mas os objectivos da União Europeia exigem que pelo menos 15% das embalagens colocadas no mercado sigam para reciclar.»
Mais uma vez, Portugal não consegue estar ao nível do que lhe é pedido. E há alguma dúvida de que este incomprimento se deve, não só mas também, ao facto de nós, de cada um de nós, não fazermos o que nos compete?Insisto, embora com poucas esperanças: uma das características de um sistema ultracomplexo é ser instável em todos o spontos, pelo que o comportamento de uma sociedade, como a portuguesa, fica-se a dever ao comportamento de todos e cada um dos seus pontos. Isto é, de todos e cada um dos cidadãos e de todos e cada um dos lugares de poder.

 

A escola e os valores

Num meio social onde tão pouco se discute a sério sobre a escola, ganha particular importância a realização das II Jornadas Pedagógicas promovidas pela Escola Dr. Solano de Abreu, no passado dia 3 de Fevereiro. O tema foi o mais actual: Escola: que valores para o século XXI. Não pude acompanhar a totalidade dos trabalhos, mas espero que tenham corrido bem. Isto é, que os participantes tenham saído dali com pistas para uma melhor escola.
Permito-me, no entanto, deixar um tema para reflexão (que não sei se foi abordada).
Um dos valores centrais na escola tem de ser, necessariamente, o conhecimento. A escola é um centro de aproriação de conhecimento. Se o conhecimento não for um valor central na escola, ela é o quê?
Ora bem, uma das formas de medir o valor que uma escola concreta atribui a isso que se chama conhecimento, nomeadamenta ao conhecimento científico, é verificar como é que o conhecimento científico que diz respeito à operação de ensinar está a ser incorporado no sprocessos de produção da escola.
É que se não há apropriação do conhecimento, nomeadamente do que se vem produzindo sobre o processo de ensino-aprendizagem, é porque a escola não dá valor ao conhecimento.
Perguntemos-nos, por isso: que lugar têm a Psicologia da Aprendizagem e do desenvolvimento, a Sociologia da Educação, a Filosofia da Educação, a História da Educação, a Economia da Educação, a Gestão Educativa, etc. nas nossas escolas?
A resposta não pode deixar de ser significativa. E ela é diferente de escola para escola, pelo que não vale fazer batota e evitar encontrar a resposta fazendo de conta que já se sabe qual é.
P.S. - Já ouço a velha conversa sobre as Ciências da Educação. Mas ela própria é sobretudo sintoma. De?

 

Herois, santos e génios

Se é verdade que muito do pensamento colectivo no Ocidente se situou à volta destes três conceitos (José Heleno falou disso nas II Jornadas Pedagógicas promovidas pela Escola Dr. Solano de Abreu), também parece verdade que ainda hoje alimentamos o cultos de novos santos, herois e génios.
Não foi isso o que vimos à volta de Bill Gates por estes dias?

 

Homossexuais - 2

Já agora, como é a educação sexual nas escolas quer dos seus homossexuais, quer dos outros sobre a homossexualidade?
Não esqueçamos que na escola se forma uma boa parte do pensamento social dos actuais jovens e futuros adultos.

 

Homossexuais - 1

O recente caso de matrimónio frustrado de Helena e Teresa fez-me recordar a também recente estatística sobre a existência de cerca de um milhão de homossexuais e bissexuais em Portugal. É um valor - 10% - que apenas vem confirmar outros inquéritos anteriores.
Podemos, portanto, estimar que no concelho de Abrantes haverá qualquer coisa como 4.000 homossexuais e bissexuais. E podemos perguntar: que é feito deles? onde estão?
Não é que me interesse muito coscuvilhar sobre os interesses sexuais dos meus conterrâneos. O problema é outro, justamente ao contrário. Nós não sabemos quem são porque eles não arriscam dar-se a conhecer. Porque pagariam um custo demasiado elevado.
E somos nós os cobradores desse custo, não?Falta ainda quanto tempo para que, entre nós, um homossexual não tenha de andar receoso de os outros descubram aquilo que ele se sente obrigado a proteger?

05 February 2006

 

Marcas, oportunidades - 2

Por isso insisto: perdemos constatemente as horas e os dias de oferecer aos nossos jovens oportunidades de desenvolvimento eficazes e amplificadoras. E aos adultos também.

 

Marcas, oportunidades

Por coincidência, ou não há coincidências?, o revista Xis, do Público de hoje (4 Fev), sobre o tema “pessoas que nos marcaram”, escreve:
«Ao longo da nossa vida temos encontros que nos marcam e transformam. Representam oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento, e apoiam os nossos sonhos e ideais, levando-nos a realizar os nossos projectos.».

 

Curiosidade

Também estou para ver como é que aqueles que ridicularizaram e acusaram de imbecil a tese do “choque de civilizações” vão agora comentar o novo incêndio que alastra pelo mundo islâmico a propósito das caricaturas do Profeta.

04 February 2006

 

A água corre para o mar

Li e publico, para testemunho de que há casos de professores que marcam definitivamente os seus alunos. Mais: continuo a acreditar que o mais decisivo está feito no final do primeiro ciclo.

Oi Professora Juca
Queria dizer-lhe que estamos com muitas saudades suas.
Quem lhe escreve são as suas alunas --- e ---.
Desculpe não termos ido visitá-la muitas vezes, mas não é por nossa culpa, mas sim por falta de tempo.
Temos saudades das suas aulas: dos poemas, dos teatros. É pena que já não dê aulas foi a melhor professora que nós já tivemos!
Nós as duas agora estudamos na Escola Dr. Solano de Abreu.
E não se preocupe temos boas notas!
Ás vezes nós as duas ficamos apensar nos bons tempos da primária...
Nós adorávamos representar e declamar!
Ainda nos lembramos de ir às aulas
[das outras turmas] mostrar os teatros.
E agora que estamos a dar a poesia lembramo-nos cada vez mais e sentimos muitas saudades!!!
Lembrámo-nos de escrever esta carta porque tivemos uma aula com o seu marido de manhã! Foi uma aula de substituição!
Professora gostávamos muito de receber uma carta sua!
Podia mandar pelo seu marido...
Beijinhos das:
---
[e] ---
Adoramo-la muito ! !

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