27 May 2005
«As variedades de Proteu »
É claro, tenho escrito aqui depois de alguns bons espectáculos. Dizem-me que «assim não vale». Bom, a informação está disponível, anda por aí. Repito, «é preciso avisar toda a gente» de que quem não apanha o comboio fica no cais. Mas... desta vez digo eu.
As variedades de Proteu são um espectáculo de "ópera barroca de marionetas" que chega com a fama de ser um espectáculo extraordinário e a assinatura de selecção e programação da Artemrede. Transcrevo.
«Assinalando o 3º aniversário do nascimento de António José da Silva, "o Judeu", a Artemrede apresenta a ópera As Variedades de Proteu, estreada em 1737, com a fascinante música barroca de António Teixeira. Esta história mágica e cómica, de amores trocados entre príncipes e princesas da Antiguidade, será apresentada, tal como na época, com marionetas, oito cantores e orquestra, numa co-produção do Festival de Música de Alcobaça e da companhia S.A. Marionetas.»
Um espectáculo raro, portanto. Quando? No próximo dia 2 de Junho, à hora e no local do costume.
As variedades de Proteu são um espectáculo de "ópera barroca de marionetas" que chega com a fama de ser um espectáculo extraordinário e a assinatura de selecção e programação da Artemrede. Transcrevo.
«Assinalando o 3º aniversário do nascimento de António José da Silva, "o Judeu", a Artemrede apresenta a ópera As Variedades de Proteu, estreada em 1737, com a fascinante música barroca de António Teixeira. Esta história mágica e cómica, de amores trocados entre príncipes e princesas da Antiguidade, será apresentada, tal como na época, com marionetas, oito cantores e orquestra, numa co-produção do Festival de Música de Alcobaça e da companhia S.A. Marionetas.»
Um espectáculo raro, portanto. Quando? No próximo dia 2 de Junho, à hora e no local do costume.
«Escapadinha dos Mourões»
Cerca de 370 crianças e jovens, enquadrados por um grupo significativo de dirigentes e de membros da Comissão de Pais, além de outros "amigos", viveram a 3ª edição da «Escapadinha dos Mourões», uma iniciativa do Agrupamento de Escuteiros do Rossio que trouxe a Abrantes escuteiros de várias zonas do país.
Não haja qualquer dúvida: uma das coisas de que as crianças e os jovens mais precisam é de experiências que marquem positivamente para toda a vida. É aquilo que pretende o Escutismo, um movimento de educação que visa promover todas as dimensões da vida humana, o «homem todo», mas com algumas características infelizmente singulares: em contacto com a natureza, em equipa, com ampla margem de iniciativa às crianças e jovens (de acordo com as idades), mas também de fraternidade (interpessoal e universal), em espírito de aventura, jogo e descoberta...
«Começámos quase como uma brincadeira, há três anos, com cerca de 100 participantes. Agora já tivemos aqui quase 400 pessoas. Cremos poder crescer até cerca dos 500 participantes.»
Na cerimónia de encerramento, com alegria e satisfação misturada de cansaço, disseram «até para o ano».
Não haja qualquer dúvida: uma das coisas de que as crianças e os jovens mais precisam é de experiências que marquem positivamente para toda a vida. É aquilo que pretende o Escutismo, um movimento de educação que visa promover todas as dimensões da vida humana, o «homem todo», mas com algumas características infelizmente singulares: em contacto com a natureza, em equipa, com ampla margem de iniciativa às crianças e jovens (de acordo com as idades), mas também de fraternidade (interpessoal e universal), em espírito de aventura, jogo e descoberta...
«Começámos quase como uma brincadeira, há três anos, com cerca de 100 participantes. Agora já tivemos aqui quase 400 pessoas. Cremos poder crescer até cerca dos 500 participantes.»
Na cerimónia de encerramento, com alegria e satisfação misturada de cansaço, disseram «até para o ano».
Encontro de Associações Juvenis
Em Vale das Mós, decorreu no passado dia 21, Sábado, o Encontro de Associações Juvenis do Concelho de Abrantes. O primeiro.
Não sei como foi, apenas assisti um pouco à animação da tarde.
Mas é importante que as associações juvenis existam, que se encontrem, que se organizem, que dêem saltos qualitativos na qualidade daquilo que produzem.
Por aquilo que vi, há ainda muito caminho para andar, mas é andando que se faz o caminho. Quem só aceita começar pelos resultados de uma longa viagem, nunca sairá do lugar de partida. Mas como, em última análise, nunca se está parado, quem não aceita partir imediatamente se coloca a andar para trás.
Muito haveria a dizer sobre o lugar social e político das associações juvenis, mas não é este o lugar. O importante é, agora e aqui, reconhecer que existem, que são uma oportunidade e que oportunidades não há muitas. E que os nossos jovens precisam, como de pão para a boca, de espaços de crescimento, isto é, de estruturas que lhes favoreçam uma viagem de qualidade – isto é, qualificantes - para o futuro que desejam e que apenas existirá se o construírem.
A propósito. Quantas associações juvenis existem no concelho. E quais são? E dedicam-se a quê? E porque não há mais e outras?
Não sei como foi, apenas assisti um pouco à animação da tarde.
Mas é importante que as associações juvenis existam, que se encontrem, que se organizem, que dêem saltos qualitativos na qualidade daquilo que produzem.
Por aquilo que vi, há ainda muito caminho para andar, mas é andando que se faz o caminho. Quem só aceita começar pelos resultados de uma longa viagem, nunca sairá do lugar de partida. Mas como, em última análise, nunca se está parado, quem não aceita partir imediatamente se coloca a andar para trás.
Muito haveria a dizer sobre o lugar social e político das associações juvenis, mas não é este o lugar. O importante é, agora e aqui, reconhecer que existem, que são uma oportunidade e que oportunidades não há muitas. E que os nossos jovens precisam, como de pão para a boca, de espaços de crescimento, isto é, de estruturas que lhes favoreçam uma viagem de qualidade – isto é, qualificantes - para o futuro que desejam e que apenas existirá se o construírem.
A propósito. Quantas associações juvenis existem no concelho. E quais são? E dedicam-se a quê? E porque não há mais e outras?
Escolhas
A vida é feita de escolhas. Mais que isso, a vida é feita pelas escolhas que vamos fazendo. São elas que nos vão configurando por dentro.
Quem escolhe escolhe-se. Escolhe ser aquilo que escolhe.
Quem escolhe entre a Telenovela ou a Quinta das Vaidades ou a Alma Grande está a tornar-se num certo tipo de pessoa, pessoa que se alimenta daquilo que escolhe.
Há dois tipos de escolha. A escolha em resposta a alternativas que lhe colocam e escolha de uma alternativa àquilo que lhe oferecem. Parece o mesmo, mas não é, nem de longe.
Cada escolha é uma opção por um caminho. Um caminho leva sempre a algum lado. Diferentes caminhos levam a sítios diferentes. Ou seja: diferentes escolhas fazem pessoas diferentes.
Isto é ainda muito difícil de perceber por uma cultura que assenta toda a sua História no pressuposto de que o homem é espírito e que o espírito é a-histórico, anti-histórico, e portanto é aquilo que é sem ser transformação, e que os verdadeiros caminhos estão feitos e levam a destinos já determinados à partida. Mas... e se não for assim? E nada do que nos é dado observar nos permite concluir que assim seja. Bem pelo contrário.
«Caminhante, não há caminho. O caminho faz-se caminhando.» (António Machado) Não há caminho nem há lugar de chegada. O caminho faz-se caminhando e é caminhando que se faz o lugar de chegada. Pelas escolhas que vamos fazendo.
Quem escolhe escolhe-se. Escolhe ser aquilo que escolhe.
Quem escolhe entre a Telenovela ou a Quinta das Vaidades ou a Alma Grande está a tornar-se num certo tipo de pessoa, pessoa que se alimenta daquilo que escolhe.
Há dois tipos de escolha. A escolha em resposta a alternativas que lhe colocam e escolha de uma alternativa àquilo que lhe oferecem. Parece o mesmo, mas não é, nem de longe.
Cada escolha é uma opção por um caminho. Um caminho leva sempre a algum lado. Diferentes caminhos levam a sítios diferentes. Ou seja: diferentes escolhas fazem pessoas diferentes.
Isto é ainda muito difícil de perceber por uma cultura que assenta toda a sua História no pressuposto de que o homem é espírito e que o espírito é a-histórico, anti-histórico, e portanto é aquilo que é sem ser transformação, e que os verdadeiros caminhos estão feitos e levam a destinos já determinados à partida. Mas... e se não for assim? E nada do que nos é dado observar nos permite concluir que assim seja. Bem pelo contrário.
«Caminhante, não há caminho. O caminho faz-se caminhando.» (António Machado) Não há caminho nem há lugar de chegada. O caminho faz-se caminhando e é caminhando que se faz o lugar de chegada. Pelas escolhas que vamos fazendo.
«Alma Grande»
Foi um momento único, e mágico, no cine-teatro de S. Pedro. Teatro, música, canto, dança, tradição popular, literatura, inovação estética, apuro formal, profundo lirismo... Quem perdeu não sabe o que perdeu.
«Alma grande» é um conto de Miguel Torga, que traz à superfície linhas profundas e misteriosas da vida popular. Mas é também o nome de um peça de teatro montada pel’ O Bando, numa encenação de João Brites. Uma obra prima, pode dizer-se.
Além do seu valor como objecto teatral de elevada qualidade formal, tem ainda a particularidade de ser uma profundíssima reflexão sobre os grandes mistérios da vida humana, e da nossa organização social. O desejo de viver e o medo da morte, o desejo de morrer em paz e o desejo de acabar com o sofrimento dos nossos, e também com o nosso próprio sofrimento, a vingança, a interrogação, a necessidade de compreender, e de agir, e a luta interior na acção que nos ultrapassa. E o problema sempre actual da eutanásia...
Foi a primeira apresentação do projecto Artemrede. Ficamos à espera de mais.
Entretanto, «é preciso avisar toda a gente» de que ou se apanha o comboio ou se fica no cais a dizer adeus àqueles que vão.
«Alma grande» é um conto de Miguel Torga, que traz à superfície linhas profundas e misteriosas da vida popular. Mas é também o nome de um peça de teatro montada pel’ O Bando, numa encenação de João Brites. Uma obra prima, pode dizer-se.
Além do seu valor como objecto teatral de elevada qualidade formal, tem ainda a particularidade de ser uma profundíssima reflexão sobre os grandes mistérios da vida humana, e da nossa organização social. O desejo de viver e o medo da morte, o desejo de morrer em paz e o desejo de acabar com o sofrimento dos nossos, e também com o nosso próprio sofrimento, a vingança, a interrogação, a necessidade de compreender, e de agir, e a luta interior na acção que nos ultrapassa. E o problema sempre actual da eutanásia...
Foi a primeira apresentação do projecto Artemrede. Ficamos à espera de mais.
Entretanto, «é preciso avisar toda a gente» de que ou se apanha o comboio ou se fica no cais a dizer adeus àqueles que vão.
13 May 2005
Uma corda
Hoje partiu-se-me uma corda. Uma corda há muito em uso. E creio que não há destas cordas à venda.
10 May 2005
10 anos
Há 10 anos, a vida em Abrantes não era bem aquilo que é hoje. Às vezes já não nos lembramos.
A Biblioteca Municipal tinha sido inaugurada há pouco e, por isso, ainda não tinha uma presença significativa. Estava a aprender a ser. O cine-teatro S. Pedro estava fechado por ameaçar ruína. O Orfeão da Abrantes continuava a sua actividade, mas tinha já perdido parte da força que tivera antes na vida da cidade.
E mais? Não havia ainda galeria de arte. A única livraria estava decadente. Não havia uma associação a produzir qualquer actividade além da música. A vida cultural abrantina era "uma apagada e vil tristeza".
Foi por isso, por uma sensação forte de falta e perda ,que, faz agora há 10 anos, um grupo de pessoas se lançou no desafio de criar uma associação que fosse resposta a este estado de coisas. E em Julho iria fazer-se a escritura pública de constituição da Palha de Abrantes – Associação de Desenvolvimento Cultural. Foi há 10 anos. E, como diz o cantor, «10 anos é muito tempo».
A Biblioteca Municipal tinha sido inaugurada há pouco e, por isso, ainda não tinha uma presença significativa. Estava a aprender a ser. O cine-teatro S. Pedro estava fechado por ameaçar ruína. O Orfeão da Abrantes continuava a sua actividade, mas tinha já perdido parte da força que tivera antes na vida da cidade.
E mais? Não havia ainda galeria de arte. A única livraria estava decadente. Não havia uma associação a produzir qualquer actividade além da música. A vida cultural abrantina era "uma apagada e vil tristeza".
Foi por isso, por uma sensação forte de falta e perda ,que, faz agora há 10 anos, um grupo de pessoas se lançou no desafio de criar uma associação que fosse resposta a este estado de coisas. E em Julho iria fazer-se a escritura pública de constituição da Palha de Abrantes – Associação de Desenvolvimento Cultural. Foi há 10 anos. E, como diz o cantor, «10 anos é muito tempo».
A terra
O jardim Actor Taborda parece estar a ficar pronto. Não tenho ainda uma apreciação global, mas um olhar de relance fez-me saltar algumas reflexões.
E a terra? Não me refiro à Terra como planeta, mas à terra, ao chão de terra, à terra suja.
Sabemos que as crianças precisam de terra, de mexer na terra, de se sujarem na terra e na lama. Mas cada vez menos isso é possível. Porque cada vez menos há terra onde mexer.
Andei na escola nos Quinxosos. O largo era de terra e de terra era também o páteo da escola. No Inverno jogávamos ao prego e quando chovia brincávamos às barragens. Agora, o largo está urbanizado, alcatroado e calcetado, e o espaço da escola também já não é de terra batida.
Olhos para os parques infantis. Baniram a terra.
Creio que tudo isto é sobretudo porque os pais não querem que as crianças se sujem e, menos ainda, que venham sujar a casa. A casa e a roupa ficam mais limpas... e os filhos menos saudáveis.
Creio que este horror à terra é um sintoma, mas sobretudo um símbolo, de uma sociedade onde... como hei-de dizer? O que facilita a vida é bom, independentemente do preço a pagar por essa facilidade.
E a terra? Não me refiro à Terra como planeta, mas à terra, ao chão de terra, à terra suja.
Sabemos que as crianças precisam de terra, de mexer na terra, de se sujarem na terra e na lama. Mas cada vez menos isso é possível. Porque cada vez menos há terra onde mexer.
Andei na escola nos Quinxosos. O largo era de terra e de terra era também o páteo da escola. No Inverno jogávamos ao prego e quando chovia brincávamos às barragens. Agora, o largo está urbanizado, alcatroado e calcetado, e o espaço da escola também já não é de terra batida.
Olhos para os parques infantis. Baniram a terra.
Creio que tudo isto é sobretudo porque os pais não querem que as crianças se sujem e, menos ainda, que venham sujar a casa. A casa e a roupa ficam mais limpas... e os filhos menos saudáveis.
Creio que este horror à terra é um sintoma, mas sobretudo um símbolo, de uma sociedade onde... como hei-de dizer? O que facilita a vida é bom, independentemente do preço a pagar por essa facilidade.
08 May 2005
Blogues de Abrantes
Os blogues estão na moda. Ou tornaram-se uma peça necessária?
A verdade é que se multiplicam por todo o lado, e também em Abrantes. Fiz uma pequena viagem pela blogolândia à procura de pegadas de abrantinos e aqui deixo os resultados, depois de um pedido: se conhecer outro blogue que não conste desta lista, agradeço a sua indicação, para incluí-lo (se for de um abrantino residente ou se tiver Abrantes como objecto). E vamos a eles, por ordem alfabética.
http://abranteimas.blogspot.com
http://abrantespsd.blogspot.com/
http://animo-reload.blogspot.com
http://bornin64.blogspot.com
http://construiofuturo.blogspot.com
http://domustempli.blogspot.com
http://escolassim.blogspot.com
http://filosofalando.blogspot.com
http://ganharabrantes.blogspot.com
http://jactiva.blogspot.com
http://lfacoleho.blogspot.com
http://mantadetrapos.blogspot.com
http://motg.blogs.sapo.pt
http://mour.blogs.sapo.pt
http://objectivoportugal.blogspot.com
http://oleitor.blogspot.com
http://pedropmarques.blospot.com
http://preca.blogspot.com
http://psabrantes.blogspot.com
http://universoscriticos.blogspot.com
http://www.abrantices.blogspot.com/
http://www.corvosabt.blogspot.com/
e ainda 3 sítios ou páginas web:
http://abrantesdigital.web.pt
http://www.mardeabrantes.com/
http://psdabrantes.com
Como será fácil de constatar, são muito diferentes entre si, e alguns estão já parados há algum tempo. Mas denotam algum dinamismo na blogosfera.
A verdade é que se multiplicam por todo o lado, e também em Abrantes. Fiz uma pequena viagem pela blogolândia à procura de pegadas de abrantinos e aqui deixo os resultados, depois de um pedido: se conhecer outro blogue que não conste desta lista, agradeço a sua indicação, para incluí-lo (se for de um abrantino residente ou se tiver Abrantes como objecto). E vamos a eles, por ordem alfabética.
http://abranteimas.blogspot.com
http://abrantespsd.blogspot.com/
http://animo-reload.blogspot.com
http://bornin64.blogspot.com
http://construiofuturo.blogspot.com
http://domustempli.blogspot.com
http://escolassim.blogspot.com
http://filosofalando.blogspot.com
http://ganharabrantes.blogspot.com
http://jactiva.blogspot.com
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http://motg.blogs.sapo.pt
http://mour.blogs.sapo.pt
http://objectivoportugal.blogspot.com
http://oleitor.blogspot.com
http://pedropmarques.blospot.com
http://preca.blogspot.com
http://psabrantes.blogspot.com
http://universoscriticos.blogspot.com
http://www.abrantices.blogspot.com/
http://www.corvosabt.blogspot.com/
e ainda 3 sítios ou páginas web:
http://abrantesdigital.web.pt
http://www.mardeabrantes.com/
http://psdabrantes.com
Como será fácil de constatar, são muito diferentes entre si, e alguns estão já parados há algum tempo. Mas denotam algum dinamismo na blogosfera.
Autárquicas 2005 - PS
O PS apresentou os seus candidatos à presidência das 19 freguesias do concelho. Chegou-se à frente, se assim se pode dizer, e marcou o território, ou a agenda política. À primeira vista, conjuga um lote de recandidaturas com um bom lote de novos candidatos que, espera-se, podem dar uma nova dinâmica à vida política local. Os novos candidatos são também candidatos novos, e com níveis mais elevados de formação escolar. Pode ser que tudo isso traga sangue novo. Como creio já ter aqui dito, estamos já no tempo em que a autarquia de base, a freguesia, tem de ocupar-se também de outros problemas através de outro tipo de tarefas.
Para a Câmara Municipal, o PS apresenta como base a mesma equipa, portanto sob a condução de Nelson Carvalho, mas introduz - em segundo lugar - Albano Santos, nome de que já se vinha falando. Um primeiro comentário leva-me a dizer que me parece ser bom sinal contrariar a ideia de que em equipa que ganha não se mexe. Mexeu-se. Sempre considerei decisiva a renovação, por isso gosto de vê-la. É verdade que a saída de Júlio Bento obrigava a mudanças, mas não era imperativo que fosse para um segundo lugar. Esta entrada quase por cima só pode significar que não vai ter um papel secundário.
Permito-me referir aqui que o PS vai iniciar aquilo que chamou Fórum Novos Desafios para Abrantes - Encontros de reflexão estratégica. É sempre bom que se pense o que se vai fazer, é sempre indispensável uma reflexão estratégica. E é de louvar que esse exercício seja feito de forma aberta.
Para a Câmara Municipal, o PS apresenta como base a mesma equipa, portanto sob a condução de Nelson Carvalho, mas introduz - em segundo lugar - Albano Santos, nome de que já se vinha falando. Um primeiro comentário leva-me a dizer que me parece ser bom sinal contrariar a ideia de que em equipa que ganha não se mexe. Mexeu-se. Sempre considerei decisiva a renovação, por isso gosto de vê-la. É verdade que a saída de Júlio Bento obrigava a mudanças, mas não era imperativo que fosse para um segundo lugar. Esta entrada quase por cima só pode significar que não vai ter um papel secundário.
Permito-me referir aqui que o PS vai iniciar aquilo que chamou Fórum Novos Desafios para Abrantes - Encontros de reflexão estratégica. É sempre bom que se pense o que se vai fazer, é sempre indispensável uma reflexão estratégica. E é de louvar que esse exercício seja feito de forma aberta.
Santos Lopes
Santos Lopes nasceu no concelho de Abrantes, mas há muito que imigrou, primeiro para os Estados Unidos e depois para o Brasil, onde se fixou. Há dois ou três anos regressou à sua terra com uma grande exposição na Biblioteca Municipal. Desde então, passa metade do ano em São Paulo e a outra metade em Abrantes. Entre nós, podemos vê-lo, através de trabalhos seus, na rotunda da Escola Solano de Abreu, dentro da mesma escola e logo à entrada, numa obra a assinalar os 50 anos da escola, no páteo do convento de S. Domingos, onde se encontra uma escultura sua (não sei se em definitivo) e ainda na área de serviço de Abrantes, da A23, onde se encontram dois trabalhos seus, creio que um cavalo alado e uma homenagem à flor. Um outro trabalho encontra-se em fase de instalação na rotunda à entrada do Rossio.
Vem tudo isto a propósito da exposição que Santos Lopes acaba de inaugurar na Galeria Municipal, onde dá a ver um conjunto de obras que realizou com uma nova técnica de que resultam trabalhos que poderíamos dizer de pintura em três dimensões. Por isso mesmo, a crítica já lhe chamou de "esculpinturas",
Vem tudo isto a propósito da exposição que Santos Lopes acaba de inaugurar na Galeria Municipal, onde dá a ver um conjunto de obras que realizou com uma nova técnica de que resultam trabalhos que poderíamos dizer de pintura em três dimensões. Por isso mesmo, a crítica já lhe chamou de "esculpinturas",
Maria Lucília Moita
Por protocolo, Maria Lucília Moita, pintora, ofereceu à cidade de Abrantes uma colecção de obras representativas do seu percurso artístico e uma colecção documental que apoia o conhecimento dessa obra. Pelo mesmo protocolo, a Câmara Municipal de Abrantes responsabiliza-se por instalar um núcleo museológico dedicado à obra de Lucília Moita e a fazer um trabalho de divulgação e apoio ao estudo da mesma obra.
Foi no dia 7, Sábado, na Biblioteca Municipal, e trata-se de um momento importante, em que a pintora honra a sua cidade de acolhimento através de um gesto superior de cidadania e em que a Câmara assume um trabalho de preservação, estudo e divulgação de uma obra que é já património colectivo.
No mesmo dia e hora, foi apresentado um livro que é um estudo-mostra do que é a obra e tem sido o percurso artístico de Maria Lucília Moita. Num trabalho do historiador de arte Fernando António Baptista Pereira e com edição da Câmara Municipal, trata-se de um trabalho indispensável para consolidar a carreira de um grande artista. E Maria Lucília Moita merece-o. E é mesmo a melhor homenagem que lhe pode ser feita.
Importa dizê-lo. As verdadeiras homenagens não são as que se fazem a uma pessoa depois de morta. Sobretudo que ela foi esquecida enquanto viva. Por isso, é bom que Lucília Moita veja o respeito que merece a sua obra e sinta que ela vai ser continuada após o tempo que lhe vai ser dado para zelar por ela e concluída.
Esta iniciativa, porém, é a oportunidade para lançar duas observações. Primeira. Que este núcleo museológico possa funcionar como desafio para o museu que Abrantes ainda não tem, apesar do esforço já feito no que me atrevo a chamar de núcleo museológico do castelo. Segunda. Se é óptimo homenagear e perpetuar os artistas consagrados, é indispensável apoiar e estimular os artistas (e outros criadores) ainda em fase de gestação ou de consolidação. E se é verdade que não estamos, aí, na estaca zero, muito há ainda por e para fazer.
Foi no dia 7, Sábado, na Biblioteca Municipal, e trata-se de um momento importante, em que a pintora honra a sua cidade de acolhimento através de um gesto superior de cidadania e em que a Câmara assume um trabalho de preservação, estudo e divulgação de uma obra que é já património colectivo.
No mesmo dia e hora, foi apresentado um livro que é um estudo-mostra do que é a obra e tem sido o percurso artístico de Maria Lucília Moita. Num trabalho do historiador de arte Fernando António Baptista Pereira e com edição da Câmara Municipal, trata-se de um trabalho indispensável para consolidar a carreira de um grande artista. E Maria Lucília Moita merece-o. E é mesmo a melhor homenagem que lhe pode ser feita.
Importa dizê-lo. As verdadeiras homenagens não são as que se fazem a uma pessoa depois de morta. Sobretudo que ela foi esquecida enquanto viva. Por isso, é bom que Lucília Moita veja o respeito que merece a sua obra e sinta que ela vai ser continuada após o tempo que lhe vai ser dado para zelar por ela e concluída.
Esta iniciativa, porém, é a oportunidade para lançar duas observações. Primeira. Que este núcleo museológico possa funcionar como desafio para o museu que Abrantes ainda não tem, apesar do esforço já feito no que me atrevo a chamar de núcleo museológico do castelo. Segunda. Se é óptimo homenagear e perpetuar os artistas consagrados, é indispensável apoiar e estimular os artistas (e outros criadores) ainda em fase de gestação ou de consolidação. E se é verdade que não estamos, aí, na estaca zero, muito há ainda por e para fazer.
01 May 2005
Isaltino Morais
O caso Isaltino Morais não é só lá de Oeiras. Trata-se de um "caso exemplar", de uma situação paradigmática, que "vale" por todo o sistema democrático.
Que podemos nós, cada um de nós, fazer para que o líder do PSD não seja obrigado a arrepender-se de ter feito o que devia ser feito?
Lembremo-nos de que os valores não existem por si mesmos. Quando um valor positivo não é promovido, cultivado, defendido, o seu oposto desenvolve-se naturalmente. Sim, porque os verdadeiros valores são construções sociais para nos elevarmos acima do nível da natureza. A natureza é selvagem, os valores são construções que, se não forem defendidas, entram em ruína. Como qualquer construção de pedra.
O que está em causa com Isaltino de Morais, em Oeiras, é a qualidade da nossa vida em cada uma das terras do país.
Que podemos nós, cada um de nós, fazer para que o líder do PSD não seja obrigado a arrepender-se de ter feito o que devia ser feito?
Lembremo-nos de que os valores não existem por si mesmos. Quando um valor positivo não é promovido, cultivado, defendido, o seu oposto desenvolve-se naturalmente. Sim, porque os verdadeiros valores são construções sociais para nos elevarmos acima do nível da natureza. A natureza é selvagem, os valores são construções que, se não forem defendidas, entram em ruína. Como qualquer construção de pedra.
O que está em causa com Isaltino de Morais, em Oeiras, é a qualidade da nossa vida em cada uma das terras do país.
Transficubação
Uma das mágoa que há muito tempo trago como cidadão costumo dizê-la assim: as nossas escolas não sabem que existe o mundo. Há muitas manifestações disso, mas hoje atenho-me apenas a uma.
Quando é que vimos na cidade reflexos da actividade artística nas nossas escolas? E ambas as escolas secundárias têm cursos no domínio das artes. A mimha filha cursou artes na Escola Solano de Abreu e acontece que fizeram uma exposição de escultura com obras dos alunos... no Porto, sim, no Porto, outra no Gavião, mas nenhuma em Abrantes. Na altura ainda foi lançado o desafio para que expusessem na Contracapa, mas sem sucesso.
Mas «a Terra move-se». E justamente por isso não quero deixar passar despercebida a iniciativa do 11º E da Escola Solano de Abreu, com o seu professor Luís Reis, que apresentou nas Biblioteca António Botto a exposição Transficubação. Não falo da exposição em si. Para mim, de momento, o mais importante é que sairam da escola, vieram ao mundo, consideraram-nos importantes a ponto de nos oferecerem o produto do seu trabalho, assumiram a sua responsabilidade de participar na construção da nossa cidade comum, fizeram da arte ponto de diálogo entre nós, desafiaram os nossos olhos habituados às formas rotineiras... Obrigado.
E, melhor ainda, muito melhor, não só estiveram na António Botto como estão a fazer uma "digressão" plástica pelo mundo à nossa volta. Muito obrigado.
Ao professor Luís Reis e aos seus alunos (agora inverto a ordem), parabéns pela inicitiva. E que se é verdade que «ela move-se», que não se mova para trás, e esta seja a partida de um ponto de não retorno.
Quando é que vimos na cidade reflexos da actividade artística nas nossas escolas? E ambas as escolas secundárias têm cursos no domínio das artes. A mimha filha cursou artes na Escola Solano de Abreu e acontece que fizeram uma exposição de escultura com obras dos alunos... no Porto, sim, no Porto, outra no Gavião, mas nenhuma em Abrantes. Na altura ainda foi lançado o desafio para que expusessem na Contracapa, mas sem sucesso.
Mas «a Terra move-se». E justamente por isso não quero deixar passar despercebida a iniciativa do 11º E da Escola Solano de Abreu, com o seu professor Luís Reis, que apresentou nas Biblioteca António Botto a exposição Transficubação. Não falo da exposição em si. Para mim, de momento, o mais importante é que sairam da escola, vieram ao mundo, consideraram-nos importantes a ponto de nos oferecerem o produto do seu trabalho, assumiram a sua responsabilidade de participar na construção da nossa cidade comum, fizeram da arte ponto de diálogo entre nós, desafiaram os nossos olhos habituados às formas rotineiras... Obrigado.
E, melhor ainda, muito melhor, não só estiveram na António Botto como estão a fazer uma "digressão" plástica pelo mundo à nossa volta. Muito obrigado.
Ao professor Luís Reis e aos seus alunos (agora inverto a ordem), parabéns pela inicitiva. E que se é verdade que «ela move-se», que não se mova para trás, e esta seja a partida de um ponto de não retorno.
Festival da Primavera
A Festa da Primavera correu bem. Apesar de alguma ameaça de chuva, o S. Pedro foi bem mais colaborante que no primeiro ano, que choveu a matar.
O momento alto foi a festa da criança e da flor. Com os espantalhos a terem um papel de primeiro plano. Este ano houve uma espécie de confirmação da Festa. Mas também a afirmação de que pode ir mais além. Por exemplo, subir de patamar e tornar-se no Festival da Primavera.
Este é um tempo bom, no ciclo do ano. Pode perfeitamente juntar-se a Vida que renasce, a Criança, a Flor e a Arte. Pode tornar-se o momento em que Abrantes sai à rua depois do recolhimento do Inverno. A festa na rua, o festival na rua. (A festa de Junho é outra coisa.)A Arte pode muito bem ser a música, as artes plásticas e a animação de rua, e até a leitura, de forma a criar um "ambiente" de Festa vivida colectivamente.
Para isso, porém, é necessário que a Câmara, organizadora da Festa da Primavera, se assuma como coordenadora de uma "participação de cidade", colectiva, com várias organizações a trabalharem num mesmo sentido. Um sentido que não seja o projecto da Câmara, mas um projecto concebido em comum e feito em parceria.Há, em Abrantes, produtores de música, de artes plásticas, de teatro, e todos juntos poderiam muito bem fazer um belo Festival da Primavera. (Em Junho, é muito mais difícil, por causa dos testes de fim-de-ano escolar e dos exames.)
Sim, creio que temos um Festival da Primavera à nossa espera. Assim haja quem o aceite como desafio, e o faça.
O momento alto foi a festa da criança e da flor. Com os espantalhos a terem um papel de primeiro plano. Este ano houve uma espécie de confirmação da Festa. Mas também a afirmação de que pode ir mais além. Por exemplo, subir de patamar e tornar-se no Festival da Primavera.
Este é um tempo bom, no ciclo do ano. Pode perfeitamente juntar-se a Vida que renasce, a Criança, a Flor e a Arte. Pode tornar-se o momento em que Abrantes sai à rua depois do recolhimento do Inverno. A festa na rua, o festival na rua. (A festa de Junho é outra coisa.)A Arte pode muito bem ser a música, as artes plásticas e a animação de rua, e até a leitura, de forma a criar um "ambiente" de Festa vivida colectivamente.
Para isso, porém, é necessário que a Câmara, organizadora da Festa da Primavera, se assuma como coordenadora de uma "participação de cidade", colectiva, com várias organizações a trabalharem num mesmo sentido. Um sentido que não seja o projecto da Câmara, mas um projecto concebido em comum e feito em parceria.Há, em Abrantes, produtores de música, de artes plásticas, de teatro, e todos juntos poderiam muito bem fazer um belo Festival da Primavera. (Em Junho, é muito mais difícil, por causa dos testes de fim-de-ano escolar e dos exames.)
Sim, creio que temos um Festival da Primavera à nossa espera. Assim haja quem o aceite como desafio, e o faça.