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13 February 2006

 

Angelina - 3

Continuo desolado. Não sei o que se pode fazer, de facto, com a Angelina.
Já sei que podemos mandá-la para o CRIA, onde tomarão conta dela, durante os 12 anos em que será obrigada a andar na escola. Contudo...
1. Sei que há quem critique essa solução, na medida em que a Angelina tem direito a com-viver com as crianças ditas "normais" e na medida ainda em que juntar as pessoas com certas deficiências pode ser criar um ambiente ele próprio nada normal.
2. Não sei o que se há-de ensinar à Angelina ou fazer com a Angelina durante esses 12 anos, no CRIA ou noutro lado qualquer, porque ela nem sequer aprenderá a ler e a escrever. E há uma escolaridade e programas obrigatórios para todos, não é?
3. Não sei o que se há-de fazer no final. Dá-se ou não à Angelina o diploma do 12º ano, uma vez que ela frequentou a escola durante o tempo em que era obrigada?
4. Sei que mandar a Angelina para uma instituição paralela não pode ser uma forma de esconder ou iludir o problema. Afinal, no fim do 12º ano, a Angelina tem o mesmo problema que qualquer outro jovem: não poderá entrar no mercado de trabalho sem um diploma correspondente à escolaridade obrigatória.
5. Mas, então, que é, que exige, que significa passar-se um diploma no final do 12º ano? Se ela nem pôde aprender a ler e a escrever, um tal diploma, passado à Angelina vai valer o quê? E, se for passado o diploma à Angelina, os outros diplomas do 12º ano valem o quê?
Peço desculpa, mas não tenho respostas.
Aliás, creio que não há respostas.
Mais ainda, creio que o próprio sistema impede que se crie qualquer resposta.
Mas estou disponível para ser desmentido.

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