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06 February 2006

 

Os direitos, as opções

Hoje, vivemos uma crise com a questão das reformas. Digo-a em termos pessoais. Já me faltavam uns 3 ou 4 anos para a reforma, mas agora ainda tenho de esperar mais uns 12... e isto no caso de alguma vez me poder reformar.
- Roubo! Injustiça! - gritamos mais ou menos todos, sob comando dos nossos sindicatos que lutam pelos nossos justos direitos.
Só que... as coisas, se me ponho a pensar, aparecem-me de modo um pouco diferente.
Há uma dezena de anos que ouço os economistas dizerem-me que o sistema de segurança social iria entrar em ruptura. Há uma dezena de anos.
Hoje, os mesmos economistas, da esquerda até à direita, dizem-me que só tenho, de facto, duas opções: ou me reformo já e fico a curto prazo sem reforma, ou adio a reforma e talvez tenha alguma coisa quando me reformar. Os sindicatos, gloriosamente, dizem: - Ele tem direito à reforma.
Mas, por mais que eu tenha procurado ouvir, não ouvi ninguém explicar como é que esse direito pode ser efectivo.
Mas há anos que tenho olhado à volta e constatado um panorama que, fui-o prevendo e vejo-o agora, nos trouxe até aqui.
Empresas e mais empresas que fizeram a sua reconversão mandando trabalhadores para a reforma, ou seja, à custa da Segurança Social. Quem refilou, durante todo este tempo?
Gente esperta meteu baixa sem estar doente, alguns deles para trabalharem noutro lado, à custa da Segurança Social. Quem refilou, durante todo este tempo?
Falsos doentes simularam incapacidades para se reformarem e continuarem noutro lado a trabalhar, por vezes naquilo em que se haviam declarado incapazes, à custa da Segurança Social. Quem refilou, durante todo este tempo?
Falsos desempregados, meses e meses, anos e anos a viver à custa da Segurança Social. Quem refilou, durante todo este tempo?
Contratos simulados com altos ordenados, apenas escritos mas não pagos, para darem origem a boas maquias no desemprego ou na reforma, à custa da Segurança Social. Quem refilou, durante todo este tempo?
Gente e mais gente reformada em idade para trabalhar, por benefícios que agora nos mostram o que está à vista. Quem refilou, durante todo este tempo?
Digam-me o que disserem, acredito que a taxa de natalidade tem alguma culpa neste negócio. Mas a sua principal função, aqui, é fazer esquecer aquilo que foi o caminho que todos percorremos, mas que agora nos convém ignorar. Que foi assim que fomos esgotando os recursos e as possibilidades que hoje nos faltam.
Era possível as coisas terem acontecido de outro modo. Mas por que não aconteceram? E quem, então, levantou a voz?
Então, porque gritamos agora? E por que gritamos?

Comments:
Este post curiosamente só é publicado agora quando o governo é socrático. Se fosse o psd a fazer isto o comentário seria diferente. Interpretações...
 
Tem a certeza, caro anónimo?
Olhe que o digo há muito tempo.
Jana
 
O senhor Jana tem o hábito de "acordar" apenas quando lhe convém. Quando os ventos são contrários ele "hiberna"... ou esconde-se...
 
Isso é verdade, PORQUE podem ser encontados factos ou episódios que mostram isso mesmo.
Mas isso também é mentira, PORque podem ser encontrados factos ou episódios que mostram isso mesmo.
Cada um põe de si muito daquilo que encontra e conclui. Portanto...
 
O post anterior foi "esclarecedor"...
como sempre...
 
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