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04 May 2008

 
Maio de 68
Um pequeno contributo

Em 1974, portanto seis anos depois de Maio de 68 e já depois da Revolução de Abril, no Pego, aqui, perto, os estudantes esperavam a camioneta para Abrantes em completa segregação sexual.
Era em frente ao hoje Pelagus, à frente de uma casa de habitação, num espaço livre até à estrada. Da porta até à estrada havia uma “passadeira” de cimento. Os rapazes, todos os rapazes e nenhuma rapariga, nem uma única, ficavam no espaço da passadeira para o lado do café Martins, enquanto as raparigas, todas as raparigas e nenhum rapaz, nem um único, ficavam no espaço da passadeira para o lado do café Cabaço. Ninguém se atrevia a violar este muro invisível que separava as mentes.
Percebe-se melhor, assim, o que terá significado, como ícone, imagens do teor desta que podemos ainda hoje ver levantadas como uma bandeira:
http://college-de-vevey.vd.ch/auteur/Inedits/mutation_des_signes/liberte.jpg
Não é necessário fazer comentários. São dois mundos cujas diferenças se evidenciam. Mas, se hoje essas diferenças não se vêem - tanto – no terreno, deve-se a que o mundo evoluiu. Por isso alguns podem dizer: Nós ganhámos.
No Pego, havia então já um grupo de teatro, que tinha iniciado os trabalhos em 1973. Mas em Fátima, na sede de freguesia, um grupo de jovens que começou a ensaiar numa garagem foi apedrejado. E se no Pego a coisa foi mais pacífica, isso não significa que não tenha sido convulsionada.
Recordemos também que no liceu de Abrantes, uma aluna teve de abandonar a escola porque ficou grávida.
O corpo e o sexo viviam ainda na caverna de Platão.

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