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12 October 2007

 
A luta essencial
Muitas das análises que se podem ler e ouvir na nossa comunicação social dão claramente a entender um dos pontos de vista errado a presidir à análise. O de que a nossa luta essencial é entre os partidos pelo poder. Naturalmente, é sobretudo uma luta entre o PS e o PSD pelo poder.
Mas não é verdade. Nem pode ser.
A nossa luta essencial é a do país contra quilo que ele não quer e por aquilo que ele quer. E quando digo “ele”, o país, também não estou a referir-se aos partidos. Porque não são eles que são o país. Eles são sobretudo mediadores desse querer e organizadores do país a partir de um complexo sistema de formas no qual actuam e do qual fazem parte.
E, por isso, um partido do governo, qualquer que ele seja, e um partido da oposição, qualquer que ele seja, devem ser avaliados por aquilo que estão a fazer ao país e não pelo simples facto de estarem a agir no sentido do poder ou contra o poder.
Porque há outro pressuposto errado – sim, errado – de que tudo o que é poder é mau e tudo o que é contra-poder é bom. E é por isso que alguns órgãos de comunicação e alguns jornalistas se afirmam expressamente como contra-poder.
Uma tal posição não pode merecer o meu respeito.
Um órgão de comunicação é, antes de mais, ele próprio um poder. O poder de fazer aquilo que faz, e o dever de fazê-lo bem - como qualquer outro poder.
E é por isso que o jornalismo, sobretudo o bom jornalismo, é imprescindível, tal como o é um governo num país, ou a direcção numa escola, ou o treinador numa equipa de futebol. (Por que é assim tão importante que Scolari tenha de ficar fora de jogo nos próximos desafios da Selecção?)

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