.comment-link {margin-left:.6em;}

15 September 2007

 
Os limites
Alguns dos meus leitores, ao que parece, não me perdoam que eu tenha dito que anda por aí «uma filosofia que foi interiorizada por muita gente e que diz que não pode haver limites». Eu repito, para que não haja dúvidas. Uma das marcas negativas da nossa cultura é a incompreensão da natureza saudável dos limites. Lembremos a célebre palavra de ordem de Maio de 68, «é proibido proibir». Tudo o que for derrubar limites, afrontar limites, desconstruir limites é necessariamente bom e saudado como tal.
E depois queixamo-nos, quanto é a nossa vez de levar com os cacos em cima.
Deixem-me contar uma situação. Passou-se comigo, que sou mau, que sou velho, que...
Era um exame de duas horas, no ensino superior. Um aprova escrita. E eu o professor na sala.
Cena 1.
Aluno: - Estou com dores de estômago, posso ir ao bar?
Professor: - Não.
Cena 2.
Aluno: - Posso ir à casa de banho?
Professor: - Não.
Aluno: - Está a gozar?
Professor (irónico): - Estou.
Aluno (já a levantar-se para ir): - Posso?
Professor: - É claro que não.
Aluno: - Nem que eu tenha que chamar uma funcionária.
Professor: (silêncio).
Aluno: - Isso é tortura.
Professor: - (silêncio).
Cena 3.
Aluno: - Posso ir lá fora fumar um cigarro?
Professor: - Nem pensar.
Aluno: - Mas os outros professores deixam. (A afirmação não é necessariamente verdadeira, pode ser apenas estratégia de forçar.)
Professor: - Mas eu sou responsável apenas pelo que se passa nesta sala.
Aluno: - É tão mau!Não creio que os alunos sejam culpados. Eles apenas aprenderam que não há limites e que, portanto...

Comments: Post a Comment



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?