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18 September 2007

 
Avaliação
Ninguém gosta de ser avaliado. É sempre um perigo. Mas eu penso que não há alternativa. Por isso, há muito que peço aos meus alunos que avaliem as minhas aulas. E têm sido eles a permitirem-me fazer correcções importantes, a fazerem-me perceber como são as minhas aulas vistas do lado deles.
Eu, como qualquer outra pessoa, tenho uma tendência irresistível a pensar bem de mim mesmo. Se eu não o fizer, quem o fará? E a pensar bem das minhas aulas. E a imaginar que sim, que mais, que também.
Mas aquilo que as aulas são, e rendem, não depende apenas de mim. Depende também, e muito, dos alunos que são delas actores fundamentais. E quanto mais eu pensar que eles não são importantes, menos as aulas funcionam para o que deviam.
No ano passado fui um pouco além no que lhes pedi. Há anos já que na ESTA, onde também dou aulas, pelo aos meus alunos que me atribuam uma nota - a mim, sim. Mas nunca o tinha feito no secundário. Fi-lo no ano passado. No final do ano. Apenas no 10º.
Dei-lhes uma ficha para preencherem de modo a que não tivessem que escrever letras, só cruzes e uma nota numérica.
Quando recebi as fichas, não pude apresentar os resultados das cruzes que tinham sido feitas, mas li, de seguida, as notas numéricas que cada um me tinha dado. Foram bons os resultados. Mas em cada uma das turmas houve um aluno, ou aluna, que me deu um 7. Isso mesmo, um sete.Se eu não tivesse tomado esta iniciativa, nunca teria percebido que pelo menos estes dois alunos tiveram uma opinião negativa sobre o meu / nosso trabalho. É claro que isso diz pouco, seria necessário perceber o porquê. Mas é muito importante nós darmo-nos conta de que do outro lado também há olhos e não vêem o mesmo que nós.

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