07 June 2007
A realidade, o conhecimento
Há meses, um jornal britânico publicava os resultados de uma sondagem aos ingleses sobre Tony Blair. O resultado era uma acusação de que o Primeiro Ministro britânico «tinha perdido o contacto com a realidade» do seu país.
Deixem-me ver se percebo. O homem está há 10 anos no topo do poder (esqueçamos os anos de política que já tinha), todos os dias lhe passam pela mão problemas de todo o tipo tanto internos como externos, tem acesso a relatórios públicos e aos mais confidenciais, contacta com gente de todos os tipos, a ele reportam responsáveis de todo o tipo de sectores, etc., etc., etc. Quem é, então, que contactos tem, nesse caso, o cidadão inquirido pela sondagem para atribuir-se um melhor conhecimento do seu país?
A resposta é simples: não tem melhor conhecimento. Se houvesse que decidir entre os dois, teríamos de fazê-lo por Blair e não pelo cidadão comum.
Mas, então, a queixa não faz sentido? Faz, é claro, pelo menos para quem a expressa.
De facto, T. Blair tem da sociedade inglesa 10 anos de experiência, mas da experiência possível do lugar onde viveu esses 10 anos. Pelo contrário, o cidadão comum tem 10 anos de experiência da sociedade inglesa do lugar onde viveu esses 10 anos, que não tfoi o mesmo que ocupou Blair.
Experiências diferentes dão conhecimentos diferentes. Lugares diferentes possibilitam experiências diferentes. A queixa, então, deve traduzir-se: nestes 10 anos Tony Blair perdeu contacto cm o país tal como ele é vivido do lugar onde vivem os cidadãos comuns.Inevitável, meu caro Watson. Com todos os efeitos que daí decorrem. Bons e maus.
Deixem-me ver se percebo. O homem está há 10 anos no topo do poder (esqueçamos os anos de política que já tinha), todos os dias lhe passam pela mão problemas de todo o tipo tanto internos como externos, tem acesso a relatórios públicos e aos mais confidenciais, contacta com gente de todos os tipos, a ele reportam responsáveis de todo o tipo de sectores, etc., etc., etc. Quem é, então, que contactos tem, nesse caso, o cidadão inquirido pela sondagem para atribuir-se um melhor conhecimento do seu país?
A resposta é simples: não tem melhor conhecimento. Se houvesse que decidir entre os dois, teríamos de fazê-lo por Blair e não pelo cidadão comum.
Mas, então, a queixa não faz sentido? Faz, é claro, pelo menos para quem a expressa.
De facto, T. Blair tem da sociedade inglesa 10 anos de experiência, mas da experiência possível do lugar onde viveu esses 10 anos. Pelo contrário, o cidadão comum tem 10 anos de experiência da sociedade inglesa do lugar onde viveu esses 10 anos, que não tfoi o mesmo que ocupou Blair.
Experiências diferentes dão conhecimentos diferentes. Lugares diferentes possibilitam experiências diferentes. A queixa, então, deve traduzir-se: nestes 10 anos Tony Blair perdeu contacto cm o país tal como ele é vivido do lugar onde vivem os cidadãos comuns.Inevitável, meu caro Watson. Com todos os efeitos que daí decorrem. Bons e maus.