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25 June 2007

 

Os olhos, ainda

Foi num centro de diagnóstico médico. A sala cheia de pessoas a aguardarem vez. A senhora, já de certa idade, queixava-se: «Isto está uma desgraça. Podemos morrer que ninguém quer saber de nós.» Na mão, uma receita para fazer uma série de exames. Lá a chamaram, lá foi.

Pela idade, já se recordava do “tempo do Salazar”, em que as pessoas, se queriam um exame, tinham de pagá-lo, se precisavam de uma operação, iam porrer a casa por não terem dinheiro. Agora, trazia uma mão cheia de exames para fazer, e só teve de esperar, pelos vistos mais que a sua paciência.
Pela idade, é das pessoas que dizem “o que fazia falta era um Salazar, ou dois, que um já não chegava para endireitar isto”. Endireitar, neste caso, seria voltar ao antigamente em que as pessoas iam morrer a casa por falta de dinheiro para pagarem a operação.
Pela idade, talvez não tenha votado no maior dos portugueses, mas se votasse quase de certeza que seria no Salazar.Temos o oitavo melhor sistema de saúde do mundo, apesar de a nossa economia ser a 40ª, números redondos. O que significa que temos – e ainda bem - um sistema de saúde acima das nossas posses. Mas isso não obsta a que... Bem, nós sabemos.

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