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25 June 2007

 

A montagem

A propósito de festas. Lembramo-nos ainda do tempo que demorava a montar as estruturas para as festas no largo 1º de Maio. Uma eternidade. De há uns anos a esta parte, a montagem demora um fósforo. A diferença está em que, dantes o trabalho era feito pelos funcionários da Câmara; agora é feito por uma empresa externa. Isto tem sido à vista de todos.
Creio que seria importante que os nossos sindicatos nos explicassem isto. E que nos ajudassem a concluir que fica muito mais barato e é muito mais rápido o trabalho assim feito.
Mas quer dizer que os trabalhadores da Câmara são piores que os outros?
Não e sim.
Não. A diferença está na organização. O quadro legislativo que regula as relações de trabalho é ali idiota e, por isso, é idiota a organização e não pode ser mais inteligente o resultado.
Sim. Porque só um trabalhador excepcional consegue ser, por muito tempo, melhor que a organização em que trabalha. As organizações são qualificantes ou desqualificantes e nós, os trabalhadores, não somos independentes das nossas organizações. Depois, os melhores não estão dispostos a “aturar aquilo”, enquanto os piores só servem para ficar por ali. Ou seja, tende a haver uma dupla selecção no pior dos sentidos.
E dizem os sindicatos que defendem os trabalhadores.
Por exemplo. Na Câmara de Abrantes, há 25 anos havia no sector das obras uns 300 trabalhadores; hoje há uns 25. É o resultado de uma certa política de defesa dos trabalhadores.
Lemos nos jornais que há resultados na negociação com o Governo sobre os trabalhadores da função pública. E os resultado são em “progressão nas carreiras”, “regime de férias”, etc. Pois que seja, que isso é importante.
Mas nós, como cidadãos, temos o direito a saber o que NOS está garantido enquanto melhoria da qualidade dos serviços prestados. A nós todos, o que inclui os trabalhadores da função pública que, além de servidores, também são servidos. Mal, em grande parte das circunstâncias.

P.S. - Embora muito caminho se tenha já andado, o mais importante é sempre o que falta fazer.

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