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07 June 2007

 

A leitura

1. Leio: «Plano Nacional de Leitura pôs um milhão de crianças a ler na sala de aula».
Só se anda uma vez na escola. Portanto, oportunidade única.
O Plano Nacional de Leitura apostou em apanhar as crianças aí. Fez bem.
Ao que parece, inverto a ordem, as escolas puseram um milhão de crianças a ler. Não punham antes? Porquê?
O Plano levou as escolas a pôr as crianças a ler. Ganhou. Se as responsáveis nacionais quisessem pôr elas directamente as crianças a ler, não o teriam conseguido.
Mais uma vez, a situação é simples: uma iniciativa do centro só pode ser realizada por iniciativas nas periferias.
A evolução positiva da actuação do sistema só pode acontecer na conjugação do poder do centro com o poder das periferias.
O sucesso do Plano Nacional de Leitura só pode acontecer através da multiplicação das iniciativas locais que realizem acções concretas de pôr a ler as crianças e os adultos.

2. Demasiadas vezes se vê programas nacionais de sensibilização, em que se gastam fortunas, sem que se invista em acções concretas de “pôr em acção”, em iniciativas de proximidade, aquilo que é importante. Nada substitui as acções de proximidade.
É na proximidade que a vida e as alternativas de vida acontecem.

3. Insisto. Se queremos mudar a situação do país, devemos preocuparmo-nos muito mais com aquilo que se faz na proximidade e deixar de esperar que as soluções aconteçam lá no Governo. Porque não acontecem. Não podem acontecer. Apesar de não ser, nem de longe, indiferente o que se passa lá em cima. Mas a verdade é que lá em cima não se muda nada se nada mudar cá em baixo.
Paradoxalmente, na periferia é que está o centro.

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