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24 May 2007

 

O principal problema

« Em 2007 d.C. é este o principal problema do país. E tem como pólo a mesma casa onde viveu Salazar.»
Um dos meus comentadores resume assim a sua indignação. O principal problema do país está em S. Bento. É o Governo. Se o Governo fosse outro, o país seria bom.
Peço mais uma vez desculpa, mas este tipo de discurso é apenas... desculpa.
É evidente que há problemas em S. Bento. É evidente que este, bem como o anterior e o próximo, não é (foi / será) o melhor governo. É evidente que as políticas de qualquer governo devem ser discutidas e mesmo enfrentadas.
Mas não há nenhum governo que possa colocar o país no lugar em que o país finge que quer estar se o país não mudar. Insisto nisto, porque isto é o mais importante. Mas sobretudo, porque falo para as pessoas comuns.
Eu tenho um grande “defeito”: quando falo para professores, desafio os professores a fazerem melhor (mas eles queriam que eu dissesse o que a Ministra devia fazer melhor); quando falo para pais, desafio os pais a fazerem melhor (mas eles queriam que eu dissesse o que os professores deviam fazer melhor); quando falo para alunos, desafio os alunos a fazerem melhor (mas eles queriam que eu dissesse o que os professores deviam fazer melhor); quando falo para funcionários, desafio os funcionários a fazerem melhor (mas eles queriam que eu dissesse o que a gestão devia fazer melhor); e assim sucessivamente. Nunca fui chamado a falar para ministros ou deputados, mas, se fosse, iria desafiá-los a fazerem melhor (talvez eles quisessem que eu...).
Não foi por acaso que fiquei por Abrantes e que aqui escrevo para o interior (obrigado aos meus leitores de outros lados!).
Eu sei que é importante que tenhamos um bom governo. Mas nunca haverá um bom governo se o país não funcionar bem aos seus vários níveis. Eu sei que isto parece blasfémia e vai contra tudo o que circula por aí. Mas é justamente por isso que eu insisto. O que principalmente está ao nosso alcance é mudarmos no bom sentido aquilo que ao nosso nível funciona mal.
Mas eu não tenho dúvida de que as grandes críticas aos governos, há anos, são sobretudo uma forma de nos dispensarmos de estarmos aos nível das exigências naquilo que nos compete.
P.S. – Atrevo-me a deixar de seguida um texto de justa indignação. E faço-o para que não se esqueça, para que a indignação possa mudar alguma coisa.

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