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24 May 2007

 

Independente, eu?

Há algum tempo, um dos meus comentadores, escrevia indignado:
« Independente você? »
É curiosa esta pergunta. E mais ainda esta indignação. Ou melhor a acusação indignada que expressa. Acusação, em última análise, de que eu não pensava como ele, porque, se pensasse, não haveria problema.
Acontece, porém, que eu nunca, que me lembre, me reivindiquei como independente. Porque não sei muito bem o que essa palavra quer dizer desde que nos sai da boca.
O que eu por vezes digo, por ser verdade, é que não sou membro do PS, nem de qualquer outro partido. E, por isso, se quiserem, não estou dependente de nenhum compromisso partidário. Porque, se fosse membro de um partido, eu estaria com os outros militantes comprometido numa luta comum. É assim que eu entendo a vida partidária. E é assim que eu respeito os militantes dos vários partidos. E é por não ser militante de nenhum que eu estou relativamente isento do que se pode chamar “espírito de corpo”. Etc.
Há anos, em conversa com o Eng. Bioucas e o Dr. Humberto Lopes, o primeiro dizia: «Eu não me inscrevo num partido porque quero ser livre». Ao que eu respondi: «Não me considero mais livre por não ser de um partido. Não penso que ser de um partido seja ser menos livre, excepto se não puder sair. Será livre se estiver lá porque quer.» E ainda hoje penso assim.
Nunca, creio, ninguém me ouviu dizer que sou mais do que aqueles que pertencem a um partido. Nem sequer mais independente na opinião. Sou, sim, mais descomprometido na expressão. Só tenho de dar conta a mim e aos meus leitores. E posso hoje estar mais perto de um partido, porque penso assim, e amanhã estar mais perto de outro, porque penso assim. Pago o preço de estar sozinho, mas foi este o lugar que decidi ocupar. Não é por não me quererem, nem é por eu não querer os outros. Há apenas vários caminhos e eu sigo o meu.
É verdade que me causa alguma indignação quando membros de um partido me acusam de ser do PS. E causa-me por duas razões: porque eles sabem que é mentira mas dizem-no para enganarem os eleitores e porque considero um erro estratégico darem de mão beijada ao PS aquilo que ele não tem de outro modo.Eu sou claramente dependente... da minha história pessoal, do que vou sendo capaz de ver, das informações que me chegam, até dos amigos e inimigos que tenho...
O que sou é interdependente.

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