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03 April 2007

 

A nossa escola

Para quem considerou abusiva a minha afirmação de que a nossa escola está feita para o êxito dos filhos de famílias com forte património escolar, ricas, etc., deixo notícias vindas a lume no Diário de Notícias de 2 de Abril.
«Filhos de licenciados têm dez vezes mais oportunidades: Estudo do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior revela que os antecedentes económicos e culturais são decisivos no acesso à Universidade. Em Medicina, por exemplo, sete em cada dez alunos têm pais com estudos superiores» na capa
«Um estudante oriundo de uma família com um nível cultural elevado tem dez vezes mais oportunidades de chegar ao ensino superior do que os que não têm essa mais-valia.» pg 20
«”São dados que nos deixam a pensar se, de facto, a nossa sociedade está tão democratizada como julgamos”, diz Diana Amado Tavares, do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior…»
Nada disto é novo. Infelizmente. Trata-se, apenas, de mais uma confirmação dos dados que sempre dizem o mesmo, seja qual for a porta de observação.

Comments:
Os meus pais têm a quarta classe. A minha mãe é doméstica (não domesticada) apenas nunca exerceu uma profissão remunerada.
Tirei a quarta classe e conclui o ensino obrigatório (na altura) através do Ciclo Prepatório TV (vulgo Telescola).
Conclui o 12.º ano sem chumbar (ficar retido com se diz agora) nenhum ano.
Conclui uma licenciatura em História (não na Moderna, nem na Independente) mas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa como trabalhador-estudante (trabalhava de dia e estudava à noite).
Só posso falar por mim, mas julgo que derrotismos à partida nada resolvem, nós somos aquilo que construímos, cf. com operário em construção.
Ser filho e neto de operários no meu caso nunca foi uma desvantagem.
A lei das sesmarias, hoje?
 
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