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05 March 2007

 

O mesmo

Ouvimos as notícias sobre a nova onda de instabilidade em Timor e perguntamo-nos porque não têm juízo e não aproveitam a oportunidade que têm entre mãos?
Lembramo-nos da continuada instabilidade na Guiné Bissau e lamentamos que não façam o que é necessário fazer para aquele pobre país oferecer melhores condições de vida aos seus.
Entramos por dentro da situação real em Angola, por muitos considerado o país mais corrupto do mundo, e damo-nos conta de que, assim, é impossível criar condições de qualidade de vida "para todos", apesar das condições favoráveis de que o país usufrui.
Cada país vive numa dada situação, que é ao mesmo tempo um campo - limitado - de possibilidades e um universo de constrangimentos - ultrapassáveis em parte. Sempre. E nunca essa situação responde apenas aos sentimentos que podemos ter acerca dela. Por isso é sempre mais visível de fora que de dentro.
O mesmo se passa connosco.
Também nós temos vivemos uma situação, a nossa, com potencialidades e limitações. E as condições de futuro que vivemos nunca dependem apenas das nossas boas intenções. Sobretudo se essas intenções não se apoiam numa análise cuidada, e sistémica, da nossa situação real e do seu contexto (que faz parte da situação).
Tal como Timor, Guiné Bissau e Angola, Portugal não acontece apenas em resposta aos nossos desejos.
E o pior que nos acontece é pensarmos que o sistema social que formamos pode gerar um produto diferente permanecendo ele – nós – na mesma.

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