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16 March 2007

 

A Europa

Está de parabéns, a Europa. Faz 50 anos do seu actual projecto, embora sujeito a múltiplas evoluções.
O principal objectivo foi evitar a guerra entre os seus constituintes, o que foi conseguido. E foi também, desde o início, um projecto económico, em que se obtiveram notáveis resultados.
Mas, hoje, a Europa está em crise. Não apenas a crise natural de crescimento, mas uma crise a vários níveis: de identidade, de sustentabilidade interna, de concorrência externa e de liderança.
Os EUA e o Japão têm vantagens nos processos de inovação e desenvolvimento; os países emergentes oferecem-se como alternativa para processos de deslocalização, a China e a Índia afirmam-se como potências emergentes capazes de alterar as regras do jogo internacional e a Europa não parece estar a conseguir assegurar um lugar que lhe interesse no próximo mapa do mundo. Entretanto, a pressão da imigração ilegal e o terrorismo internacional desafiam-lhe as seguranças e as competências. Além de que a Europa se encontra envolvida numa guerra, no Afeganistão e no Iraque, que não pode perder mas que também não pode (parece) ganhar.
E como vamos de liderança?
A França tem um presidente em fim de mandato, mas há anos politicamente enfraquecido e em conflito com o único aliado potencial da Europa, os EUA. A Inglaterra tem um líder em fim de mandato e, embora aliado aos EUA, a contas com uma guerra no Iraque que lhe arde no currículo. A Alemanha é a única que pode, e quer, assumir um papel de liderança, mas é menos que suficiente para consegui-lo.
Não vai ser fácil, o caminho da Europa.
E esta falta de liderança parece ser sintoma de um enfraquecimento interno, que torna e Europa incapaz de reagir eficazmente aos desafios com que se defronta. Ao que parece, porque não se deu conta de que não há milagres: o futuro que queremos não está garantido por qualquer garantia metafísica, mas resulta apenas daquilo que nós fizermos e deixarmos os outros fazer.
E não podemos esquecer, nunca, que aqui em Portugal não estamos imunes, antes somos dependentes, do que acontecer na Europa.

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