.comment-link {margin-left:.6em;}

28 January 2007

 

Abrantes, cidade boa - 11

Abrantes, cidade boa - 11
Na construção de um ranking, há sempre elementos que são utilizados e outros que o não são. É inevitável.
Podemos, no entanto, perguntarmo-nos qual seria o resultado se outros tivessem sido trabalhados.
Por exemplo, o nível de "acolhimento amigável" com que os empresários são acolhidos pelos organismos, públicos, como a Câmara, ou privados, como os bancos.
Mas sobretudo, digo eu, os níveis de felicidade de cada uma das cidades.
É claro que o leitor comentará que eu já estou a tresloucar. Mas será?
Sabemos como os nossos indicadores são sobretudo quantificados e, por isso mesmo, privilegiam os elementos mais fortemente quantificáveis. Ou seja, mais materiais.
Contudo, o "viver bem" tem uma componente - o "bem" - que tem uma forte componente imaterial. Podemos ou devemos, por isso, questionar as nossas cidades nessa sua componente imaterial. Por exemplo, os indicadores de felicidade.
Sabemos que o rei do Butão quis substituir os indicadores do PIB (Produto Interno Bruto) por indicadores de felicidade vivida pelos habitantes. E, apesar das dificuldades na apresentação desses indicadores, tem toda a razão. A felicidade é a grande aspiração de todos os homens de todas as culturas e é o bem maior afirmado e procurado por todas as grandes religiões, embora sob formulações muito diversas e em formas ou técnicas também muito diversificadas.
E não são só as religiões. Além do rei do Butão, também David Cameron, do Partido Conservador inglês afirma que em vez do PIB deveria ser medido o "Produto Nacional de felicidade".
Talvez haja dificuldade na medição, mas sobretudo porque não investimos nisso o suficiente. Mas nada nos impede de prestarmos atenção à qualidade dos ambientes em que vivemos. A felicidade é, sem dúvida, um processo vivido pessoalmente, mas não há dúvida de que depende em muito da qualidade ambiente. Há ambientes saudáveis neste domínio e outros claramente patogénicos.
Não tenho dúvida de que deveria ser feita uma aposta séria nos factores de felicidade pessoal nas nossas cidades. Em primeiro lugar na nossa, porque é onde vivemos. E nós queremos uma «cidade boa para viver», ou seja, que seja propícia ou facilitadora que tenhamos nela uma «vida boa».

Comments: Post a Comment



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?