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11 September 2006

 

E não se pode desligá-la?

Foi inaugurada a iluminação do lago de S. Lourenço, em Abrantes.
Um trabalho de destruição daquilo que, de qualidade, estava feito. Um exemplo de como basta um ano para destruir aquilo que se construiu.
O nova iluminação não continua, antes contradiz, o espírito do lugar, que tinha sido criado pela iluminação até agora instalada. Era um lugar de penumbra nocturna, pontuada por luzes amarelas que não destruíam a noite mas lhe davam visibilidade e a dotavam de um desenho entre o mistério, a intimidade e a nostalgia. Por cima, o restaurante afirmava-se como abrigo sem destruir a paisagem. Era bonito de ver, por exemplo do dique que cria o lago.
A nova iluminação mata o ambiente criado, com luzes brancas cria um ambiente de falso dia. Que diferença há entre a iluminação ali e na cidade? Fez-se ali uma praça de cidade, em vez de um parque urbano dotado de poesia.
Ao fazê-lo, tornou impossível ver o já construído, que ali ainda está mas agora é invisível. E, pior ainda, os poderosos holofotes agridem fortemente os olhos de alguém que se coloque sobre o dique. Aquele que era um ponto de descanso e poesia é agora um lugar de agressão e… fuga.
Pode alguém pensar que assim se ilumina o caminho à volta do lago, mas não é verdade: com aquela luz, nem é possível ver onde se põe os pés, nem é agradável passear sob a agressão dos holofotes.
Junto à cascata foram colocados dois holofotes cuja única função eficaz é destruir algum equilíbrio natural naquele espaço da paisagem, pela construção de dois mamarrachos completamente desajustados.
No topo do lago, já tinham colocado dois candeeiros com lâmpadas brancas a ferir o olhar de quem olhava do dique. Foram trocadas por lâmpadas amarelas, com um efeito que é feito mas não é tão agressivo. Significa que alguém corrigiou o primeiro passo da obra. Torna-se necessário, agora, corrigir a própria obra.
Não se pode desligá-la?
E explicar que diabo se terá passado para que este acontecimento bárbaro tenha sido possível.

Comments:
Então não sabe que os projectos são pagos à percentagem do custo da execução do projecto?
 
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