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13 July 2006

 

Ano sabático

Estou em processo de doutoramento em Filosofia. Um doutoramento que tenho muita dificuldade em fazer andar, por não me poder dedicar a ele a tempo inteiro. De facto, encontro-me sujeito quer às responsabilidades profissionais de professor (secundário e superior), quer às várias outras actividades para que sou solicitado.
Como é meu direito, no ano passado concorri à atribuição de uma licença sabática. Fui tratado de forma burocrática e inadmissível. E foi-me recusado o ano sabático. Reclamei, mas voltei a ter o mesmo tratamento burocrático e inadmissível.
Este ano voltei a concorrer. De novo, voltei a ver-me recusada a licença sabática. E a sentir-me tratado como um número administrativo.
Apesar de haver 130 vagas e apenas 71 candidaturas. No fundo, porque o meu projecto, em antropologia filosófica fundamental, não interessa ao sistema de ensino. Só pode. E isso mesmo me foi dado a entender.
Sei bem que este duplo tratamento não se dirige a mim especialmente. (Espero bem que não.) Mas continuo a pensar que depois de 33 anos de serviço, em que muitas vezes dei muito mais do que me era exigível pelo contrato de trabalho, merecia, ou melhor, mereço, um tratamento diferente.
Não tenho direito imediato ao ano sabático. Por isso mesmo é que há um concurso. Mas mereço ser tratado como pessoa, e isso exige consideração pessoal. Não abdico dela. Mais ainda quando me é negada.
Mas há duas coisas que é necessário concluir:
1. A partir de agora, o Ministério da Educação não tem direito a esperar de mim mais do que o cumprimento formal do que é expresso no meu contrato de trabalho;
2. O Ministério da Educação declarou formalmente que o resultado da minha tese de doutoramento não lhe interessa.
Tudo bem. Seja, então, tido isto tudo em justa consideração.

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