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04 June 2006

 

A escola

A escola que temos está estruturada para as Cristinas terem bons resultados e para os Jaimes reprovarem. E é isso que ela faz.
Mas aquilo de que vemos a escola ser acusada é de não ensinar os Jaimes. De não conseguir que eles tirem o 12º ano com bons resultados e cheguem "bem preparados" à universidade.
Ainda por cima, a universidade é das personagens mais acusatórias: queixa-se de chegarem lá alunos que são verdadeiramente incapazes do que quer que se lhes peça. Por exemplo, a Matemática. Esquece-se, porém, a universidade que foi ela mesma que, para ter alunos que paguem propinas e justifiquem professores, aceitou alunos com 0 (zero) valores a Matemática. De que se admira, agora, que eles não sejam capazes?
Ensinar Matemática à Cristina, isso sempre a escola fez bem, e continua a fazer. Ensinar Matemática ao Jaime, isso nunca a escola fez, e agora faz mal e mesmo assim muito raramente.
A escola que se exige é uma escola que não existe. E ninguém está disposta a criar.
Por isso, eu não me indigno. Nem me coloco do lado de ninguém. Peço desculpa.
Peço desculpa aos alunos que são trucidados neste processo. Por não conseguir estar do lado deles. Esses é que precisavam de mim. Não da minha indignação, mas da minha acção. Perante eles é que eu devia ser chamado a responder.
P.S. – Entre a Cristina e o Jaime, está o Gauss inteiro.

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