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11 June 2006

 

Disciplina

Quando eu era formador de professores e dirigia acções de formação sobre (in)disciplina na sala de aula, uma das questões essenciais era, logo à partida, "o que é isso de disciplina ou indisciplina". E várias vezes encontrei professores que afirmavam, em tom claramente categórico: «Eu não admito que alguém me venha dizer o que é ou deve ser isso de disciplina.» E não tenho a mínima dúvida de que aqui está uma das mais profundas raízes da indisciplina nas escolas.
Mas eu sempre defendi a minha noção de disciplina, aquela para a qual procurei formar os professores meus colegas. Aquela noção que eu próprio assumo nas minhas aulas. Assim:
Disciplina é a ordem necessária ao exercício de uma função ou actividade.
Não é um absoluto ou transcendente, mas também não é puramente convencional. Não é apenas local, mas tem implicações em vários níveis do todo social. Não diz respeito apenas a uma parte, mas a todas as partes do todo social. E assim sucessivamente.
Continuo a pensar que uma das nossas crises está no modo como pensamos as coisas. As teorias ou modelos que defendemos não são adequadas para produzirem, a curto e a médio prazo, quanto mais a longo, o que desejamos. Por isso produzimos o contrário daquilo que apregoamos. E queixamo-nos.
Mas temos o que merecemos. Porque o que merecemos é o efeito daquilo que fazemos e não algum mérito transcendente, um direito divino, um mérito hereditário e independente da ordem dos factos.

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