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04 June 2006

 

Cavaco Silva

O novo Presidente da República denunciou, salvo erro na tomada de posse, que Portugal é uma país a duas velocidades. E acrescentou que não pode ser, desafiando-nos a mobilizarmo-nos contra esse estado de coisas.
Mas não tem razão. Portugal é um país a muitas velocidades diferentes. Felizmente. E vai continuar a ser sempre assim. Felizmente. Mesmo que os coxos acelerem, nunca terão a velocidade de José Mourinho. E pela minha parte, nem sequer estou interessado em ter. Admiro-o, mas não quer ser como ele.
O novo Presidente da República vetou a lei da paridade. Pensei que fosse pela confusão que houve no momento da votação. Mas não. O motivo é que a lei aprovada prevê que as listas têm de ter no mínimo um terço de mulheres ou homens e não podem ser admitidas se não tiverem. Eu, que apenas sei disso pelos jornais, parece-me pleonástico, portanto verdadeiro: se têm de ter, não podem não ter. Mas o novo Presidente, que pelos visto é verdadeiramente português, portanto de brandos costumes e nada dado a excessos, acha que as leis têm de ter, mas podem não ter um terço de homens ou mulheres. Eu vou tentar perceber. Por exemplo, pela solução que o PS vai encontrar. Uma multa? Parece-me uma boa solução. Melhor ainda, se ninguém a cobrar. Mas pelo menos ficamos a saber quanto vale um homem ou uma mulher a menos. Ou a mais, claro. E pode-se criar um mercado de quotas, como se faz para o CO2?
P.S. - Com um país destes, como é que pode haver resultados e disciplina nas escolas?

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