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28 May 2006

 

Trabalhos a mais

Leio. «Trabalhos a mais em obras públicas limitados a cinco por cento do valor dos contratos» e «Novo diploma preconiza a responsabilização das empresas contratadas e dos donos de obras públicas».
Ouvimos frequentemente falar de derrapagem no valor das obras. Públicas, é claro, porque os números das privadas são privados. E parece normal querer acabar com essas derrapagens.
Mas por que razões se dão essas derrapagens? Sem sabermos as razões, podemos dar soluções? Sem diagnóstico, há terapia ajustada?
Eis um certo tipo de razões. Os projectos são mal feitos, por incúria, por falta de tempo, por um certo totalitarismo do projectista que despreza o cliente, pela imprecisão do cliente na formulação do programa de trabalhos...
Nestes casos, que são muitos, muitíssimo mais do que podemos imaginar, como vai ser? Se só há 5% de trabalhos a mais, só poderá haver 5% de correcção? (Em vez dos 25% admitidos até agora.) Preferimos ficar com uma obra que seja mais "projecto executado com fidelidade" que "a obra certa para a necessidade que a motiva"?
Depois, queixamo-nos.
Há dias li algures: lá por cima não se tiram consequências das leis que se lançam cá para fora. É o que bem parece muitas vezes. Tenho-o constatado inúmeras vezes. Também assim parece neste caso. No entanto, sei que estou a fazer uma análise superficial, sem grande conhecimento dos pormenores internos. Mas a ideia de que um mau projecto tenha de ser cumprido fielmente, em benefício da lei e em nosso prejuízo incomoda-me. Alguém no sector privado aceitaria que as coisas se passassem assim?
P.S. – Admito que haja o objectivo, a prazo, de, por exemplo, conseguir melhorar a qualidade dos projectos. Um bom objectivo. Mas a estratégia parece-me errada.

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