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28 May 2006

 

Gestão escolar - 2

Mas não estou minimamente de acordo com a hipótese (não sei se é a do PSD) de entregar a gestão escolar aos desempregados de gestão. Não porque tenha alguma coisa contra os formados em gestão, mesmo desempregados. Não porque queira reservar para os professores este mercado profissional. Nada disso.
Não estou de acordo com a entrega da gestão escolar a profissionais de gestão que não sejam professores por exigências da própria gestão escolar. Concebo (eu? deixa-me rir) a gestão como liderança, uma liderança que maximiza recursos para atingir objectivos. Ora os objectivos da escola são eminentemente (mas não exclusivamente) de natureza pedagógica. E a liderança deve ser, por isso, de natureza pedagógica.
(Por isso não posso concordar com a separação entre o lugar de presidente do conselho executivo do de presidente do conselho pedagógico, como se pratica nalgumas escolas, incluindo a minha.)
Apesar de não conhecer bem esse meio, atrevo-me a dizer (e a ser desmentido) que num hospital não é tão grave que um gestor seja não médico. Admito que seja o contrário, mas parece-me que o acto médico e de enfermagem é sobretudo uma relação entre técnico e doente. O gestor deve fornece sobre tudo a qualidade do contexto em que decorrem esses actos, mas o próprio ambiente não é em si mesmo médico ou de enfermagem. Mas é bem provável que esteja enganado, que a própria organização deve conter em si a lógica do acto de saúde, deve sentir por dentro o que está certo ou não está.
Mas tenho a certeza de que o ambiente escolar é em si mesmo educativo, ou não. Que a organização é, em si mesma, facilitadora ou obstáculo a que o acto educativo seja feito com sucesso. É verdade que a vida escolar se deve centrar no acto educativo do(s) professor(es) com os seus alunos. E nada o pode substituir. Mas é muito difícil haver uma boa educação dentro das salas de aulas se a matriz da organização escolar não está, ela própria, alimentada de raiz pelos objectivos educativos.
Entregar a escola a gestores sem experiência pedagógica consistente é adiar a resolução dos problemas escolares. E aquilo de que a escola portuguesa menos precisa é de adiamentos.

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