.comment-link {margin-left:.6em;}

25 April 2006

 

Nem a democracia

Outros pensam, e agem, como se a Democracia fosse um bem absoluto. Mas não é. (Mais uma heresia, dizê-lo no 25 de Abril.)
O PS, se não erro, inventou em Portugal "as directas", a eleição directa do líder pelos eleitores de base do partido. Como é democrático é – absolutamente – bom. E como é – absolutamente – bom, o PSD vai agora seguir o "bom" caminho.
Recentemente, o PS de Santarém também esteve eleições para o seu líder distrital. Como a Democracia é um bem – absoluto, está bom de ver-se – foram os eleitores de base que escolheram. Mas, ao mesmo tempo escolheram, democracia obriga, os delegados ao Congresso distrital. Ora, acontece que para a liderança concorreram Nelson Carvalho e António Rodrigues, e cada um dos grupos candidatou uma moção estratégica para o Congresso. António Rodrigues ganhou a liderança, mas dizem-me que Nelson Carvalho terá ganhado em delegados eleitos para o Congresso. Daí que, a confirmar-se, o resultado normal – e absolutamente democrático – é António Rodrigues vir a ser o líder distrital do PS mas estar obrigado a servir uma estratégia do seu adversário – que ganhou! Ou que perdeu?
Nada disto é novo. José Sócrates ganhou a liderança nacional do PS. Mas Manuel Alegre poderia (por absurdo? está a ver-se que não) ter ganhado o Congresso.
Quem é que dá a cara por esta engenharia suicida? Ninguém, certamente. E porque é que este erro de base foi possível? Pela tendência metafísica em absolutizar os valores, sem cuidar de testar-lhes os efeitos.
Agora... esperemos que o PSD não tenha caído na mesma ratoeira do PS.
Mas, sobretudo, esperemos que possamos aprender alguma coisa com estes episódios. O que, diga-se de passagem, não é nada provável.

Comments: Post a Comment



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?