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09 April 2006

 

Democracia

Há tempos chamaram-me, neste local, de democrata. Creio que sim, que sou democrata. Mas gostaria que esse adjectivo "democrata" fosse por sua vez adjectivado.
- Não, dizem alguns, não há democracia adjectivada. Ou é democracia ou não é.
Mas eu não concordo. Porque não é verdade.
Não sou adepto de uma democracia em que cada um faz o que quer e não tem que dar satisfações a ninguém. E democratas desses há por aí muitos. Não sou adepto de uma democracia em que as regras só são para serem cumpridas se não conseguirmos não ser apanhados. E democratas desses há por aí muitos. Não sou adepto de uma democracia em que tudo é equivalente, nem bom nem mau, apenas há a diferença entre o que é proibido pela lei e o que não é. E democratas desses há por aí muitos. Ainda há dias uma dos nossos "rapazes" mais conhecidos dizia que «a ética republicana é a lei» (cito de cor). E não é o único, pois democratas desses há por aí muitos.
Também não jogo na mesma democracia de Mahamoud Abbas, presidente palestiniano, que depois da vitória do Hamas, por um seu porta-voz, declarou: «O Hamas fará o possível para que falhemos e nós faremos o mesmo. São as regras do jogo.» E há muitos democratas desses por aí, visíveis não só no que dizem mas muito mais naquilo que efectivamente fazem, tantas vezes pela calada. Mas eu penso que o jogo da democracia tem de ser outro, muito diferente.
Por isso penso que não há uma única modalidade de democracia, mas várias. E também por isso penso que a democracia deve ser adjectivada.
A única alternativa é dizer claramente que estas não são modalidades de democracia, mas corrupções.

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