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15 January 2006

 

A (des)responsabilização - 5

- Como é que eu posso querer aquilo que não quero?
Não pode.
A solução deste problema, portanto, não pode estar nele. Só outro (ou um acaso) pode levá-lo a querer aquilo que ele "ainda" não quer.
Porque, ao contrário do que diz a Gabriela, de Jorge Amado, «eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim» - não há nada a fazer - , a verdade é que «eu nasci assim, eu cresci assim» - mas posso ser diferente daquilo que sou se alguém me ajudar.
E, por isso, são nítidas as duas posições ideológicas na escola: a do professor que acusa o aluno de que "ele não quer" e assim encerra o assunto, e a do que, verificando que o aluno não quer, procura o que pode fazer para que ele chegue a querer.
E os factos confirmam que...
- quando se acusa um aluno de que ele não quer, é quase certo que ele nunca quererá;
- quando se parte desse não querer e se procura o que se pode fazer, é possível que ele chegue a querer.
Estas são duas posições ideológicas dentro da escola. Mas assimétricas.
Aquele que condena só tem um problema, simples de resolver: como pôr na rua o aluno que não quer, e portanto não merece, estudar?
Aquele que assume responsabilidade pelo aluno que não quer, tem um problema complicado: que posso fazer e como, que seja eficaz, para que ele possa querer aquilo que ainda não quer?

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