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15 January 2006

 

A (des)responsabilização - 4

Os professores gostam de descrever os alunos com expressões acusatórias do tipo "ele não quer fazer nada" ou "ele não quer estudar"... E há nisso a salvação da escola e dos professores que, desse modo, fecham o problema.
Mas nenhum, nunca, me soube responder a esta questão simples, colocada na boca de um desses alunos que "não quer":
- Como é que eu posso querer aquilo que não quero?
Quem não leu, por exemplo, "O jardim", de Marguerite Duras, pode pensar que é uma questão metafísica, própria de um filósofo, que apenas sabe confundir as pessoas ou colocar os problemas de modo que não têm solução. E, em parte, tem razão: posto assim, o problema não tem solução. Mas isso mostra que essa acusação, ela própria, é um acto de ilusão apenas desculpabilizadora. É quem exige ao aluno que queira aquilo que não quer, é quem pensa que a vontade é um ente metafísico a-histórico, que coloca um problema sem solução.

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