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15 January 2006

 

A (des)responsabilização - 2

Vamos, agora, por um atalho.
Pedro Oliveira defende (ou parece defender) que o indivíduo é o que é e, por isso, só ele é responsável pelo que é e faz.
Se esta tese é verdadeira... então vamos ser coerentes com ela. Fechem-se todas as escolas, acabe-se com todo o discipulato, deixem-se as crianças à vontade, recuse-se (como nos anos 60) toda a educação porque é uma violência injustificável, mostre-se que todos os povos com menos instituições de ensino são mais desenvolvidos, mais ricos, apontem-se os grandes inventores e artistas e veja-se que não receberam instrução que os pudesse levar a fazerem o que fizeram... antes cada indivíduo é o que é.
Qual é a família, ou o país, que aceita a tese de Pedro Oliveira?
Qual é a família, ou o país, que aceita a minha tese?
O valor de uma teoria mede-se pelo que ela é capaz de fazer na prática. Pelo que ela é capaz de responder. Por aquilo a que ela resiste.
A tese "o indivíduo é o que é e, por isso, só ele é responsável pelo que é e faz" é uma tese ideológica que não descreve nenhuma realidade.
A tese "o indivíduo é fruto das circunstâncias" é também ideológica, mas descreve o que se verifica na realidade. Por isso não é apenas ideológica.

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