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02 January 2006

 

Arte infantil - 2

Quem visitar a exposição de arte infantil, patente na Galeria de Abrantes, e ler o respectivo catálogo, dá-se conta de que ali estão representados quatro núcleos de produção de arte infantil:
- o Agrupamento de Escolas Abrantes Oeste, num trabalho liderado por Anabela Rodrigues,
- o Atelier Arte em Movimento, dirigido por Susana Rosa,
- a Oficina de Cerâmica do Pinóquio - OTL, sob direcção de Sandra Gaspar,
- o Trocatintas da Palha de Abrantes, sob responsabilidade de Lurdes Martins.
Anabela Rodrigues, educadora de infância responsável pela biblioteca ou centro de recursos daquele agrupamento de escolas, ainda há pouco nos tinha brindado, na Biblioteca António Botto, com uma outra exposição de trabalhos artísticos dos "seus" alunos. Agora reincide, num projecto que se verifica continuado. Pois que continue.
Susana Rosa é uma artista reconhecida e premiada. Já foi (não sei se ainda é) professora de pintura na Palha de Abrantes, mas agora dirige o Atelier de Arte em Movimento, que faz um trabalho de, educação para e pela arte com crianças de várias escolas do primeiro ciclo. Que siga em frente.
Mas o meu destaque vai para Sandra Gaspar. É uma ceramista e dirige o atelier de cerâmica que ali expõe. Eu não conhecia nada da sua autoria, mas ao olhar o trabalho daquelas crianças não pude deixar de ver ali a mestria de uma artista escondida. Tanto mais que a cerâmica, embora de longuíssima tradição, é uma arte menor, ou seja, uma forma de arte a que damos menor importância. E, no entnato, a cerâmica tem um elevado potencial educativo e também terapêutico para as crianças. Louvor à Sandra Gaspar e proveito às crianças que ela dirige.
São casos que evidenciam como algumas artistas, de profissão ou de sensibilidade educativa formada, estão no terreno da pedagogia da arte. Se «é de pequenino que se torce o pepino», é de criança que a educação para a arte e a produção de artistas faz mais sentido.
Também o Trocatintas e o meritório trabalho de Lurdes Martins, embora a arte não assuma aí um papel primeiro, participa desta corrente.
Mas não basta andar a semear arte nos corações infantis. É também necessário que este movimento ganhe expressão em outros níveis de organização. Caso contrário, tudo pode morrer sem deixar mais marcas que as individuais, e já não seria pouco.
Esta exposição é uma delas. É um ponto de chagada e pode ser um ponto de partida. Outros níveis de articulação serão necessários. Porque... sem arte.... Bem, desde que há homens que há arte. Não será que onde não há arte também falta humanidade no homem?

P.S.1 - Apenas em referência breve, deve falar-se também das escolas de artes plásticas da Palha de Abrantes e de Massimo Esposito, bem como das escolas de dança (desde o ballet às danças de salão), sem esquecer as várias formas de escolas de música (as das filarmónicas, a do Orfeão e as várias escolas privadas).
P.S.1 - Falo, é evidente, daquilo que não é a educação formal (com uma ligeira excepção para o trabalho de Anabela Rodrigues).

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