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15 November 2005

 

Os ambientes

Tenho sido um homem de sorte.
Nasci, em Lisboa, como um filho desejado, objecto de cuidados significativos.
Fui para a Sertã, onde devo ter sido um menino recebido como vindo de Lisboa. Isso terá tido aspectos positivos, embora também negativos.
Em Abrantes, tive a sorte de ir para a escola do professor Martins, e tive a sorte de ir já letrado. E tive ainda a sorte de ter um colega que sabia tanto como eu, o Armando Janeiro, pelo que nunca me senti único ou o máximo.
Fui para o seminário porque quis. E durante 10 anos tive uma educação cuidada. Aí passei anos duros, mas colhi uma formação bastante rica. Embora também pobre nalguns aspectos, como sempre acontece. Nos últimos anos, já em Valadares e no Porto, vivi momentos de grande intensidade, que me marcaram para o resto da vida. Ainda um dia hei-de falar disso.
No Pego, onde fui bem acolhido e onde trabalhei com jovens, tive uma oportunidade única e pude encontrar parceiros de uma aventura de enorme poder formativo. Sem o Pego, eu seria muito pouco daquilo que hoje sou. Ali colhi e ali mantenho amigos que não esquecerei. Dali guardo memórias preciosas. Dali trouxe a mulher que continua a ser uma escolha acertada.
Aos 11 anos, entrei para os escuteiros, e foi uma descoberta. Em Alcains, dirigi uma patrulha de formação, e foi um êxito. No ano seguinte, por falta de alguém mais velho, subi a "chefe" e foi um desastre. Aprendi imenso, nesses tempos. Ainda hoje não paguei aos escuteiros a oportunidade que me deram e o que ali cresci.
No Sardoal, iniciei a minha actividade como professor numa pequena escola mas também numa grande oportunidade. Tinha o capital da grande escola D. Miguel de Almeida e uma Directora com grande sensibilidade pedagógica. Ali também, ainda não tinha um ano de casa, passei a chefiar a escola. Foi uma grande experiência, mais pelo que aprendi do que pelo que fiz.
O meu estágio, em Portalegre, foi uma oportunidade riquíssima. Éramos um grupo grande, mas capaz de tudo. Fizemos mais do que seria possível dar a perceber. E tive um orientador que me marcou definitivamente no método de trabalhar.
Foram estas oportunidades - que me foram dadas - que me fizeram. Como posso, hoje, reivindicar para mim, aquilo que eventualmente possa ter feito bem?

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