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22 November 2005

 

Aulas de substituição - 6

Este é, salvo melhor leitura, um caso paradigmático do que não pode ser uma medida de política educativa. Este é um exemplo de manual de um erro clássico de acção política.
A acção política não é algo de natural, como comer, dormir, passear em grupo (e que me perdoem já os sociólogos e os antropólogos.) A acção política decorre de teorias de acção que comandam, por dentro das cabeças, o estilo político de agir.
Esta medida política é a expressão de uma filosofia que se costuma designar como de "comando e controlo". Trata-se de uma organização vertical de cima para baixo, em que o cimo decide e os baixos cumprem e o cima controla os níveis de execução.
No caso da educação, a Ministra decide, os professores cumprem e os inspectores vêm ver se as ordens estão a ser cumpridas.
A expressão máxima desta filosofia política de acção é o taylorismo, ou a gestão taylorista. Na empresa taylorista, tipo linha de montagem, há quem conceba e decida, há quem cumpra e há o controlo de acção e de qualidade.
Só que...
Há muito que se viu que, esta política de gestão trouxe grandes ganhos de produtividade mas revelou-se incapaz de manter a empresa nos tempos de incerteza em que vivemos. E, por isso, já hoje se percebeu que esta linha de gestão política ou de política de gestão está errada.
Não há qualquer sucesso se não houver uma dinâmica inteligente em cada um dos níveis da organização. Não basta um movimento vertical de cima para baixo; é também decisivo um movimento de baixo para cima e movimentos horizontais. Ora nada disto existe com real significado.
As políticas educativas têm sido "políticas de ministro". Quase não há "políticas de escola". E enquanto não houver políticas de escola articuladas pelo ministério a nível nacional não haverá alterações significativas no estado da educação em Portugal.
Não é por mais nada, é porque não pode haver.
P.S. - Esta é a razão, (quase) nunca discutida por que o marxismo nunca pôde dar frutos duradouros como sistema. Nem se vê como possa dar.

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