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22 November 2005

 

Aulas de substituição - 5

Um instrumento pedagógico qualquer, este ou outro, nunca é bom ou mau em si mesmo, mas na medida em que é solução para um problema ou vai agravar um problema. Não tem poder mágico. Nem este.
Nas escolas, a execução desta medida foi feita sem que se tivesse sentido o problema. Logo, a medida era uma acção sem sentido, apenas o cumprimento de uma ordem superior. Daí que não fizesse sentido para aqueles que a deviam executar. E os professores terão mesmo passado uma imagem negativa para os alunos. Que outra imagem haviam de passar?
Além disso, cai de paraquedas numa sala de aula com 25 alunos, por exemplo, que recusam aquilo que querem ali fazer-lhes, é criar um problema que maioria dos professores não está, se é que algum está, preparado para resolver. Isto, a nível de uma escola, vai criar desestabilizações, abrir fracturas, criar linhas de confronto... que talvez ninguém consiga prever, nem resolver. Entretanto, gastaram-se energias várias, não se resolveu nenhum problema e queiramram-se hip+oteses de resolução daquilo que havia para resolver.
Na minha escola só há 3º ciclo com aulas de usbtituição (o secundários não é abrangido). Mas há escolas que vão desde o jardim de infância até ao secundário. Eu poderia estar numa dessas. Imagino-me a tomar conta de crianças num jardim de infância? Imagino. Imagino que, num só dia, iria estragar aquilo que a uma educadora ou a um educador levou meses a conseguir. Eu não sei lidar com crianças dessa idade, nem sequer sei o que é que um educador não deve fazer. Como de costume, isso seria o que eu iria fazer no tempo em que eu iria estar com as crianças. Outro tanto, embora em menor grau, se passa com as substituições noutras idades.
Como nada é ou pode ser levado a sério nestas circunstâncias, eu não tenho dúvidas de que os alunos vão fazer transbordar para as aulas normais certos problemas germinados nas aulas de substituição.
Os jornais já dão contas: uns professores deixam os alunos fazerem o que querem, outros levam jogos ou deixam-nos jogar, outros deixam-nos ver filmes, etc., enquanto outros querem aproveitar o tempo de forma produtiva, enquanto ainda outros nem sequer conseguem conter a revolta dos alunos.
E ninguém sabem a quantidade de trabalho efectivo que leva, em cada semana, montar este sistema, corrigir o que está menos bem, fazer as alterações necessárias...
Creio que esta é um exemplo acabado de uma medida à partida condenada ao insucesso. Sobretudo pelo modo como foi lançado.
E porquê?

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