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30 October 2005

 

Para quem?

Para quem escrevo eu?
A primeira resposta é liminar. Para quem me ler. Mas não é a resposta inteira. Porque há ler e ler.
Escrevo sobretudo para quem é capaz de me ler. Assim, sem mais. Alguns leitores mais atentos percebem que eu nunca escrevo para aquele com quem parece que estou em polémica. Porquê? Porque não vale a pena. Ele, ou ela, não é capaz de me ler. Mesmo que me responda, nota-se que não me leu.
Escrevo para quem está à altura do que escrevo. Não é presunção, é assim mesmo. Nem elitismo, porque há muita gente simples que me pode ler e muitos "doutos" que são incapazes de ler o que escrevo. E isto não se explica.
Assim sendo, escrevo para quem é capaz de se deixar interpelar pelo que escrevo. Digo "deixar-se interpelar", não digo "estar de acordo". Eu não procuro que estejam de acordo comigo. Há muitos anos que digo qualquer coisa como: "quem está de acordo comigo dá-me poder; quem está em desacordo ensina-me, faz-me pensar. O meu projecto não é de poder, mas de aprender e ajudar a aprender." (Não digo "ensinar", digo "ajudar a aprender".) De facto, só me ensina alguma coisa quem não pensa como eu penso.
Aqueles comentários amargos, supostamente polémicos, supostamente denunciadores, revelam sobretudo que não foram capazes de me ler. Paciência. Pior para eles. E para nós, porque eles fazem-nos falta com mais inteligência das coisas.

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