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15 August 2005

 

Ar de frete

Cada vez tenho menos paciência para festivais de folclore. Não porque o folclore ou a sua expressão em festival me desmereçam o olhar. Bem feito, é um espectáculo como qualquer outro. E dizendo-o, digo tudo. Bem feito.
O que eu não suporto são os dançarinos com ar de enfado, fartos daquilo, com cara de frete. Não andam ali por gosto? Quem os obriga?
Mas não são só e apenas os dançarinos. O que mais me incomoda é que, vendo-os, vejo um pouco do mesmo que vemos todos os dias. O mesmo ar de frete ao balcão da loja, no atendimento de uma repartição, na cara do empregado de mesa, no condutor do autocarro...
Aquela é a expressão em palco de um país de frete, de fazer por fazer sem alma nem vontade, a cara pública da sem-alma com que vivemos. Afinal que andamos cá a fazer. E depois, se assim é, que direitos podemos reclamar a sermos bem atendidos pelos outros?
Depois admiram-se de os e as brasileiras estarem a ganhar postos de trabalho.

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