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01 April 2005

 

Memória, identidade e salvação

Passei na rua do Jardim Actor Taborda e vi que estava desentaipado, sinal de que as obras estão adiantadas. Foi há pouco mais de um ano, salvo erro, que Abrantes reavivou a memória do Actor Taborda. Na ocasião, foi decidido recuperar o referido jardim e a respectiva estátua. É o que agora parece caminhar para o fim. Não deu para apreciar o resultado, porque ia de carro, mas espero que seja digno de nós, pois é a nós que se destina.Isto leva-me a pensar num aspecto importante da vida em sociedade. A memória colectiva.Lembro-me de Buda, Sócrates e Jesus, homens que nada escreveram mas cuja "palavra" ainda hoje move montanhas. Isso deve-se, antes de mais, ao facto de "outros" terem salvado, digo bem, salvado as suas "palavras" do silêncio absoluto. Ao longo dos séculos, gerações sucessivas de discípulos, de estudiosos, de persistentes divulgadores, e de zelosos sacerdotes (também na filosofia podemos utilizar esta palavra, embora como metáfora), mantiveram viva a palavra destes mestres incontornáveis e com ela alimentaram as interrogações e as respostas de muitos milhares de pessoas.Sem querer, ou será querendo?, vem-me à ideia que no dia 6 do mês passado, Março, faria anos Augusto Mendes, poeta de uma palavra invulgar, voz do nosso património que caminha rápida para o esquecimento e o nada. A não ser que alguém a ressuscite, a faça vibrar de novo e, com ela, faça o trabalho continuado de salvação do nada a que sempre precisamos de resistir.Uma sociedade que não salva a voz dos seus "mais velhos e maiores" é uma sociedade que perde a identidade e assim se perde, isto é, não se salva.Para lá de Augusto Mendes, quantos outros e quanto mais há a cair no esquecimento?

Comments:
Parabens pela pagina esta muito boa!
Os assuntos que comenta são bastante actuais e interessantes!!
 
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