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08 April 2005

 

João Paulo II, despedida

O adeus a João Paulo II foi um acontecimento cujo impacto não estamos ainda em condições de poder avaliar. Pelo menos foi e significou uma mostra de que é possível os inimigos estarem juntos. João Paulo II até na hora da morte fez o "milagre" de juntar o que não era possível juntar.
Foi acima de toda a expectativa o que aconteceu nestes dias únicos. E por isso é importante perceber o que se passou. Mesmo que esteja para lá de toda a compreensão possível, porque fenómenos destes nunca se esgotam.
Reparemos, por exemplo, que se tratou de um Papa com uma doutrina rígida, por vezes dura, fortemente contestada por muitos sectores. E, no entanto, reuniu "mais de meio mundo" à sua volta. Talvez possamos ver neste facto, entre outras coisas, a importância que tem para as pessoas poderem dispor de valores fortes e de símbolos fortes que lhes apontem um caminho exigente. Não é isso mesmo, por exemplo, que leva os jovens a aderir a campos extremos do ponto de vista social e político? Extremos e fortes.
Mas o nosso mundo parece apontar para valores light, para um campo vazio de valores onde cada um pode viver como lhe apetece, para um mundo sem deveres e sem dores do ofício de viver. Uma vida colectiva de mínimos.Ora o Papa apontou sempre em sentido contrário. Sempre assumiu uma perpectiva de máximos, de exigência no projecto de vida, de exigência de comportamentos elevados para consigo mesmo e para com os outros. E, é evidente, para com Deus. Mas Deus não era tanto o destinatário desse esforço de elevação, mas a fonte e o alimento da força necessária para se estar acima da mediocridade.
Será isso que, em última análise, quiseram dizer tantos e tão variados que fizeram questão de estar junto daquele homem que tanta luz deu a tanta gente?

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