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23 March 2005

 

A pessoa. A personagem.

A pessoa não é o mesmo que a personagem.
O respeito radical pela pessoa não deve confundir-se com a necessidade de avaliação e actuação face a uma personagem social.
Em concreto. A personagem social de um pedófilo, por exemplo, exige a nossa reprovação e uma actuação firme no sentido de contrariar não só a sua acção como os seus efeitos. Mas a pessoa que ele continua a ser, merece o respeito incondicional, o que, no caso, significa o direito à justiça, o direito a um tratamento se for o caso, o direito a... e podemos discutir até onde seja necessário. E o mesmo se passa num caso positivo. Um bom médico, por exemplo, merece a homenagem dos que são beneficiados pela sua acção, mas a pessoa está sempre para lá disso e pode até nem corresponder inteiramente à sua qualidade como médico. Tal como a pessoa do pedófilo nunca se resume à sua prática criminosa, podendo ele ser, noutros campos, uma personagem social de nível elevado.
Nem sempre temos estas diferenças constitutivas na devida conta.
Se não faz sentido avaliar uma pessoa, porque nunca estamos na posse de todos os elementos de avaliação, pois uma pessoa é uma realidade ultracomplexa, logo irredutível a qualquer análise. Mas não podemos nem devemos deixar de avaliar uma dada personagem social, e agir em conformidade com essa avaliação.

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