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24 March 2005

 

À nossa custa

Li, há algum tempo, se não me trai a memória, que a EDP teve em 2004 resultados muito animadores, ou seja, lucros no valor de milhões de contos.
Vi, hoje, mais uma vez, em Abrantes, pessoas em fila, na rua, sob ameaça de chuva, com um fresco a soprar-lhes nas orelhas, à espera de resolverem um qualquer caso com a EDP. Porquê?
Porque a EDP fechou o seu balcão em Abrantes. E porque pôde fazê-lo no meio do nosso silêncio, ou seja, da nossa aceitação desse acto de gestão com o objectivo lógico de «racionalizar os custos».
Sejamos claros. À EDP não compete apenas fornecer electricidade em boas condições. Compete-lhe também fornecer atendimento em boas condições.
Aquilo que sentimos é que, nos últimos tempos, a electricidade não tem sido garantida nessas boas condições. E aquilo que sabemos é que o atendimento deixou de ser feito quando a EDP fechou o seu balcão em Abrantes, deixando-o entregue a terceiros que só oferecem as condições que podem oferecer - e a EDP parece já não ter nada a ver com isso.
Quando será que começamos a ouvir o silêncio sobre estes casos que nos vão tirando a qualidade de vida?
A EDP foi-se. A Telecom foi-se. Os Correios reduziram o horário de abertura... Querem mais? É só esperar um pouco, porque, de certeza, há mais empresas e serviços a querer «racionalizar os custos». Ou seja, à letra, a não quererem suportar "custos irracionais", que isto de atender os clientes de porta aberta já não se usa. Em certo tipo de empresas, é claro, porque noutras a qualidade de atendimento é imprescindível para se manter aporta aberta.

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