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21 March 2005

 

Desinformação

Pessoa amiga chamou-me a atenção para o blog do PSD Abrantes. Fui ver.
Pedro Marques falava de uma iniciativa integrada na dinâmica de preparação das autárquicas, um «jantar-debate com empresários». Só que...
Às tantas, no texto, escrevia: «Sei que os adversários socialistas estão preocupados. Muito preocupados. Os movimentos de constituição de listas, as reacções dos militantes mais tradicionais do PS, os movimentos junto dos autarcas de freguesia, os movimentos de bastidores para aquisição de um jornal para o vocacionar para a difusão dos ideais socialistas desta campanha, são motivos mais do que suficientes para nos sentirmos cada vez mais confiantes e motivados.»
Um comentário natural, feito pelo candidato do PSD à Câmara de Abrantes. Mas acrescentava:
«As recentes mexidas de colunistas de comunicação social não aconteceram por acaso: resultam de um ajuste de posições, com base doutinária e programática subjacente.»
É claro, penso eu, que isso também me diz respeito. (E agora pergunto-me se isso tem alguma coisa a ver com a informação de que eu teria comprado um jornal.)
No que me cabe, falo abertamente e digo assim...
Deixei o Primeira Linha porque se tornara insustentável a minha situação no jornal. Tinha aceitado colaborar num jornal independente e inteligente, a convite de Fernando Marques, o Director. E colaborei durante mais de sete anos. Não há jornais perfeitos, mas há jornais que fazem um esforço para acertar. Muitas vezes fui crítico do que se passava no PL, mas isso não me impedia de sentir que participava num projecto que se podia dizer de utilidade pública.
Contudo, ultimamente e cada vez mais, o PL tranformou-se no contrário daquilo que eu penso que deve ser um jornal local, ao serviço do comunidade e do desenvolvimento local. Passou a ser cada vez maisum boletim contra o PS na Câmara de Abrantes e ao serviço da candidatura do PSD à Câmara de Abrantes. Pior ainda: tornou-se num jornal onde esse "serviço" dispensou as exigências do jornalismo.
A minha posição era, como os leitores podem perceber, insustentável. Não por ali se estar a criticar a Câmara. Mas por se estar a fazer "outra coisa" e eu, ao mesmo tempo, não poder responder e não poder ficar calado. A minha participação no jornal era cada vez mais interpretável como concordância com o que se estava a passar ou como cobardia acomodada. Porque eu pensava, e continuo a pensar, que não podia nem devia entrar nessa matéria.
Pela minha parte, se houve algum «ajuste de posições, com base doutinária e programática subjacente», foi da parte do Primeira Linha, jornal onde deixei de ter lugar segundo a minha interpetação do que devo fazer e não fazer. E saí com alguma pressão interior, uma vez que eu, se não erro, era um dos dois sobreviventes da primeira hora.
Saí, expliquei porquê e acrescentei a quem de direito: se alguma vez quiserem fazer um jornal independente e inteligente, podem contar comigo. E mantenho.
Sejamos claros: saí discretamente, quase em silêncio, por respeito pela "casa" que me acolheu. Mas falei agora claro porque a isso me "obrigou" o proprietário e administrador do jornal.
(À margem ou talvez não, repito: enquanto continuarem a fazer política assim, não me parece que vão longe, e não contem com a minha cumplicidade.)

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