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22 March 2005

 

Ao Pedro Marques

Antes de mais, uma saudação e um obrigado pela atenção dada.
E, alguns esclarecimentos necessários, na sequência do que escreveu no seu blog.
Primeiro. Na minha despedida do Primeira Linha, referi a liberdade que sempre senti no jornal. É da mais elementar justiça dizê-lo, e repeti-lo: nunca me senti pressionado a escrever ou não escrever em qualquer sentido. O que eu queria dizer, quando escrevia a «pressão interior» que estava a sentir, referia-me à pressão do meu interior: deixar um jornal que também era meu, porque com outros o fiz. "Meu" não tem aqui, portanto qualquer sentido de propriedade, de posse, mas sim de pertença, "meu" porque eu lhe pertencia, porque durante mais de sete anos me habituei a a conviver todos os dias com o compromisso da minha crónica. Peço, por isso, desculpa a todos, se não fui suficientemente claro.
Segundo. Acredito que um jornal tenha sido vendido. Mantenho que não tive participação nesse acto. Também já sei que é verdade. E desejo-lhe, como projecto, que tenha o êxito que eu considero necessário: um jornal independente e inteligente, ao serviço da comunidade, isto é, exercendo o poder de comunicar no sentido do nosso desenvolvimento. Aquilo que eu vi no PL, independentemente de pertencer a um, talvez dois, militante(s) do PSD. Não tenho nada contra o PSD nem contra os seus militantes e até candidatos. Estou disposto a colaborar com todos em projectos que eu (digo bem: eu) considere correctos e em que a minha participação eu (digo bem: eu) sinta que vai no sentido de realizar aquilo em que acredito.
Terceiro. O PL tem direito a ser aquilo que quiser. Há, no entanto, coisas que eu não creio boas opções, e há outras que eu considero incorrectas. Só um exemplo, que eu não quero faltar ao respeito pela casa que me acolheu (ou seja, não gostaria por isso mesmo de discutir o PL). No caso do Presidente da JF das Fontes, o PL publicou um texto do Presidente da Comissão Política do PSD e juntou-lhe um editorial em que supunha uma notícia e a comentava. Mas, onde estava a notícia? Nas palavras do Pte. do PSD? Em jornalismo, há um mínimo de regras, que devem ser respeitadas. Nesse particular, o Pte. do PSD sozinho, não é fonte credível e suficiente. Será credível se for confirmada, não o será se for desmentida. Mas não houve nada disso. Foi um mau trabalho jornalístico que, digo-o, talvez tenha agradado ao PSD, mas em nada, digo eu, o terá favorecido.
Quarto. Na Antena Livre não comentei esse caso por duas únicas razões. Porque não sou eu que faço a agenda, embora possa sugerir temas: e neste caso não iria sugerir porque considero que não há (não conheço) material suficiente, embora espere que apareça, nomeadamente a confirmação pelo Pte. da Junta de Fontes, que alguém deve ouvir, digo eu. E porque o tema estava agendado, mas, como quase sempre acontece, não houve tempo de tratar desse e doutros temas - e no caso de ser colocado na mesa iria falar com base nos elementos de que dispunha.
Por agora, tenho de parar. Depois voltarei. Sem ressentimentos. Pensando estar a fazer um serviço público, tal como o estão a fazer muitos outros. Incluindo os responsáveis políticos dos vários partidos. Mas, tanto no meu caso como no deles, o valor do serviço mede-se pela qualidade do resultado. Até breve.

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