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23 September 2007

 
Solução
da adivinha:
Aquilo que temos é sobretudo os olhos com que o vemos.

 
Adivinha
Qual o elo de ligação entre duas notícias que o DN de hoje (23 Set) publica na sua edição em papel?

A – «Portugal é 18º melhor país para se viver, de acordo com o ranking publicado na edição de outubro da revista americana Reader’s Digest. A lista foi elaborada a partir de indicadores de qualidade ambiental e de vida e de factores sociais (como a educação ou a renda da casa). O primeiro lugar foi conquistado pela Finlândia, seguida da Islândia, Noruega e Suécia. Os Estados Unidos ficaram no 23º lugar, o Reino Unido em 25º e a Espanha em 29º.»
B – Sweetie e Prince of Joy conheceram-se num chat da Internet e apaixonaram-se à primeira tecla. Ambos eram casados e , ambos infelizes até descobrirem no outro a alma gémea. Combinaram finalmente um encontro num café (...). Aí descobriram que [eram] ambos casados... mas um com o outro. Sentiram-se traídos, pensando nas palavras carinhosas e nas queixas que fizeram e leram. Vão divorciar-se.»

 
O território
Foi no café que falámos, e não foi por muito tempo. Do facto de o ano estar a começar com um novo princípio de organização escolar. O concelho está agora organizado em três, salvo erro, territórios educativos, servido por estabelecimentos de ensino organizados num Agrupamento de Escolas. A minha escola é cabeça de um agrupamento que vai do Alto de St. António até Martinchel, e vai do jardim de infância até ao fim do terceiro ciclo, embora tenha também secundário.
Eu sou favorável ao princípio da territorialização do ensino. Porque, assim, pode haver – isto é, é possível haver - um trabalho organizado e monitorizado do que se faz.
Antes, era impensável querer produzir efeitos num território sem fronteiras definidas. Ainda se tentou um trabalho com os pais, nas suas próprias terras, mas acabou porque não valia a pena. Agora, pode fazer-se com mais eficácia, de modo a justificar o investimento feito.
Agora, por exemplo, é possível trabalhar o território em algumas dimensões essenciais: a leitura e a escrita, a matemática, a educação científica, etc. Pode perfeitamente criar-se um projecto para uma comunidade que se sabe qual é e com parceiros que se sabe quais são.
A partir de agora, por exemplo, é possível e devia ser obrigatório, sob o chapéu de um mesmo Conselho Pedagógico, haver no sistema uma linha de informação de baixo para cima (o que nós fazemos e a continuidade que esperamos que seja dada) e de cima para baixo (os defeitos de produção que nós detectamos e o que era necessário que estivesse feito e não está). Não – nunca! – num sistema de auto-desculpabilização e culpabilização dos outros. Sempre num espírito de trabalho em equipa com divisão de tarefas e interdependência mútua.
Eu penso que a territorialização do ensino pode ser um passo revolucionário, decisivo, para um salto qualitativo que todos desejamos. Mas também penso que, apesar da territorialização, pode ficar tudo mais ou menos na mesma ou até mais confuso e desorganizado.

 
Na sala de professores
... assisti a uma conversa ou discussão sobre a escola. Como de costume, vários professores tinham várias opiniões, aliás não muito divergentes. Mas o mais importante foi que todos estavam vivamente interessados numa escola melhor. Eu estava perto, mas não participei. Mas, mais uma vez, senti uma atitude positiva, um empenhamento efectivo em que a escola seja, de facto, melhor e os nossos alunos aprendam aquilo que é importante aprenderem. E isso é bom, é mesmo fundamental.
Mas, também mais uma vez, senti aquilo que muitas vezes sinto. Que faltam tempos e oportunidades para os professores porem em comum tanto o interesse comum como os pontos de vista divergentes. Porque só em comum se pode construir uma obra organizada de que todos participam. E o pior das escolas é, penso eu, esta ausência de concertação de perspectivas. Eu creio firmemente que aquilo que uns fazem outros desfazem. E a verdade elementar é que aquilo que cada um pensa que “deve” ser feito só pode ser feito pelo conjunto dos que o fazem.
No início deste ano eu confirmo para mim mesmo o que venho dizendo. Os nossos professores são os melhores do mundo, porque são os únicos que temos e que podemos ter, mas a nossa organização não é grande coisa, sobretudo porque podemos ter outra.

P.S. – Infelizmente, o problema não é desta escola, mas é geral. Apenas algumas escolas, de modo geral do ensino particular, fogem a esta regra.

 
A navegar...
As apresentações estão feitas.
No 11º ano, sobretudo lembrei o que já tínhamos dito no início do ano passado. No 10º, fi-lo agora.
Afirmei o meu princípio essencial: o direito à asneira, a errar, porque ainda não se sabe e porque é a errar que se aprende e porque é a errar que se vê onde é que ainda precisamos de aprender. Daí, duas consequências primeiras: reconhecer a si mesmo o direito a errar e reconhecer aos outros o direito a errar. Sem dramas, sem penalizações.
Depois, um princípio também básico, que dá um momento curioso.
Pergunto: Qual é a pessoa mais importante do mundo?
E há sempre algum engraçadinho que responde, às escondidas, “Eu”. Surgem sempre alguns olhares como de quem diz, “Não sejam parvo”. Mas a reacção mais curiosa vem de quando eu digo:
- Exactamente: Eu. (E, com o dedo, aponto para cada um de nós.) Isso significa que cada um de nós é a pessoa mais importante do mundo. Eu, e por isso mereço o maior respeito, a começar por mim mesmo. Depois, o Eu que é cada um dos outros, que merece também o maior respeito. E se vivermos assim uns com os outros, todos havemos de nos sentir bem e crescermos uns com os outros.
E a conversa continuou sensivelmente nestes termos. Creio que correu bem. Isto é, creio que ficámos sintonizados no essencial e esse essencial é positivo.

 
Charters de Almeida: de Lisboa para Abrantes
A exposição "Portas, Passagens, Cidades Imaginárias: A arqueologia como medida do tempo”, com obras de Charters de Almeida, foi inaugurada no Museu Nacional de Arqueologia no passado dia 20 de Setembro e vai permanecer até 18 de Novembro. Parte significativa destas obras virão depois para o próximo futuro Museu de Arte e Arqueologia de Abrantes.
http://www.mnarqueologia-ipmuseus.pt/?a=2&x=3
Transcrevo.
«Tempo e espaço completam-se, como frente e verso de uma mesma modelação, estrato por estrato, dentro de sequências amplas, que só a visão arqueológica permite alcançar, em toda a sua radicalidade de História de Longa Duração. Encontramo-nos imersos em passado, que é também presente, e até as portas que nos ligam ao futuro, mais não fazem do que construir uma cidade imaginária, que por efeito de ter sido imaginada se converte também em passado.«A Arqueologia, tal como a História, não é pois uma "ciência do passado" - é a ciência "do Homem no Tempo", é o tempo humano, ele próprio. Ao longo de décadas, porfiadamente, tem sido este o referencial de Charters de Almeida, verdadeiro escultor de cidades. E é a sua obra que serve de pretexto para o projecto cultural que o Museu Nacional de Arqueologia (MNA), o Centro Nacional de Cultura (CNC) e a Câmara Municipal de Abrantes (CMA) entenderam desenvolver conjuntamente, projecto composto por três peças fundamentais, a saber: uma exposição temporária a ter lugar no MNA, no Mosteiro dos Jerónimos; uma mesa-redonda internacional organizada pelo CNC, a ter lugar no Centro Cultural de Belém; e um álbum amplamente ilustrado, editado pela CMA, contendo as cerca de 50 obras de Charters de Almeida apresentadas preliminarmente em Lisboa e que passarão depois a integrar em definitivo um novo espaço museológico criado para o efeito pela autarquia abrantina.

João Charters de Almeida
Nasceu em Lisboa a 12 de Julho de 1935.Formou-se em escultura em 1962, na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde foi professor assistente.A partir de 1972, dedicou-se exclusivamente à profissão de escultor.Escultor com obra firmada tanto no panorama nacional como internacional, estando representado em museus, fundações e colecções particulares. Descendente da Casa dos Almeidas, reconhecidos senhores de Abrantes em tempos gloriosos, doou uma parte significativa do seu espólio ao Município, como expressão dessa sua ligação genealógica, mas sobretudo afectiva, a Abrantes. Uma escultura da sua autoria será brevemente erguida junto ao Tejo, no Aquapolis.
In http://ecultura.sapo.pt/NoticiaDisplay.aspx?ID=898

Veja.se aindahttp://www.circuloleitores.pt/cl/artigo.asp?cod_artigo=136817

20 September 2007

 
Agosto
Durante um mês, uma campanha procurou seduzir-nos a termos menos mortos na estrada que no ano passado. Mas não cheguei a saber que atingimos o objectivo. Como não ouvi o balanço, suponho que não foi atingido.
O número de mortos de um mês seria uma catástrofe se fosse num acontecimento. Mas como é distribuído ao longo do mês, nem lhe damos significado. Matamo-nos tranquilamente.
Deixo um pensamento que não é da minha autoria, mas é pena:
"Mais vale chegar atrasado neste mundo...do que adiantado no outro."

 
O barco vai de saída
Era o dia de início das aulas. Sabia que logo pela manhã, oito e meia, iria estar de serviço às substituições. Ou seja, poderia calhar-me uma turma do 5º ao 12º ano. Não era possível preparar uma aula específica, uma tarefa, um programa, para executar. Teria de lançar-me de paraquedas.
Calhou-me a substituição de um professor de filosofia numa turma do 11º ano. No último piso. Tive tempo, por isso, de pensar uma estratégia e um programa até lá. Mas comecei sem ainda ter aterrado completamente.
Creio que correu bem. Pelo menos foi o que li nos olhos deles.
Depois, foi o encontro com uma turma que já tive no ano passado, portanto um turma “de continuação”. Aproveitei o facto de termos ali uma nova aluna e fiz uma aula de revisão das regras do jogo. É indispensável, logo de início, mostrar o jogo e jogar de acordo com as regras. A primeira imagem é muito importante, pois é ela que organiza o pensamento e o comportamento da turma. Foi bom voltar a encontrar os meus alunos. Tenho a certeza de que vai ser bom – embora por vezes difícil – mais um ano de trabalho.
Depois, para terminar a manhã, o encontro com uma nova turma do 10º ano. Alunos que, no geral, eu não conhecia. Mas alguns já os havia encontrado numa aula de substituição há dois anos. Tinham-me eles dito há dias. Mas hoje não falámos disso.
Começámos pelas apresentações. Perguntei-lhes se queriam dizem alguma coisa, que não. Mas a Ana disse que não gostava de Filosofia. Que já tinha experimentado e é uma coisa «esquisita», de que não gostou. Acabou por dizer que estava disponível para que algumas outras experiências, este ano, pudessem ser melhores. É esse o ponto de partida necessário. E passei eu a apresentar as regras do jogo, que eles ouviram com atenção.
Depois, lemos um texto, uma história de sabor oriental, e explorámos em conjunto o seu significado. Estava um calor excessivo, mas trabalhámos no texto até ao final da aula.A Ana acabou por dizer que já viu que este ano iria ser diferente. Claro, não há dois professores iguais. E foi já à pressa que lhes desejei “bom fim-de-semana”.
Adeus, ó cais de Alfama.

 
Os princípios
É exactamente isso:
Os princípios têm uma tendência terrível para se tornarem absolutos.
Se olhares à tua volta com estes óculos, terás uma paisagem mais nítida.

 
Agressão
Junto ao centro comercial Milénio, uma senhora passava com o seu sobrinho que estava por uns dias em Abrantes. Foram agredidos com alguma violência por três rapazolas.
Mais um episódio que dá o tom da qualidade de vida que ali se vive.
Várias pessoas me disseram já que «têm medo» de passar por ali.
A pergunta que se impõe é: Quem manda naquele território?
A resposta é óbvio, não?
Como é que é possível que isto esteja a acontecer – e a crescer! - e, pelos vistos, nada é suficiente para que algo mude?!

P.S. – Que é feito daquelas pessoas que há dias, depois de um outro episódio no local, tiveram que desaparecer?

 
A emoção de se viver
À procura, passei por lá, na Internet, e li. Transcrevo, porque é um verdadeiro documento. De escrita, de cultura, de filosofia de vida...
«Ontem assisti um filme que chama "Um beijo a mais". Este filme conta a história de um casal de namorados que estavam juntos a 3 anos, a mulher descobre que esta grávida, e decide que terão que casar, diante disso ele descobre que o quanto ele é infeliz e o quanto a vida dele estava previsível, não havia novidades, não havia razão para viver...até que aparece uma garota que o trás a vida, o faz sentir-se vivo...
«Pensando no filme, percebi que todos temos que ter surpresas, imprevistos, más e boas noticias...pois se a vida se tornar previsível, perdemos a emoção de viver, de fazer amor, sexo, loucuras e sanidades...tudo se perde...
«Refletindo mais sobre isto, vi que não posso ficar pegando no pé do meu amor quando ele dorme tarde ou quando ele quer ficar assistindo TV, são simples coisas que nos fazem sentir vivos, nos dão prazer...«Este sentimento temos que ter sempre conosco...pois se esta chama se apagar...tudo perde a graça...»

 
Um exemplo
Acabou o mestrado. Sabe que é quase impossível vir a obter uma bolsa de doutoramento em Portugal. Apesar do que já representa na sua área muito específica. E o acesso é-lhe impossível por uma razão tão simples como o poder corporativo dos barões da área.
Pela Internet soube de um programa de doutoramento na Suíça. Pôs-se em contacto pela mesma via, a Internet. Tem já uma bolsa assegurada, “apenas” o triplo do que alguma vez receberia em Portugal, e uma equipa com quem vai trabalhar, para lá de equipamento que «cá ainda nem sonhamos».
Os da sua área de trabalho querem segurá-lo cá. Mas não vai ser fácil, pois não?

 
Padre Himalaya
«A fim de divulgar o seu invento, decidiu participar na Exposição Universal de St. Louis, em 1904, apresentando aí um aparelho ainda mais perfeito, que denominou de "Pirelióforo" — ou seja, "eu trago o fogo do Sol" —, com o qual conseguiu obter uma temperatura de 3500 graus, à qual fundem todos os metais e quase todas as rochas, e para cuja dispendiosa construção contou com o auxílio financeiro de vários particulares, nacionais e estrangeiros, tendo o Governo português de então contribuído com "apoio moral".»
Ver http://www.cienciaviva.pt/rede/himalaya/home/himalaya.asp
É também porque há cem anos o nosso Governo dava apenas “apoio moral” à investigação e aos investigadores que hoje nos encontramos no lugar que ocupamos.
Por isso, e pelo apoio que a investigação e os investigadores hoje continuam a ter.

 
Programa de análise a várias dimensões
Na análise do sistema cultural abrantino, ou outro, há várias dimensões de análise que podem ser consideradas. Entre elas, podemos considerar as seguintes:
- a qualidade de funcionamento das estruturas que existem (o seu programa, a sua criatividade, o alcance da sua acção...);
- a criação de novas estruturas e, mais uma vez, o que se propõem fazer (programa, etc.);
- a interacção entre as várias estruturas existentes (muito fechadas sobre si próprias, abertas...);
- os actores ou agentes individuais em exercício (qualidade e quantidade de acção, etc.);
- a capacidade e o esforço para cativar ou captar novos actores para as estruturas existentes e/ou para um trabalho isolado;
- a rejeição de actores ou agentes individuais que, por falta de condições, desistem ou vão procurar outras paragens;
- e, sobre tudo isto, o sistema de incentivos, a vários níveis, que existe para a gestão do sistema.Um programa destes dá para um livro volumoso que só poderia ser de autoria colectiva. Mas dá também para melhorar os óculos com que lemos Abrantes. Ou outra terra qualquer.

18 September 2007

 
A propósito de estruturas e incentivos
A Ministra da Cultura deu-nos duas informações. Que aposta em colocar Portugal na rota dos festivais de Ópera e que a Rede de Cine-Teatros municipais vais estar regulamentada lá para 2009. Eu não tenho nada contra a ópera. Mas que pressa é essa em estabelecer uma rede municipal de cine-teatros... só para dia de são nunca à tarde?
Recordo que na década de 80, em França, já se trabalhava numa rede de equipamentos culturais de uma malha que em termos portugueses diríamos de freguesia.
(E queremos imaginar que vamos chegar no pelotão da frente?)

 
As estruturas, as oportunidades
O Expresso do último sábado falava-nos de cinco jovens cientistas que deixaram os paraísos de investigação em que se encontravam, no estrangeiro, e apostaram em Portugal. Porque, diziam eles, agora há aqui condições e oportunidades que não havia quando tiveram que sair. E voltaram para criar ou desenvolver estruturas de investigação para irmos mais longe do que já vamos.
Condições, oportunidades, estruturas.
Também o sistema cultural abrantino pode ser pensado nestes termos. O novo espaço de dança que a partir de agora está disponível, é mais uma estrutura. Que a Rita Pinheiro desenvolveu e, pode dizer-se, ofereceu a Abrantes, criando assim novas oportunidades aos mais novos.
Mas importa um olhar global e perceber até onde vão os estímulos, as condições, as oportunidades, as estruturas da vida cultural abrantina. Estou em crer que se tem vindo a perder mais do que a ganhar. O que significa que, a ser verdade, estamos em marcha atrás, em vários campos e em vários sentidos. E isso não é bom.

 
espaçoidança
Foram hoje (17 Set) inauguradas as novas instalações desta escola de dança contemporânea em Abrantes. Um importante passo em frente, um salto arriscado. Mas a que desejo o maior sucesso. Porque a Rita merece e Abrantes precisa.

 
A Filosofia e a Internet
Deixem-me contar uma historieta. Verdadeira. Passou-se na Universidade de Coimbra, talvez há uns dois anos. Numa oral de Filosofia.
A aluna dizia que agora «somos uma geração feliz, não precisamos de ler aqueles livros todos, vamos à Internet e está lá tudo». Não sei mesmo se não dizia «vamos à Wikipédia e está lá tudo». O professor mandou-a sentar-se, chumbada. E com toda a razão.O computador e a Internet são instrumentos e, como tal, fazem o que fazem e não conseguem fazer o que não pode ser feito com eles.

 
Apostas
Cada ano é diferente dos anteriores. E neste ano, no 10º ano, vamos ter um livro novo. Os caminhos, por isso, terão de ser diferentes. O desafio começa por ser sabermos como usar de modo eficaz o novo manual. Será que os alunos vão gostar. Será que o trabalho previsto vai funcionar?
Além disso, proponho-me iniciar a utilização do digital na aprendizagem da Filosofia.
esse é um risco maior. Porque de Filosofia percebo eu um pouco, ou tenho obrigação disso. Mas de computadores percebem os meus alunos muito mais que eu. Mas também não é isso - computadores - que me compete ensinar-lhes. O que tenho é de aprender, com eles, como é que podemos utilizar o computador para irmos mais longe na Filosofia.Aqui tenho quase tudo a aprender. Mas vai ter que ser. Contudo, sem nunca fazer do computador o substituto do livro.

 
Avaliação
Ninguém gosta de ser avaliado. É sempre um perigo. Mas eu penso que não há alternativa. Por isso, há muito que peço aos meus alunos que avaliem as minhas aulas. E têm sido eles a permitirem-me fazer correcções importantes, a fazerem-me perceber como são as minhas aulas vistas do lado deles.
Eu, como qualquer outra pessoa, tenho uma tendência irresistível a pensar bem de mim mesmo. Se eu não o fizer, quem o fará? E a pensar bem das minhas aulas. E a imaginar que sim, que mais, que também.
Mas aquilo que as aulas são, e rendem, não depende apenas de mim. Depende também, e muito, dos alunos que são delas actores fundamentais. E quanto mais eu pensar que eles não são importantes, menos as aulas funcionam para o que deviam.
No ano passado fui um pouco além no que lhes pedi. Há anos já que na ESTA, onde também dou aulas, pelo aos meus alunos que me atribuam uma nota - a mim, sim. Mas nunca o tinha feito no secundário. Fi-lo no ano passado. No final do ano. Apenas no 10º.
Dei-lhes uma ficha para preencherem de modo a que não tivessem que escrever letras, só cruzes e uma nota numérica.
Quando recebi as fichas, não pude apresentar os resultados das cruzes que tinham sido feitas, mas li, de seguida, as notas numéricas que cada um me tinha dado. Foram bons os resultados. Mas em cada uma das turmas houve um aluno, ou aluna, que me deu um 7. Isso mesmo, um sete.Se eu não tivesse tomado esta iniciativa, nunca teria percebido que pelo menos estes dois alunos tiveram uma opinião negativa sobre o meu / nosso trabalho. É claro que isso diz pouco, seria necessário perceber o porquê. Mas é muito importante nós darmo-nos conta de que do outro lado também há olhos e não vêem o mesmo que nós.

 
Avaliação dos professores
Este ano, as coisas vão aquecer neste domínio. Creio que já é dominante a opinião de que os professores devem ser avaliados. Mas ninguém está de acordo sobre o modo como devem sê-lo.
Importa, por isso, não esquecer que a arte maior na educação em Portugal é matar todas as tentativas de alterar seja o que for, dando-lhes um ar "como se". Faz-se como se estivesse a fazer de modo novo, mas fazendo exactamente o mesmo.
Na avaliação dos professores vamos assistir à tentativa de inutilizar a avaliação, matando qualquer possibilidade de eficácia. Porque é possível avaliar sem avaliação nenhuma.
Eu sei que há muitos colegas meus que não me perdoam as minhas opiniões. Mas eu não posso mudar de opinião para estar de acordo com eles. Tenho é pena de não haver situações em que possamos, a sério, conversar sobre as nossas divergências. E creio que essa quase impossibilidade de nos entendermos e desentendermos de facto é uma das razões porque as coisas funcionam muito sem funcionarem.

 
Vida nova
Este ano será mesmo nova, a vida da minha escola. Por duas razões: porque vai ter pela primeira vez segundo ciclo e porque vai deixar de ser uma escola isolada e vai ser parte integrante de um agrupamento de escolas que vai do pré-primário ao secundário.
Vamos, todos, ter que aprender a viver de modo diferente.
Creio que a minha escola se preparou para receber os mais novos. Acredito que vai funcionar bem (excepto no sistema de entrada e saída da escola, que penso que é impossível que funcione como está montado).
Mas continuo a pensar que o mais essencial, aqui como nos outros lados, continua por pensar. E o pior é que as nossas crianças não terão mais nenhuma oportunidade. O esforço que temos vindo a fazer não vai alterar aquilo que é mais fundamental. E o pior, para mim, é que eu sou parte integrante disto mesmo.

 
Primeiro contacto
Aguardo o primeiro encontro com os meus novos alunos, duas turmas do 10º ano, e o reencontro com os que já o foram no ano passado. Primeiro foi uma vista de olhos pelos papéis da constituição das minhas turmas. Depois, foi-me entregue pela escola uma cópia do cadastro fotográfico das turmas. E é nos papéis que começo a imaginar os meus alunos, o que vamos fazer. Neste tempo de preparação costumo pensar sobretudo no que "vamos conseguir fazer". Depois, veremos as dificuldades de cada turma. Não é possível adivinhar.
Entretanto, já se começam a encontrar por aí os primeiros alunos. Conseguiram saber que vou ser professor deles e estabelecemos o primeiro contacto. Mas são poucos. Os do ano passado começam também a aparecer pela escola e pela cidade, e é o reencontro. Alguns já estão impacientes para voltar à escola. Não pelas aulas, é claro, mas pelos amigos e porque as férias «são uma chatice». Depois, sê-lo-ão as aulas. É a vida.

 
Aulas adiadas
Deviam ter começado hoje (17 Set) as minhas aulas no secundário, mas na minha escola tiveram de ser adiadas. Porque a empresa que anda a fazer as obras não cumpriu os prazos e as salas não estavam em condições.
Quando tanto se fala da ineficácia da administração pública e das maravilhas da iniciativa privada, quando alguns empresários enchem o peito e dizem "nós é que somos gente", é bom irmos dando conta de como certas empresas funcionam. Para ajudar, a empresa em causa tem quase prontas as WC da sala de professores. Só que... repararam que se tinham esquecido de meter a canalização. Tiveram que partir o que já estava feito.
É por estas e por outras que Portugal não vai saltar para o pelotão da frente nos próximos anos, quaisquer que sejam os governos que nos queiram prometer essa terra do prestes joão nunca encontrado. É ao nível de todos os níveis da estrutura social que está consolidado o nosso lugar. E é exactamente por isso que ocupamos esse lugar e não outro. Porque funcionamos como funcionamos e temos os resultados que temos.
Estas empresas deviam ser tidas na devida conta em ocasião de concursos. uma vez disse-o a um autarca que se queixava deste tipo de casos. Explicou que não era possível. Não só pela burocracia que iria exigir, sem resultados garantidos, mas sobretudo porque uma câmara que quisesse fazê-lo acabaria condenada em tribunal.
E é também por isso que estamos como estamos, e funcionamos como funcionamos.

16 September 2007

 
Da (in)felicidade
O DN e o JN de hoje (16 Set) propõem-nos um encontro com 4 freiras carmelitas de Coimbra. São quatro jovens na casa dos 20 anos que deixaram tudo o que para elas era secundário para caminharem na direcção do que para elas era essencial. E encontraram a felicidade.
Esta é a proposta a que todos somos desafiados. Não a entrarmos num convento de clausura, mas a não desistirmos do que é essencial. Com a promessa de que aí, justamente aí, é que se encontra a felicidade.
Já sabemos que tem sido quase censurável falar-se de felicidade, tida como algo ou impossível ou burguês. Felizmente, cada vez mais o tema da felicidade volta à superfície, ainda que por vezes por razões erradas. E erradas, penso eu, são todas as formas de obter uma felicidade ilusória pela incapacidade de obter uma felicidade efectiva.
Continuo a pensar que todos trazemos uma “vocação essencial” para a felicidade e que sempre que tal não acontece estamos perante um “fracasso essencial”.
Mas basta olharmos à volta e vermos o “estado de calamidade” em que nos encontramos.
No Carmelo, ao que parece e sempre se confirma, habita uma irmandade que constrói um espaço colectivo que propicia a felicidade de cada um. Por aqui, multiplicam-se os espaços colectivos que tornam improvável a felicidade pessoal e garantem um bom ambiente para a infelicidade colectiva.

 
Perdoada, mas pouco
Isabel Lopes publicou no Expresso (1 Set) uma entrevista com Pilar del Río, que ali é tratada por “presidenta”, a seu pedido. Só por isso Isabel Lopes está perdoada, mas pouco.
Está perdoada, mas pouco, relativamente à sua publicação da entrevista a Pilar del Río.
Mais concretamente pela sua designação como “presidenta” da Fundação.
Perdoada porque responde à pretensão da entrevistada a ser tratada como tal. Mas pouco porque não lhe vejo razão para isso e, assim, Pilar acaba por mandar na língua portuguesa numa revista em Portugal.
Eu sei que não é a única, que há mais mulheres com igual pretensão.
Concedamos-lhes, entretanto, o benefício da dúvida.
Que usem "presidenta". Certo.
Mas, então, usem também “doenta”, “estudanta” e “contenta”, “reclacitranta” ou “indiferenta”.E, na medida em que deixaram de usar “poetisa” para usar “poeta”, como feminino, usem então “poeto” para o masculino. No final, teremos algum “crioulo” português, mas ficarão satisfeitas.

15 September 2007

 
Olhar e ver
Eu creio que há uma doença que nos afecta a todos e é sobretudo disso que eu não me canso de falar. Nós temos todos uma tendência terrível a pensa como se. Como se fossem factos os pressupostos imaginários a partir dos quais pensamos. E depois damo-nos por surpreendidos, indignados, revoltados... com os efeitos dos nossos erros de cálculo.
Creio que era Wittgenstein que dizia, «Não penses, olha». Não é uma regra absoluta e universal, é uma muito boa regra para muitas situações.
Olhar e ver, em vez de supor e pressupor.
“Olhar e ver”, programa que só ganhamos em adoptar de modo sistemático. E depois, sim, depois, pensar, calcular, concluir. E agir. Sim, agir. Porque olhar e ver não é alternativa à acção. É, sim, o fundamento indispensável a uma acção eficaz.

 
Assalto ao Museu
Abriu na primeira metade de Agosto o Museu da Ourivesaria Tradicional, em Viana do Castelo. Tive oportunidade de visitá-lo três ou quatro dias depois. Vi o entusiasmo do proprietário, que «ofereceu» ao público o espólio de toda uma vida.
Eu comentei, embora não para ele, que aquilo era uma «convocatória» aos ladrões. Não demora muito a ser assaltado.
Menos de um mês depois, os noticiários davam-me razão.
Porque eu sou muito esperto? Vidente? Não, é claro.
Bastou-me olhar e pensar no que via.
De quando em quando são assaltadas ourivesarias. Mesmo em Abrantes temos clara experiência disso. Nota-se que não são casos isolados, mas resultado de um “trabalho profissional organizado”. Aquele museu não era mais que uma ourivesaria, mas com um valor de recheio multiplicado por mil ou cem mil. Quem não brinca em serviço sabe o que “deve” fazer. E fez.
De que havemos de nos admirar?

 
Vitória na derrota
No basquetebol e no râguebi, Portugal regressa a casa vitorioso na derrota.
Não é verdade o lema que circula de que ganhar é tudo e perder é nada.Pode-se ganhar perdendo. É o que nos mostram aquelas nossas selecções.

 
O Iraque
Também do Expresso de hoje, transcrevo do insuspeito de esquerdismos Jaime Nogueira Pinto, em “Petraeus – A volta por cima?”:
«A invasão do Iraque e a ideia peregrina de transformar a ditadura socialista, laica e republicana, de Saddam Hussein, numa democracia exemplar vai ficar como uma das maiores enormidades da História.»

 
A cultura
Insisto, para escândalo de alguns, que a cultura não é de uma substantividade metafísica, mas que é uma construção humana colectiva para resolver problemas de uma colectividade.
Lembro-me de, há anos, para escândalo talvez dos mesmos, ter escrito no Primeira Linha que considero (ainda hoje) que a cultura árabe, ou muçulmana, perdeu a sua capacidade para resolver os problemas dos povos dessa área cultural e, por isso, é hoje mais parte do problema que da solução. E, por isso mesmo, apesar do meu pouco conhecimento dessa área cultural, não consigo dar-lhe muito respeito.Gostei, por isso, ao mesmo tempo que lamento o facto, de ler no Expresso de hoje (15 Setembro) o texto de Miguel Monjardino, “O Islão e a Ciência”. Não há como realmente.

 
Os limites
Alguns dos meus leitores, ao que parece, não me perdoam que eu tenha dito que anda por aí «uma filosofia que foi interiorizada por muita gente e que diz que não pode haver limites». Eu repito, para que não haja dúvidas. Uma das marcas negativas da nossa cultura é a incompreensão da natureza saudável dos limites. Lembremos a célebre palavra de ordem de Maio de 68, «é proibido proibir». Tudo o que for derrubar limites, afrontar limites, desconstruir limites é necessariamente bom e saudado como tal.
E depois queixamo-nos, quanto é a nossa vez de levar com os cacos em cima.
Deixem-me contar uma situação. Passou-se comigo, que sou mau, que sou velho, que...
Era um exame de duas horas, no ensino superior. Um aprova escrita. E eu o professor na sala.
Cena 1.
Aluno: - Estou com dores de estômago, posso ir ao bar?
Professor: - Não.
Cena 2.
Aluno: - Posso ir à casa de banho?
Professor: - Não.
Aluno: - Está a gozar?
Professor (irónico): - Estou.
Aluno (já a levantar-se para ir): - Posso?
Professor: - É claro que não.
Aluno: - Nem que eu tenha que chamar uma funcionária.
Professor: (silêncio).
Aluno: - Isso é tortura.
Professor: - (silêncio).
Cena 3.
Aluno: - Posso ir lá fora fumar um cigarro?
Professor: - Nem pensar.
Aluno: - Mas os outros professores deixam. (A afirmação não é necessariamente verdadeira, pode ser apenas estratégia de forçar.)
Professor: - Mas eu sou responsável apenas pelo que se passa nesta sala.
Aluno: - É tão mau!Não creio que os alunos sejam culpados. Eles apenas aprenderam que não há limites e que, portanto...

 
Privacidade
Peço desculpa. Mas não ouvi ninguém incomodar-se com o facto de um diário que foi confiscado pela PJ vir parar às páginas dos jornais.
Posso, a partir de agora, abrir a vossa correspondência? ler o diário dos meus filhos e dos meus alunos? escutar as vossas conversas ao telefone com instrumentos que já estão acessíveis?
Não há limites?

 
Humildade
Não ficaram alguns, entre eles o director do Público, satisfeitos com a prestação de Scolari. Queriam que ele se humilhasse.
Mas humildade não é o mesmo que humilhação. Ser humilde não é o mesmo que humilhar-se.
A humildade é uma virtude que consiste essencialmente em reconhecer os factos e colocar-se no seu devido lugar, em vez de se colocar em bicos dos pés.
A humildade consiste em olhar os factos, reconhecer a sua real dimensão, reconhecer os erros e as sombras, que todos cometemos e temos.
Basta olhar à volta e prestar ouvido atento para nos apercebermos de como as coisas costumam correr em sentido bem diferente. “Eu é que tenho razão”, “Eu sou o maior”, “Ninguém me chega aos calcanhares”, “Eu sou mesmo bom”... “Tu, pelo contrário...”, “Vocês todos...” A isto pode chamar-se soberba, presunção, cegueira, sei lá que mais, mas não, nunca, humildade.
Humildade também não é apoucar-se para que os outros se sintam na obrigação de elevar o que se apouca e este sentir-se “cheio” ao ouvir os outros a engrandecê-lo.Não sei se a humildade de Scolari foi perfeita, é até natural que não o tenha sido, porque nada do que é humano é perfeito. Mas que vi nele o que não costumo ver por aí... não é necessário repeti-lo.

 
Lady Chatterlay
Pudemos ver “Lady Chatterlay” numa projecção do Espalafitas. É um filme bonito, que cativa facilmente.
Aquela é a mulher que todas (?) as mulheres gostariam de ser.
Aquele homem tem uma aventura que todos (?) os homens gostariam de ter com uma mulher daquelas.
Mas nenhum (?) homem gostaria que aquela fosse a sua mulher.
E nenhuma (?) mulher gostaria que o seu homem tivesse uma aventura daquelas com uma mulher daquelas.
Isso escapa no filme, não é?
Apenas aparece esboçado no papel do marido de Lady Chatterlay, não é? E porquê?
Na resposta a esta pergunta está um segredo importante sobre o modo como as coisas hoje são pensadas. E não pensadas.

14 September 2007

 
Judite de Sousa
... protagonizou, quanto a mim, um mau momento de jornalismo.
Numa atitude arrogante, atribui-se o direito de condenar Scolari, o que fez por várias vezes. Colocou-se do lado da arruaça, pronta para linchá-lo em público. Só não o despedaçou porque ele esteve à altura (pelo menos até onde eu pude ver).
Armada de ignorância, acusou-o de não “encontrar” um líder na equipa. Foi nisso bem clara: quando Scolari disse que faltava um líder maduro, como Figo, ou Pauleta... Judite fez a pergunta acusatória, “Mas não é ao treinador que compete encontrar o líder?”
Uma coisa é “encontrar” um líder e outra é “fazer” um líder. E só pode encontrar-se se o há, caso contrário quem de fazer-se, e isso leva o seu tempo e só se houver matéria prima susceptível.Repito, foi um mau exemplo de jornalismo armado de arrogância e ignorância.

 
Scolari 2
Há quem diga que é no momento da derrota que se vê a qualidade dum homem, e certamente de uma mulher.
Scolari esteve à altura, na entrevista a Judite de Sousa.
Deu a cara, assumiu claramente o erro, procurou ater-se aos factos, sem fugir deles e sem alijar responsabilidades.
Muitos desapareciam do mapa, aproveitariam para culpar outros e alçarem-se para lá de qualquer culpa.
Assumiu a sua defesa, como é natural, mas foi claro no reconhecer o direito ou dever dos responsáveis a julgarem-no.
Ah, e pediu desculpa!
Quando é que já ouvimos alguém a pedir desculpa? Há quanto tempo? (Será que ninguém erra?)

 
Scolari 1
A situação é clara, como já o foi com Zidane: ninguém está imune a um passo em falso, é inútil toda a pretensão a voar sobre os outros porque a qualquer momento podemos cair no fundo.
Recordo uma quadra do cancioneiro popular que diz isso mesmo:
Quem ao mais alto sobe
ao mais baixo vem cair
Ó fresca da ramalhada
ao mais baixo vem cair.

Não é uma crítica ao subir, mas à presunção de que se é mais que os outros, que se pertence a uma fornada dourada, diferente do material comum.

02 September 2007

 
Que justiça?
Eu resumo. Um empreiteiro, ou ex-empreiteiro, com um velho contencioso com a Câmara de Tarouca, já julgado e condenado em tribunal, ataca a tiro trabalhadores da autarquia e ataca a matar sobre o Presidente da Câmara. Preso, é presente a tribunal. E é mandado para casa, com obrigação de se apresentar semanalmente no tribunal.
Ou seja, pode matar quem quiser. Tem é que apresentar-se ao tribunal.
Quem nos livra desta justiça?
Sejamos claros. O que o tribunal está a dizer é que os cidadãos loucos devem confiar no tribunal, enquanto os inteligentes devem organizar-se e fazer justiça por si mesmos.
Para que queremos esta justiça?
Esta não é a justiça portuguesa, mas é uma justiça portuguesa, infelizmente uma parte importante.
A questão de fundo é esta: como se pode pedir contas a esta justiça?
Para informação de base, ver notícia no Diário de Notícias.
http://dn.sapo.pt/2007/09/02/cidades/exempreiteiro_dispara_sobre_presiden.html

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